Segall – MENDIGO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Adoro a simplicidade dos humildes e dos humilhados. Procuro nas almas o que elas não gostam de falar por boca própria, a verdade profunda de suas aspirações e do sofrimento íntimo. Mendigos esfarrapados, a vida pobre dos pobres. (Lasar Segall)

A afirmação acima explica muito bem o porquê de o artista Lasar Segall ter predileção pelos marginalizados. Ele dedicou várias de suas gravuras aos mendigos, sendo esse um tema comum à sua obra.

Na sua composição Mendigo, Segall não define o corpo do personagem com exatidão. Ele é desenhado sem contorno, com um mínimo de linhas, necessárias apenas para identificá-lo, num forte contraste entre o preto e o branco. Ainda assim, é possível captar a forte emoção que emana da figura.

A cabeça caída sobre o corpo, escondendo o pescoço, traz a sensação de cansaço, desalento, desesperança e derrota. O rosto redondo, composto por poucos traços, em que dois riscos ovais formam os olhos e uma linha longitudinal forma o nariz e termina numa boca diminuta, mais se parece com uma máscara. Os cabelos, desenhados em traços espaçados, cobrem parte da cabeça e do rosto.

O mendigo está assentado com uma perna dobrada e outra estendida. As mãos são desenhadas com leves traçados. No colo está o chapéu ou uma vasilha qualquer, para recolher as esmolas.

Curiosidades:
“Gravura é o nome dado a uma técnica manual de impressão. A madeira, a pedra, o linóleo e o metal são utilizados como matrizes. O artista grava imagens na matriz fazendo cortes ou sulcos, com ferramentas cortantes, tais como as goivas e os buris. Sobre a matriz, o artista passa tinta e depois imprime a imagem em um papel, que sai invertida. Pode-se tirar várias cópias iguais, obtendo assim uma tiragem. A característica mais importante da gravura é a de não ser uma obra única, pois pode ter múltiplas cópias. Já na gravura em metal o processo é diferente. A placa de cobre, latão ou zinco, é desenhada com instrumentos pontudos ou com ajuda de ácidos corrosivos que criam sulcos na sua superfície. Depois de receber uma camada de tinta, a placa é limpa para a retirada do excesso e a tinta só fica em sua parte mais baixa.” (leiam mais em http://www.caleidoscopio.art.br)

Ficha técnica
Ano: 1913
Técnica: xilogravura sobre papel
Dimensões: 30 x 23 cm
Localização: Acervo do Museu Lasar Segall, São Paulo/SP, Brasil

Fonte de pesquisa
Lasar Segall/ Coleção Folha
http://www.caleidoscopio.art.br

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