Autoria de Lu Dias Carvalho
O Renascimento foi muito importante para as mulheres, ao permitir que essas também tivessem acesso à educação —, mas não mais do que isso. As escolas dos humanistas tanto aceitavam homens como mulheres, sendo que inicialmente somente as filhas desses buscavam o saber, incentivadas por seus pais que tinham uma nova visão de mundo. Mesmo pertencendo às famílias endinheiradas, as mulheres tinham de ir à luta, se quisessem ser aceitas e reconhecidas pelos homens. Elas não compartilhavam da mesma celebridade vivida pelos homens da Renascença.
Até então as mulheres eram excluídas dos estudos, não podendo frequentar escolas. Sua educação devia ser providenciada dentro de casa. Se para as de famílias muito ricas era assim, imaginem a vida daquelas que não possuíam bens ou não tinham acesso a nenhum tipo de formação. Só lhes restava dar continuidade à vida das mulheres de sua ancestralidade para sobreviver aos trabalhos, aos mandos e desmandos do marido e aos cuidados com a prole.
Mesmo no Renascimento havia um aspecto intrigante em relação à educação das mulheres, o que mostrava haver uma grande diferença entre elas e os homens. Enquanto a busca pelo saber era vista apenas como um treino da mente, sem nenhum acesso a patamares diferentes dos que ocupavam, elas eram aceitas como iguais, mas, quando uma mulher dedicava-se ao estudo com afinco em busca de novos horizontes, as coisas mudavam. O pensamento moralista da época deixava claro que o espaço doméstico, excetuando o contato com a Igreja, era o que lhes cabia.
Às mulheres faltavam carreiras — uma vez que não podiam ocupar postos tidos como masculinos — tendo elas que enfrentar grandes dificuldades, quando resolviam dedicar sua vida à erudição, tida como “algo específico do homem”. Não era aceitável que competissem com os varões. A grande maioria das que optavam por não se casar buscava o convento. Mesmo aquelas que estudaram, ao abraçar a vida religiosa tinham que abandonar os estudos escolares.
A mulher erudita era uma raridade, mesmo durante o Renascimento. Aquelas dotadas de erudição trocavam correspondência com outras de igual saber por toda a Europa. Dessa época podem ser citadas as três maiores pintoras italianas: Sofonisba Anguissola (1535-1625) — pintora renascentista, discípula de Bernardino Campi, foi a primeira artista a adquirir fama internacional de que se tem notícia, tendo sido admirada por Michelângelo e Anthony van Dyck, dentre outros mestres; Lavinia Fontana (1552-1614) — filha do pintor e também seu professor bolonhês Prospero Fontana, cuja obra abrangeu vários estilos; e Artemísia Gentileschi (1593-1653) — filha do pintor toscano Orazio Gentileschi, tendo sido a primeira mulher a entrar para a Academia de Arte de Florença, ganhando fama nos tempos atuais como feminista.
Ilustração: Autorretrato no Cavalete (1556), obra de Sofonisba Anguissola
Fontes de pesquisa
História da Arte / E. H. Gombrich
Renascimento / Nicholas Mann
História da Vida Privada
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Lu.
No Renascimento em raríssimas situações algumas mulheres ocuparam papel de relevância na política e na condução da vida em sociedade, prevalecendo uma a cultura patriarcal, com forte influência da Igreja e rígidas normas sociais.
Marinalva
Foram pouquíssimas as mulheres renascentistas a conseguirem furar a barreira do machismo e das diretrizes da religião da época. Elas merecem toda a nossa admiração.
Abraços,
Lu
Lu
Sem o viés religioso parece se tratar de um autorretrato numa relação de mãe e filho, fazendo lembrar a virgem e os anjos, sob a prevalência do escuro que aprofunda a emoção, refletindo a ótica de novos tempos sob a égide da fase renascentista.
Antônio
Penso que você errou de texto ao postar o seu comentário, pois não condiz com o assunto.
Abraços,
Lu
Lu
E importante lembrar que o sufixo “duco”, de origem latina, significa conduzir. A palavra “educação” é nada mais nada menos que o ato ou processo de educar, de conduzir.
As mulheres no Renascimento tiveram certa abertura para o conhecimento, principalmente as mais abastadas, influenciadas pelo movimento humanista. Lembrando que antes, na Idade Média, não tinham essa oportunidade. Também eram proibidas de exercer esse aprendizado, com pouquíssimas exceções, como mostra o texto com muita propriedade.
A mulher ainda luta com todas as forças para galgar espaços mais do que justos na sociedade atual. Em países desenvolvidos elas já se encontram bem à frente nesse quesito. Infelizmente, em virtude do atraso cultural imposto por algumas instituições paternalistas e influenciadas por religiões retrógradas, a mulher acaba ficando em segundo plano, o que promove o retrocesso.
Hernando
A história da mulher através dos tempos tem sido uma batalha incansável, a fim de que ela possa ganhar o mesmo respeito que é direcionado ao homem, quando o assunto é estudo e trabalho. O Renascimento foi o ponta pé inicial para que ela pudesse estudar, ainda que fosse proibida de exercer qualquer profissão fora de casa. É lógico que estamos falando de mulheres pertencente às classes abastadas. Ainda hoje a mulher parece viver em tempos medievais em certos países islâmicos extremistas. Terão ainda uma grande batalha pela frente. A Igreja foi (e ainda tem sido em certos países subdesenvolvidos), ao longo dos tempos uma instituição cruel para com a mulher.
Abraços,
Lu