Autoria de Lu Dias Carvalho
O absinto, bebida alcoólica muito amarga, preparada com as folhas da planta de igual nome, era muito consumida, principalmente pelas pessoas mais pobres, antigamente, por ser barata, causando dependência e provocando uma epidemia social. Antes de Picasso apresentar a sua composição Bebedora de Absinto, os pintores Edgar Degas e Toulouse-Lautrec já haviam feito composições similares, já estudadas aqui no blog. Em todas elas existe uma mulher solitária acompanhada de um copo de absinto.
Em sua pintura intitulada A Bebedora de Absinto, Picasso apresenta uma mulher que se mostra isolada e sem esperanças, diante de uma garrafa vazia e de uma taça de absinto dentro de um pires. Em sua dolorosa solidão, ela abraça o próprio corpo encolhido, como se não achasse espaço no mundo que a rodeia. O local diminuto em que se encontra, aumenta ainda mais a sensação de abandono e opressão.
A mulher está imersa em si mesma, num estado de profundo desamparo e isolamento, com a cabeça afundada nos ombros e escorada pela mão direita que abarca grande parte do rosto. O vestido azul-marinho de mangas comprimidas aumenta ainda mais a sensação de sufocamento e tristeza da mulher que se mostra envelhecida e sem rumo. O cabelo negro está enrolado num coque. À direita da personagem vê-se parte de um espelho oval na parede, refletindo imagens indeterminadas. Na parte superior direita da pintura, o pintor fez a sua assinatura. Esta obra faz parte de sua “fase azul”.
Ficha técnica
Ano: 1901
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73 x 54 cm
Localização: Hermitage, São Petersburgo, Rússia
Fontes de pesquisa
Picasso/ Abril Coleções
Picasso/ Coleção Folha
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