FEIRA DO LIVRO DE LISBOA

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Autoria do Grupo Editorial Atlântico

Estaremos presentes na 91.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, a partir de hoje e a até 12 de setembro!

O Grupo Editorial Atlântico está presente na 91.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, — stands D40, D42, D44 e D46 — que decorre no Parque Eduardo VII, a partir de hoje e até 12 de setembro.

Num dos cenários mais bonitos da cidade de Lisboa, com o rio Tejo aos pés, a Feira do Livro de Lisboa é uma excelente ocasião para os Leitores ficarem a par de todas novidades literárias, mas também para encontrarem livros mais antigos.

Os livros e autores das nossas editoras Astrolábio Edições, Chiado Books, Cooking Stories, Flamingo Edições, Lisbon Press, Poesia Impossível, Quatro Linhas Edições, e ShowTime Books estão em destaque no maior evento literário português.

Teremos presentes, em sessões de autógrafos, colóquios e apresentações, cerca de 300 Autores publicados pelas nossas editoras no último ano, pelo que a Feira do Livro de Lisboa é ainda uma oportunidade ímpar para os Leitores conhecerem quem está por trás das palavras.

O Grupo Editorial Atlântico, através das suas editoras orgulha-se de ter uma presença sólida e constante nos maiores eventos literários de todos os países de língua oficial portuguesa, estando prevista, ainda este ano, a presença na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro.

Contato: geral@grupoeditorialatlantico.com

 

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A ARTE QUE VIVE NO OLHAR

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  Autoria de Juliana Espina

Os olhos falam e Tereza Ordás está disposta a contar o que eles falam para quem quiser ouvir.

A jornalista Teresa Ordás inventou a palavra Paisojos há alguns anos para descrever as fotos que tira daquilo que as pupilas refletem. No museu espanhol Thyssen e em outros, ela retrata mulheres olhando para o trabalho de outras mulheres para mostrar a escassez de trabalho feminino que existe no mundo.

O trabalho de Tereza Ordás começou com o famoso filme “Blade Runner”. Segundo a artista, ao ver a cena em que um olho reflete a apocalíptica cidade de Los Angeles, concluiu que era isso que queria fazer. Cerca de dez anos depois encontrou o caminho e assim nasceram seus Paisojos. Ela afirma: “Em 2013 consegui finalmente ter um bom telefone e nesse verão dediquei-me a fotografar reflexos nas pupilas. De brincadeira dei-lhe o nome de Paisojos, que é um nome que me pareceu um pouco vulgar, mas que acabou ficando para explicar o que faço”.

A artista espanhola explica o projeto ao qual está dedicando seu tempo e através do qual conseguiu abrir as portas de alguns museus, como foi o caso do Museu Nacional Thyssen Bornemisza. Ela diz: “Eles me deixaram entrar a portas fechadas antes de abrirem ao público, das 9 às 10 da manhã, com as cinco pessoas que eu queria fotografar. Sou muito grata à Thyssen e aos nossos museus, valorizo especialmente essa capacidade que eles mostram para apostar em casa de apostas atualmente”.

Esse contato serviu para completar uma série iniciada há poucos anos no Museu Nacional do Prado à qual ela chama de “Mulheres que olham para outras mulheres na sua arte”, e com a qual tenta registrar a escassa obra feminina que pendura nos museus. “No Prado retratei algumas de suas trabalhadoras, enquanto contemplavam uma exposição. Pareceu-me uma experiência maravilhosa ver como elas, que conhecem o museu tão bem, olharam para as poucas obras de mulheres na galeria”, explica feliz pelo fato de que enfim uma exposição como a que ela retratou comece a reconhecer o trabalho das mulheres na arte.

“Constância já é alguma coisa”, acrescenta a artista e esclarece que ela precisou de muitos anos de testes para conseguir o que queria capturar. “No início foi um horror, mas tenho me aprimorado. Custou-me muito conseguir o que faço” conta ainda hoje, maravilhada com o que os olhos humanos podem dizer e com o fato de que os museus valorizem seu trabalho. “No momento não vou expor nada, não sou fotógrafa profissional, meu trabalho é conhecido através das redes sociais. Algo que era divertido tornou-se o que pretendo que seja meu projeto quando me aposentar”.

Teresa Ordás tem um extenso currículo audiovisual. Começou como jornalista e depois de vender um conto para a produtora de Almodóvar canalizou sua carreira para roteiros, passando pela publicidade e direção de programas de entretenimento. Mais de 30 anos nos quais nunca deixou de fomentar aquela criatividade que a levou a inventar não só o neologismo de Paisojos, mas também a arte de refletir a importância de um olhar. “Quando falo com as pessoas, olho nos olhos delas. Quando o olhar não é brilhante, penso que lhes aconteceu alguma coisa, talvez tenham perdido a mãe ou um ente querido. Os olhos falam”, conclui Teresa. Ela está disposta a contar o que eles falam para quem quiser ouvir.

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A LEITEIRA (Aula nº 72 B)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Johannes van der Meer, também conhecido como Jan Vermeer ou apenas Vermeer (1632–1675), embora tenha apenas 35 obras conhecidas, é tido como um dos grandes nomes da pintura holandesa, tendo sido apelidado de “a Esfinge de Delft”. Apesar de ter pertencido ao século 17, só se tornou realmente reconhecido como um grande pintor em meados do século 19. É visto hoje como o segundo pintor holandês mais importante daquele século, ficando aquém apenas de Rembrandt.  Trabalhava com esmero os efeitos da luz, a ponto de tornar-se muito abstrato em seus últimos anos de vida. Tanto é que o modo como trabalhava a luz e a sombra acabou influenciando os pintores impressionistas. Retratava a luz natural com extrema beleza, de modo que suas composições pareciam refletir luz própria. Ele nasceu em Delft numa família protestante, mas acabou convertendo-se ao catolicismo, religião de sua noiva Catharina Bolnes que era de família rica. Foi comerciante e estalajadeiro. Após morrer muito pobre, aos 43 anos de idade, a situação da família ficou tão desesperadora que Catharina, atolada em dívidas, foi obrigada a pedir falência. O pintor acabou sendo esquecido por um longo tempo. Nossa aula de hoje diz respeito a uma de suas primorosas obras, famosa em todo o mundo. Primeiramente é necessário acessar o link Vermeer – A LEITEIRA e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1. A Leiteira é tida como uma das mais importantes obras-primas:

    1. do Renascimento
    2. de todos os tempos
    3. da Idade Contemporânea
    4. da Antiguidade

  2. A personagem vista na composição é uma jovem …………….. concentrada em seus afazeres.

    1. camponesa
    2. dona de casa
    3. pintora
    4. recém-casada

  3. Todas as afirmativas acerca do local estão corretas, exceto:

    1. O ambiente é muito simples.
    2. As paredes já se mostram descoradas e descascadas.
    3. A janela apresenta dois vidros quebrados.
    4. Nada ali tira a concepção de ordem, apesar da variedade de objetos.

  4. A luz que entra no ambiente vem:

    1. do caixilho à direita
    2. do vidro quebrado da janela 
    3. da janela à esquerda da jovem
    4. da parede descorada atrás da mulher.

  5. O quadro de ébano, a cesta de vime e um balde de bronze vistos na parede encaminham o olhar do observador para:

    1. a janela de vidro
    2. a parede descorada
    3. o chão do aposento
    4. o leite no recipiente de barro

  6. O centro temático da pintura está representado:

    1. Pelo leite que é derramado no recipiente.
    2. Pela luz que entra através da janela.
    3. Pelas roupas coloridas da jovem mulher.
    4. Pelo caixilho presente na composição.

  7. Todos os objetos encontram-se sobre a mesa, exceto:

    1. uma cesta com pão
    2. uma toalha verde
    3. um jarro com uma bacia bacia
    4. um pires com xícara

  8. O pão que se encontra na cesta parece bem real quando visto:

    1. de perto
    2. de longe
    3. através da janela
    4. do alto

  9. Os pequenos pontos na pintura dão a sensação de que há centelhas de luz:

    1. no pão e na janela
    2. no pão e na borda do jarro
    3. na touca e avental da moça
    4. no jarro e na parede

  10. Esses pequenos pontos feitos com tinta opaca recebem o nome de:

    1. Pointillés
    2. Mosaicos
    3. Água-forte
    4. Afrescos

  11. Sobre a mesa é possível ver um pano azul que é:

    1. a toalha da mesa
    2. um pano de prato
    3. parte do avental da moça
    4. o casaco da mulher

  12. Peças das quais podem ser tiradas partes, pois são acrescidas separadamente:

    1. touca branca
    2. saia vermelha
    3. avental azul
    4. mangas azuis e esverdeadas

  13. A figura esculpida por meio de sombreamento repassa a impressão de que a figura da mulher é quase:

    1. bidimensional
    2. tridimensional
    3. quadridimensional
    4. unidimensional

  14. Marque aquilo que mostra a meticulosidade do pintor:

    1. A fileira de azulejos decorados dando terminação à parede.
    2. O escalda-pés para esquentar as partes inferiores do corpo.
    3. O prego fincado na parede, onde deveria existir algo dependurado.
    4. O colete de couro camurça amarelo.

  15. O escalda-pés, à época, era visto como símbolo:

    1. do amor e da gentileza
    2. da amizade e da perseverança
    3. do outono e do inverno
    4. da pobreza e da austeridade

  16. A serenidade vista no rosto da mulher, enquanto trabalha, traz a impressão de que seu serviço é:

    1. esporádico
    2.  rotineiro
    3. árduo
    4. insignificante

  17. O avental azul é pintado com uma camada transparente de ultramar que é um pigmento extraído:

    1. de um coral
    2. de um inseto
    3. do lápis-lazúli
    4. da malacacheta

  18. Vermeer gostava de retratar mulheres em ……………, ficando conhecido pela maestria na observação do cotidiano.

    1. interiores
    2. praças
    3. jardins
    4. praias

  19.  A Leiteira traz a impressão de que a cena foi retratada …………… através da observação direta do pintor.

    1. com indiferença
    2. ao acaso
    3. rapidamente
    4. com fidelidade

  20. Entre as 50 pinturas (AS 50 PINTURAS MAIS FAMOSAS DO MUNDO EM DETALHES) mais famosas do mundo, Jan Vermeer possui três composições. Marque a que não faz parte da listagem.

    1. Moça com Brinco de Pérolas
    2. A Leiteira
    3. O Nascimento de Vênus
    4. O Astrônomo

      Gabarito
      1.b/ 2.a/ 3.c/ 4.b/ 5.d/ 6.a/ 7.d/ 8.b/ 9.b/ 10.a/ 11.c/ 12.d/ 13.b/ 14.c/ 15.a/ 16.b/ 17.c/ 18.a/ 19.d/ 20.c

 

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MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA (Aula nº 72 A)

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Johannes van der Meer, também conhecido como Jan Vermeer ou apenas Vermeer (1632–1675), embora tenha apenas 35 obras conhecidas, é tido como um dos grandes nomes da pintura holandesa, tendo sido apelidado de “a Esfinge de Delft”. Apesar de ter pertencido ao século 17, só se tornou realmente reconhecido como um grande pintor em meados do século 19. É visto hoje como o segundo pintor holandês mais importante daquele século, ficando aquém apenas de Rembrandt.  Trabalhava com esmero os efeitos da luz, a ponto de tornar-se muito abstrato em seus últimos anos de vida. Tanto é que o modo como trabalhava a luz e a sombra acabou influenciando os pintores impressionistas. Retratava a luz natural com extrema beleza, de modo que suas composições pareciam refletir luz própria. Ele nasceu em Delft numa família protestante, mas acabou convertendo-se ao catolicismo, religião de sua noiva Catharina Bolnes que era de família rica. Foi comerciante e estalajadeiro. Após morrer muito pobre, aos 43 anos de idade, a situação da família ficou tão desesperadora que Catharina, atolada em dívidas, foi obrigada a pedir falência. O pintor acabou sendo esquecido por um longo tempo. Nossa aula de hoje diz respeito a uma de suas primorosas obras, famosa em todo o mundo. Primeiramente é necessário acessar o link Vermeer – MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1. A modelo delicada com seu olhar direto e os lábios entreabertos é a obra mais famosa do pintor, sendo considerada a …………. da arte holandesa.

      1. Gioconda
      2. Dalila
      3.  Mona Lisa
      4.  Medeia

  2. Acerca da garota que serviu de modelo para a obra não se pode afirmar que:

    1. Traz na cabeça um turbante exótico.
    2. O brilho do brinco de pérola salienta a cor clara de sua pele.
    3. Alguns críticos creem ser ela a primeira filha do pintor.
    4. Logo se saberá com certeza quem foi a garota que inspirou o artista.

  3. Acerca do turbante exótico da garota é falso afirmar que:

    1. Não existe similar na pintura europeia do século 17.
    2. No século 17 as garotas não eram vistas usando turbantes.
    3. A inspiração pode ter vindo da pintura “Menino com Turbante” (M. Sweerts).
    4. Foi inspirada numa obra do artista holandês Jean Steen.

  4. Vermeer pintou a parte azul do turbante da moça com a cor ultramarino natural. Acerca desse pigmento não podemos afirmar que:

    1. Era feito de lápis-lazúli esmagado.
    2. Era muito usada pelos contemporâneos do artista.
    3. À época era mais valioso do que o ouro.
    4. O azul resultante da coloração era inigualável.

  5. O brinco que tanto chama a atenção do observador parece uma pérola branca. Sobre ele não podemos afirmar que:

    1. Foi feito com uma mancha branca espessa de empasto.
    2. Sobre o empasto que forma o brinco incidem raios de luz.
    3. Sua forma circular repassa a sensação de peso e volume, o que não aconteceria se ele fosse ovoide.
    4. Além de iluminar o brinco, os raios de luz também iluminam o rosto, o turbante e o colarinho branco da moça.

  6. Todas as afirmações sobre a vestimenta da moça estão corretas, exceto:

    1. Usa uma veste branca por baixo, cuja gola sobressai.
    2. Por cima da veste branca usa uma peça rústica de cor ocre.
    3. Não é possível ver a parte inferior da vestimenta.
    4. O xale azul também é pintado com o pigmento lápis-lazúli.

  7. Sobre o olhar da garota é possível afirmar que:

    1. Está voltado para a frente.
    2. Acompanha o observador onde quer que ele se encontre.
    3. Parece triste e infeliz.
    4. O verde dos olhos realça o turbante.

  8. Sobre o fundo preto da composição não está certo afirmar que:

    1. Trata-se da cor originária da obra.
    2. Poderia ter sido um verde brilhante e profundo.
    3. A cor preta aumenta a sensação de tridimensionalidade da garota.
    4. Já foi feita uma análise sobre a obra, incluindo seu fundo.

  9. A restauração feita na obra em 1994 deixou à vista:

    1. A cor azul do turbante.
    2. O efeito luminoso do brinco de pérola.
    3. Os olhos esverdeados da moça.
    4. O lampejo de luz no canto esquerdo da boca da modelo.

  10. A restauração não permitiu à época descobrir os métodos empregados pelo artista em suas pinceladas. Por quê?

    1. Temiam que a obra fosse danificada ao entranhar em suas camadas.
    2. Os restauradores achavam que a obra deveria condizer com as mudanças do tempo.
    3. O prazo para o restauro foi vencido e o dinheiro acabou.
    4. O dono da obra não quis que houvesse mudanças.

  11. Tomando esta obra como inspiração, o diretor britânico Petter Weber lançou em 2004, o filme “Moça com Brinco de Pérola”. Sobre o filme não podemos afirmar que:

    1. Mistura drama, romance e biografia.
    2. Concorreu ao Oscar de arte nos quesitos fotografia e figurino.
    3. A biografia é completa, pois tudo se sabe sobre a vida de Vermeer.
    4. Trata-se de uma boa pedida para que admira essa fantástica pintura.

  12.  Esta obra foi criada no ano de 1665, século XVII, correspondendo à:

    1. Idade Antiga
    2. Idade Média
    3. Idade Moderna
    4. Idade Contemporânea
  13. A técnica usada pelo artista foi:

    1. Guache
    2. Aquarela
    3. Água-forte
    4. Óleo sobre tela

  14. Entre as 50 pinturas (AS 50 PINTURAS MAIS FAMOSAS DO MUNDO EM DETALHES) mais famosas do mundo, Jan Vermeer possui três composições. Marque a que não faz parte da listagem.

    1. Moça com Brinco de Pérolas
    2. A Leiteira
    3. A Primavera
    4. O Astrônomo

Gabarito
1.c/ 2.d/ 3.d/ 4.b/ 5.c/ 6.d/ 7.b/ 8.a/ 9.d/ 10.a/ 11.c/ 12.c/ 13.d/ 14.c

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JAN STEEN  –  A FESTA DE BATIZADO

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Autoria de Lu Dias Carvalho                                                             (Clique na imagem para ampliá-la)

O pintor Holandês Jan Steen (cerca de 1625-1679) era casado com Margaretha Van Goyen, filha do seu mestre em Haia, Jan Van Goyen. É visto como um dos mais importantes pintores do seu país do século XVII. Em sua extensa e variada obra encontram-se trabalhos narrativos e alegóricos, paisagens e retratos. Predominam sobretudo as pinturas de gênero. Ele gostava de reproduzir a vida do povo em pintura simples e alegres, a exemplo de Bruegel que gostava de retratar camponeses.

A composição intitulada A Festa de Batizado trata-se de uma pintura de gênero, obra do artista holandês em estudo, cujo tema já está expresso no título.

Numa grande sala reúne-se um grupo composto por quinze pessoas e um bebê. Todos se mostram alegres e ativos. Ali se encontram parentes e amigos do casal festivo. À esquerda vê-se um enorme vão para a cama, onde a mãe é vista deitada, tendo ao seu lado duas mulheres, uma delas de pé e a outra sentada numa cadeira de madeira, de costas para o observador.

Uma grande mesa ocupa o centro da sala em torno da qual se reúnem as pessoas. O pai, de pé, segura seu bebê enrolado num manto vermelho, como se esse fosse uma boneca de tão rígido que se mostra. Uma mulher, de costas para o observador, arrasta uma enorme cadeira de madeira para sentar-se. Duas outras preparam num imenso caldeirão algum tipo de alimento. No chão são vistos utensílios, dentre os quais estão uma bandeja com pão e um almofariz. Cascas de ovos espalham-se pelo chão e também o que parece ser um ovo inteiro.

A figura no primeiro plano (mulher de costas para o observador) usa roupas coloridas e alegres. Ao contrário das demais, não usa toucas ou panos na cabeça, mas um grande coque, deixando seus cabelos a descobertos, o que era incomum à época. Seu colete combina com o manto do bebê e o tecido da cadeira atraindo o olhar do observador. O berço do bebê é visto em primeiro plano, à esquerda.

Ficha técnica
Ano: 1664
Dimensão: 89, 9 cm x 108,6 cm
Técnica: Óleo sobre tela
Localização: Wallace Collection, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
História da Arte/ E. H. Gombrich

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ARTISTAS DA EUROPA PROTESTANTE (Aula nº 72)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

             
                                        (Clique nas ilustrações para ampliá-las.)

 A competição era intensa entre os artistas das cidades holandesas, principalmente entre aqueles que não se adequavam ao gênero do retrato. Em razão disso eles buscavam se especializar naquilo em que obtinham mais sucesso de venda. Se o artista, por exemplo, lograva êxito vendendo paisagens enluaradas, buscava trabalhar apenas nelas. Muitos dos pintores que não tinham grande notoriedade passaram a criar o mesmo tipo de pintura em série.

A tendência para a especialização começou nos países setentrionais (protestantes) no século XVI, vindo a tornar-se ainda maior no século XVII. O único país protestante em que a arte conseguiu sobreviver à crise provocada pela Reforma foram os Países Baixos. Isso se deveu a especialização. Os artistas buscavam se aperfeiçoar em todos os temas que não fossem proibidos pela Igreja Protestante, pois sabiam que a competição em torno do retrato era muito grande, não havendo cliente para todos eles. Isso fez com que alguns buscassem terras católicas e outros se tornassem exímios em temas permitidos em terras protestantes.

Segundo o Professor E.H. Gombrich em seu livro “A História da Arte”, “Os artistas holandeses eram capazes de transmitir a atmosfera do mar usando meios simples e despretensiosos. E foram os primeiros da história da arte a descobrir a beleza do céu”. Eram também exímios na criação de naturezas-mortas. Talvez tenha sido esse o ramo mais “especializado” da pintura holandesa. Ainda segundo Gombrich: “A natureza refletida na arte reproduz sempre o próprio espírito do artista, suas predileções, seus prazeres e, portanto, seu estado de ânimo”.

Simon de Vligier (16011653) foi um especialista em marinhas. A primeira ilustração (da esquerda para a direita) é uma de suas obras, intitulada “Vaso de Guerra Holandês e Vários Navios Expostos à Brisa”. A segunda ilustração retrata uma obra de Jan Van Goyen (1596-1656), denominada “Moinho à Beira de um Rio”. Jan Steen (1626-1679) foi outro grande artista holandês desse período. Era genro de Jan Van Goyen. Era também dono de uma estalagem, pois a pintura não lhe dava o sustento necessário. Jacob Van Ruisdael (c.1628-1682) foi um especialista em paisagens, como mostra a terceira ilustração, intitulada “Campos de Trigo”. Agradava-lhe o estudo sobre o efeito e a sombra nos terrenos em torno da cidade de Haalem. Sua especialidade eram as cenas florestais. Assim como Claude Lorrain na pintura italiana, Ruisdael foi responsável por descobrir a poesia da paisagem nórdica.  O artista Willem Kall (1619-1693) foi um importante pintor do gênero.

O Mestre Rembrandt Van Rijn (1606-1669) é tido como o mais notável pintor holandês e um dos mais brilhantes da história da arte. Também foi um exímio artista gráfico. A quarta ilustração apresenta uma das águas-fortes de Rembrandt em que é ilustrado uma cena bíblica (A Pregação de Cristo). Rembrandt criou magistrais retratos. Era virtuoso e hábil em seu ofício. Achava que cabia somente ao artista dar uma pintura por acabada, ou seja, saber quando “seu objetivo foi atingido”. Sobre os seus retratos, assim define o Professor H.E. Gombrich “nos grandes retratos de Rembrandt nós nos sentimos frente a frente com pessoas de verdade, sentimos o seu calor, sua necessidade de simpatia e também sua solidão e sofrimento. Rembrandt, assim como outros artistas de sua época, levava em conta a mensagem de Caravaggio. Tomara conhecimento da obra do mestre italiano por meio de artistas holandeses que por ele foram influenciados. Por isso, em sua arte dava mais destaque à verdade e à franqueza do que à harmonia e à beleza. Rembrandt foi muito importante para a arte holandesa.

Um dos grandes nomes da pintura holandesa foi Jan Vermer Van Delft (1632-1675), nascido uma geração depois da de Rembrandt. Pintou poucos quadros ao que se sabe, mostrando-se lento e meticuloso em seu trabalho. Seus quadros dizem respeito a coisas simples, normalmente retratam uma ou duas figuras no interior de uma casa holandesa. Segundo a visão de E.H. Gombrich, “Seus quadros são na realidade naturezas-mortas incluindo seres humanos. Sua obra intitulada “Moça Com Brinco de Pérola” encontra-se entre as 50 mais belas da arte pictórica. O trabalho de Vermer prova que o tema não é o elemento mais importante numa obra.

Técnica da água-forte – consiste em cobrir a superfície da lâmina de cobre com cera, sobre a qual se desenha com uma agulha que retira a cera e deixa o cobre a descoberto.  A seguir, a lâmina de cobre é posta num ácido que corrói o cobre, onde a cera foi removida e, assim, transfere o desenho para a lâmina. Após esse processo, a lâmina é impressa do mesmo jeito que uma gravura. O trabalho é tão interessante que o único meio de diferenciar uma água-forte de uma gravura é analisando a qualidade das linhas.

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