Autoria de Lu Dias Carvalho
A composição denominada Dânae a Receber a Chuva de Ouro é uma obra do pintor italiano Tiziano Vacellio, conhecido por Ticiano. O rei Fillipe II, ao ficar noivo de Maria Tudor, encomendou ao artista uma série de pinturas mitológicas, que esse denominou “Poesie”, sendo esta pintura o primeiro trabalho a ser enviado ao monarca.
A voluptuosa Dânae encontra-se nua, recostada nas almofadas que compõem o seu leito branco, com as pernas ligeiramente entreabertas, quando recebe a visita de Júpiter (Zeus), que a fecunda através de uma chuva de moedas de ouro. Ela se mostra tranquila, olhando para cima, como se não entendesse o que está acontecendo. Sua mão direita descansa na almofada e a esquerda entre as pernas. À sua direita encontra-se um cãozinho enrodilhado, dormindo tranquilamente.
Sentada no leito de Dânae, sobre uma colcha vermelha, encontra-se uma mulher malvestida, guardiã da torre, onde se encontra confinada a princesa, conforme mostram as chaves penduradas na sua cintura. Ao ver as moedas de ouro cair sobre a jovem, ela levanta, sôfrega, seu avental, no intuito de pegar algumas.
Através da abertura na torre, vê-se um céu acinzentado, com nuvens turbulentas, próximas à presença de Júpiter, em forma de chuva de ouro, onde um clarão dourado faz-se presente, cobrindo parte da cortina vermelha, à esquerda.
Segundo o mito, a bela Dânae era filha do rei Acrísio, que ambicionava ter um filho, para sucedê-lo. Assim, resolveu consultar o oráculo de Delfos sobre a chegada de um menino. Contudo, a resposta recebida deixou-o profundamente preocupado. Segundo a predição do oráculo, ele seria morto por seu próprio neto, ou seja, pelo filho de Dânae. Temeroso, Acrísio aprisionou a filha numa torre, muito bem vigiada, para que ela não tivesse contato com nenhum humano ou divindade, vindo a gerar um filho.
Zeus (Júpiter) que sempre traíra a esposa Hera (Juno), viu-se apaixonado pela princesa Dânae e, para ter acesso a ela, transmutou-se numa chuva de ouro, que se entranhou por uma rachadura no teto, engravidando-a. Ela viria a dar à luz o herói Perseu, responsável por matar a Medusa. Ao tomar conhecimento do acontecido, o rei ordenou que mãe e filho fossem postos numa arca, bem fechada, e jogados no mar. Quis o destino que a arca fosse encontrada por um pescador, que levou ambos ao rei de seu país, Polidectes, que os recebeu com muita alegria.
Ticiano fez, no mínimo, cinco representações desta tela, com poucas variações. O cãozinho, por exemplo, está fora de algumas delas. A primeira encontra-se em Napóles. Essas obras mitológicas eróticas foram muito influentes no trabalho de outros pintores.
Ficha técnica
Ano: c. 1551-1553
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 129 x 180 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha
Fontes de pesquisa
Ticiano/ Taschen
https://translate.google.com.br/translate?hl=ptBR&sl=en&u=http://artandcritique.com/titian-danae-with-nursemaid
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Lu
A pintura é a pura poesia. Não se diz que olhos também comem? A mente tem que ser alimentada, e eu ando a procura dum novo Ticiano, pois quem procura sempre encontra.
Abraços
Rui
Um bom pintor deve procurar conhecer a história, o estilo e algumas obras dos grandes mestres da pintura. Aqui no blog você encontra isso. Procure no ÍNDICE GERAL e depois em MESTRES DA PINTURA. Vá aos poucos lendo, para conhecer este universo tão maravilhoso. Lá também está a história de Ticiano. E, como diz, “quem procura sempre encontra”.
Abraços,
Lu
Lu
A obra é bela como sempre, muito bem interpretada,e traduzida em palavras de fácil entendimento.
Abraços
Rui
Realmente trata-se de uma obra belíssima sobre a mitologia grega feita pelo grande mestre Ticiano.
Abraços,
Lu