Rafael – VIRGEM NO PRADO

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Autoria de Lu Dias Carvalho
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O artista não obedece a regras fixas. Ele simplesmente intui o caminho a seguir (E. H. Gombrich)

Rafael pintou uma das mais belas imagens religiosas em toda a história da arte. A “Madona do Prado” é repleta de alusões devocionais, rica em teologia simbólica e representa o mais alto nível de genialidade estética e criativa a serviço da história cristã. (James M. Gordon)

Para pintar a maravilhosa Virgem no Prado, também conhecida como Madona do Prado, é possível perceber a preocupação de Rafael em obter um perfeito equilíbrio entre as figuras da composição, de modo a alcançar a maior harmonia possível. Para fazer a Virgem no Prado, o artista italiano fez várias folhas com esboços, em busca do equilíbrio perfeito entre as três figuras representadas. O que nos mostra o quão meticuloso era. A perfeição do equilíbrio acaba ressaltando toda a beleza da composição, tornando as figuras ainda mais encantadoras.

A Virgem com as duas crianças formam um esquema compositivo piramidal, harmoniosamente equilibrado, sem nenhuma austeridade. Atrás da Virgem e dos meninos, uma paisagem típica da Úmbria complementa a pintura. Para verificar o esquema compositivo, trace uma reta unindo a cabeça da Virgem ao pé direito de João Batista e do pé de João Batista ao pé direito da Virgem. Por sua vez, as duas crianças formam outra pirâmide menor.

O rosto de Maria apresenta-se melancólico, enquanto observa as crianças, como se pressentisse o futuro do Filho. O Menino Jesus, que tem a mãe como apoio, brinca com a cruz do pequeno João Batista, que se ajoelha diante dele, como se reconhecesse a sua divindade. A nudez das duas crianças é um dos traços comuns ao Renascentismo.

As cores da composição são suaves, o que dá mais destaque às vestes da Virgem que usa um vestido vermelho e um manto azul. Logo após o campo relvoso encontra-se um lago de águas tranquilas, montes, árvores e o que aparenta ser uma pequena cidade, contrastando com o céu azul e nuvens brancas. Apenas duas flores vermelhas fogem do padrão de cores vistas na natureza. Para alguns, são duas papoulas que se referem à morte, paixão e ressurreição de Cristo.

A Madona do Prado é uma das mais belas composições de Rafael sobre o tema que tanto amava: a Virgem e o Menino. Nela se integram personagens e natureza, exalando naturalidade, tranquilidade e beleza. A elegância e a doçura são duas características do genial pintor que explora aqui os efeitos das cores para criar a impressão de profundidade.

Esta pintura é uma das três versões da obra do artista sobre o mesmo tema, possivelmente a primeira. As outras duas são “Mandona do Pintassilgo” e “A Bela Jardineira”.  A data desta obra está inscrita na gola do vestido da Virgem (M.D. V. I.). É possível que o último número seja parte da ornamentação, sendo a data 1505.

Ficha técnica:
Ano: 1505/1506
Dimensões: 113 x 88 cm
Material: óleo sobre tela
Estilo: Renascimento italiano
Local: Museu Kunsthistorisches  – Viena/ Áustria

Fontes de pesquisa:
A história da Arte/ E. H. Gombrich
Grandes Mestres/ Abril Coleções
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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