UM NOVO ESTILO – IMPRESSIONISMO I (Aula nº 81)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Na nossa viagem pela História da Arte passamos por diferentes épocas da história da humanidade: Pré-História (Período Paleolítico/ Período Neolítico/ Idade dos Metais), Antiguidade, quando nos defrontamos com a arte do Mundo Antigo (Egito/ Grécia/ Roma) e a Arte Bizantina. Na Idade Média tivemos contato com dois importantes estilos: Românico e Gótico. Na Idade Moderna travamos contato com os seguintes estilos: Renascimento, Maneirismo, Barroco e Rococó. Adentramos na Idade Contemporânea — esta em que vivemos, iniciada no século XVIII, continuando até os nossos dias —, responsável por um grande leque de estilos. Já vimos: Neoclassicismo, Romantismo, Realismo e agora nos embrenhamos na história belíssima do Impressionismo.

Na segunda metade do século XX um grupo de artistas revoltou-se com o excesso de temas históricos e o refinado acabamento que o Salão de Paris exigia, excluindo suas obras da exposição do Salão Oficial. O que interessava a esses pintores era retratar a vida moderna como a viam num determinado instante, a captura da impressão do momento no qual estavam presentes os fugitivos efeitos da luz solar. O contato entre eles teve início na década de 1860. Claude Monet conheceu Camille Pissarro por volta de 1860.  Alfred Sisley, Frédéric Bazille e Claude Monet conheceram-se em 1862 e Paul Cézanne passou a relacionar-se com o grupo por volta de 1863, ano em que o Salon des Refusés (Salão dos Recusados) expôs os quadros recusados pelo Salão oficial. Por sua vez, Edgar Degas e Édouard Manet vinham travando contato com o resto dos pintores desde finais da década de 1860. Eles se reuniam no Café Guerbois, onde trocavam ideias relativas à arte vigente. Seus quadros foram aceitos até o ano de 1870 pelo Salão oficial, angariando um relativo êxito, mas, após essa data, o júri passou a não os admitir com muita frequência.  

Claude Monet e Bazille tinham como projeto a realização de uma exposição independente que acabou não sucedendo, mas foi o germe para a que viria a acontecer anos depois. Veio a guerra franco-prussiana que desmanchou o grupo em 1870. Claude Monet e Camille Pissarro voltaram de Londres em 1871, onde se exilaram, mas não contavam mais com a presença de Frédéric Bazille que havia morrido na frente de batalha. O grupo resolveu deixar o Salão oficial, com exceção de Édouard Manet que ali continuou a expor seus trabalhos regularmente. As exposições independentes do grupo aconteceram entre os anos de 1874 a 1886. Tinham como objetivo encontrar uma saída para suas obras que se viam à margem do Salão oficial. Dentre os participantes da primeira exposição encontravam-se: Claude Monet, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir, Alfred Sisley, Edgar Degas, Paul Cézanne e Berthe Morisot. Esses sete artistas, responsáveis por realizar a primeira exposição em 1874, junto a Édouard Manet e a Edgar Degas (ainda que esses dois em razão de seus métodos e técnicas se mostrassem mais distantes do grupo) são tidos como os mais importantes pintores impressionistas.

Embora esse grupo de impressionistas tivesse como foco as exposições independentes, não significava que carregassem os mesmos ideais artísticos ou as mesmas concepções. Os objetivos artísticos e as ideias sobre a existência das exposições foram ficando cada vez mais diferenciados, como indica a mostra de 1886, a última delas, na qual se encontravam, como participantes do grupo inicial, apenas Edgar Degas, Camille Pissarro e Berthe Morisot. Os demais eram todos artistas novos, como Paul Gauguin, Georges Seurat e Paul Signac. As duas impressionistas mais conhecidas são a francesa Berthe Marie Pauline Morisot e a estadunidense Mary Stevenson Cassat que retrataram mulheres em ambientes domésticos, pois damas “respeitáveis” não podiam ter o mesmo comportamento dos homens à época. Esses podiam sair livremente a pintar cenas da vida contemporânea pelos campos e parques da cidade.

Os artistas impressionistas inspiravam-se no temperamento realista de Gustave Courbet e de seus seguidores, assim como nas paisagens em plein air (ar livre) dos pintores da Escola de Barbizon — Theodore Rousseau, Charles-François Daubigny e Jean-Baptiste-Camile Corot —, só que esses, excetuando Daubigny, acabavam suas pinturas no estúdio, o que, para os pintores impressionistas como Monet, Sisley, Renoir e Bazille — pelo menos no início do movimento — era totalmente impróprio. O poeta e teórico da arte francesa Charles-Pierre Baudelaire, já na década de 1840, solicitava aos artistas que refletissem sobre o tema do “heroísmo da vida moderna”. E Eugène Boudin, um dos mais interessantes pintores precursores do Impressionismo, escreveu em 1868 que “queria encontrar uma maneira de tornar aceitáveis os homens com casacos e as mulheres com impermeáveis, pois os burgueses que caminham pelo quebra-mar para o poente têm o mesmo direito que os camponeses de ser retratados nos quadros”.

Monet e Renoir passaram a retratar os passatempos suburbanos dos burgueses, a classe média passeando e divertindo-se pelos parques e campos dos arredores cidade parisiense. Pissarro enveredou-se pelos povoados dos arredores de Paris, interessando-se pelos camponeses que ali trabalhavam. Manet, Monet e Pissarro também representaram a temática da estação de trem e os trens. Durante a década de 1870, Renoir, Degas e Manet agregaram a seu trabalho outros temas da vida moderna: o mundo dos entretenimentos da cidade — da ópera ao café da classe trabalhadora. Degas, por sua vez, foi encantado pelo balé, através do qual externava os sentimentos dos bailarinos e também o entrelaçamento intrincado das figuras.  O nu feminino também foi retratado pelos impressionistas.

Muitos artistas que compunham o grupo de impressionistas continuaram envoltos por uma grande amizade, principalmente Claude Monet, visto como o pai dos impressionistas, Pierre Auguste Renoir e Camille Pissarro, no entanto, no que diz respeito ao trabalho artístico, começaram a tomar caminhos diferentes, como é comum acontecer na história da Arte. Mesmo que o círculo impressionista tenha se desfeito no final da década de 1880, a sua influência foi grande e duradoura. Mesmo tendo atingido o seu auge na França, o Impressionismo propagou-se por todo o Ocidente, ainda que nunca tenha chegado a ser uma escola no sentido exato da palavra. O Impressionismo em termos gerais é fundamentalmente um estilo pictórico.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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4 comentaram em “UM NOVO ESTILO – IMPRESSIONISMO I (Aula nº 81)

  1. Hernando Martins

    Lu

    A arte tem a capacidade de se reinventar, romper protocolos estabelecidos e promover mudanças em vários aspectos. O Impressionismo surgiu no final do séc. XIX na França, sob a influência nos trabalhos de Edouard Manet. Diferencia do Realismo principalmente por ter uma temática mais espontânea, focando em paisagens urbanas e suburbanas, captando o momento, pois geralmente as obras eram feitas ao ar livre. Lembrando que o estilo anterior, o Realismo, trazia a temática do cotidiano, mostrando a vida das pessoas da época. No Impressionismo as pinceladas são menos precisas, com muito colorido, deixando o observador encantado com tanta formosura.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Hernando

      O Impressionismo foi uma fase artística de muita criatividade no campo pictórico. A união de grandes e talentosos artistas num só grupo, contrapondo-se às imposições do Salão Oficial de Paris, foi responsável pelo surgimento de grandes momentos na história da arte, dando vida a trabalhos maravilhosos. O mais interessante é que esses artistas puderam dar vida à sua criatividade, sem ter que seguir determinadas diretrizes. Eram livres para criar o que bem quisessem, sem ter que se submeter a nenhum tipo de regras. Isso contribui para que esse fosse um dos períodos mais ricos da arte pictórica.

      Abraços,

      Lu

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  2. Adevaldo R. Souza

    Lu

    Seja bem vindo o novo estilo – Impressionismo, com suas novas formas de registrar a luz e as cores, quando as telas eram pintadas ao ar livre, objetivando criar obras espontâneas e inspiradas na natureza.

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