Seurat – CENA DE BANHO EM ASNIÉRE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Ser pintor é ultrapassar a mera superfície das coisas. (Georges Seurat)

 A composição Cena de Banho em Asniére, também conhecida como Os Banhistas de Asnières, é uma obra do pintor francês Georges Seurat que acreditava que o artista podia e devia se unir ao conhecimento científico em suas criações.  Ele não misturava as cores, mas punha-as junto (pontilhismo), mantendo-as puras na tela de modo que só pudessem fazer combinações na retina do observador. É com esta tela que ele começa a pôr em prática a sua teoria sobre a luminosidade e a composição geométrica das figuras, ainda que nela se note influências de Piero della Francesca, Corot, Puvis de Chavannes e dos impressionistas. Para compor esta obra, Seurat fez dezenas de esboços a carvão e a lápis, pois seu trabalho era sistemático e muito pensado, ao contrário dos impressionistas. Em seus croquis constavam um arco-íris e um cavalo, sendo posteriormente eliminados.

Os operários divertem-se numa tarde iluminada de domingo, junto ao rio Sena, diante da ilha da Grande Jatte em Asniére, fazendo parte de uma tranquila cena nos subúrbio de Paris. Eles estão imóveis, segundo as normas preestabelecidas pelo artista. As figuras humanas são vistas em formação rígida, como elementos compositivos, à maneira das obras de Piero della Francesca, tanto na simplicidade das formas como no emprego de formas regulares demarcadas pela luz. O pintor usou modelos vivos, vistos de perfil, sendo a pintura final feita em seu estúdio.

Cinco personagens isolados encontram-se na grama tomando sol. Um garoto de calção vermelho observa dois outros na água. Um barco com um remador transporta um casal, sendo que a mulher está coberta por uma sombrinha branca. Três barcos com velas brancas trafegam no rio. Vê-se, à direita, a ponta de um barco de regata com um remador. Em segundo plano estão uma ponte, edifícios e as várias torres de uma fábrica a soltar fumaça. Inúmeras árvores aparecem à direita e à esquerda.  Um pequeno cão é visto em primeiro plano, na parte inferior da pintura, à esquerda.

 A colossal tela – mais de seis metros quadrados – foi recusada pelo Salão oficial de Paris. Tal recusa levou Seurat a ficar distante do reconhecimento público, só participando das exposições dos artistas antiacadêmicos no Salão dos Independentes que em 1884 expôs esta pintura. Mesmo nesse meio – onde se supunha ser aberto às inovações – ele foi incompreendido tanto pelos artistas quanto pelos críticos e público. Ao ver sua obra, que terminara aos 24 anos de idade, recebida com zombaria pelo público e com desdém pelos próprios artistas que se insurgiam contra o academicismo, Seurat passou a isolar-se em seu estúdio, mas ciente de que estava avançando em seus estudos.

O artista deu especial atenção ao critério impressionista que levava em conta a cor e a luz, contudo, o resultado obtido por ele foi bem diferente, pois não se trata de um momento fugaz, mas da junção de muitos momentos na tela, recebendo seu estilo o nome de “sintético”.

Ficha técnica
Ano: 1883/1884
Técnica: óleo sobre painel de carvalho
Dimensões: 201 x 302 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

 Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultural
Impressionismo/ Editora Taschen
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/georges-seurat-bathers-at-asnieres

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