Rubens – O RAPTO DAS FILHAS DE LEUCIPO

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Autoria de Lu Dias Carvalho a carta123456

Peter Paul Rubens era eclético em relação aos temas retratados, sendo que, ao longo de sua carreira, pintou inúmeros temas mitológicos. A composição acima, O Rapto das Filhas de Leucipo, apresenta o momento lendário em que os gêmeos semideuses, Castor e Polux, também conhecidos por “Dióscuros” (filhos de Zeus), apesar de serem filhos de pais diferentes, raptam as duas filhas do Rei Leucipo, Rei de Argos, denominadas Hilária e Febe.  Esta composição é muito importante, sobretudo por levar à compreensão de como Rubens rompeu com a estrutura modular clássica sem, contudo, quebrar a unidade da obra.

Os dois irmãos perpetram o sequestro fazendo uso de seus possantes cavalos. Castor que continua montado, pega uma das garotas pela perna esquerda e ombro, enquanto Polux, de pé no chão, ajuda-o, com a mão direita e parte do tronco, a levantar uma das moças, enquanto tenta segurar a outra, usando braço e  perna esquerdos. Castor usar uma armadura negra e traz nas costas um manto vermelho desfraldado, enquanto Polux traz o torso nu e um manto escuro jogado no corpo.

Os músculos salientes dos dois irmãos  denotam o uso da força. Um cupido vesgo que traz um sorriso cheio de astúcia segura as rédeas do cavalo de Castor, agarrando-se a seu flanco. Outro cupido detém o cavalo de Polux que se encontra no chão. Os animais mostram-se agitados e nervosos.

As duas irmãs opulentas em suas nudez, destacam-se na composição, cada uma em sua individualidade e sensualidade próprias. É interessante chamar a atenção para o fato de que uma das moças mostra o lado oculto da outra, ou seja, enquanto uma deixa à vista sua parte posterior, a outra mostra a frontal, como se fossem as duas faces de uma mesma moeda.

As duas moças lutam desesperadamente na tentativa de livrarem-se de seus raptores. A primeira — já quase totalmente dominada — encontra-se envolta num manto vermelho com o qual Castor tenta levantá-la. A segunda — ainda com os pés no solo — resiste bravamente a Polux, enquanto seu manto  dourado resvala-se para  o chão.

O artista mostra um acentuado contraste entre as mãos avermelhadas, fortes e enérgicas masculinas e as mãos femininas pálidas e delicadas. Ao fundo desenrola-se uma paisagem com inúmeras árvores, solo verdejantes e montanhas azuis.

Ficha técnica:
Data: c. 1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 224 x 210,5
Localização: Alte Pinakothek, Munique

Fontes de pesquisa:
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

 

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