Autoria de Lu Dias Carvalho
Quem nunca recebeu um presente que não tem nada a ver consigo? Isso acontece porque nós, até mesmo quando presenteamos alguém, pensamos muito mais no nosso gosto do que na apreciação do presenteado. Somos por demais egocêntricos. Imaginamos que aquilo que nos agrada, também irá agradar o outro. E sem dedicar à pessoa a ser presenteada um mínimo de nossa atenção, acabamos, muitas vezes, por lhe dar um presente de grego, não lhe restando outra alternativa senão a de passá-lo para frente ou deixá-lo adormecido num cantinho do guarda-roupa ou porão.
Segundo conta Homero (poeta da Grécia antiga ao qual é atribuída a autoria dos poemas épicos “Ilíada” e “Odisseia”) sobre a guerra de Troia, assim como vários escritores antigos e modernos após ele, por ocasião da guerra entre troianos e gregos, os últimos presentearam os primeiros com um colossal cavalo de madeira, empanturrado de soldados gregos por dentro, deixado à entrada da cidade de Troia.
Ao verem aquele formoso cavalo a enfeitar a entrada de sua cidade, os troianos logo concluíram, erroneamente, que se tratava de um presente enviado pelo inimigo que estava a pedir arrego. E como faltasse perspicácia aos troianos e sobrasse-lhes arrogância, trataram logo de levar o gigantesco presente para dentro de suas muralhas, passando a comemorar a enganosa vitória, encharcando-se de vinho. À noite o cavalo pariu um monte de guerreiros gregos que mataram a guarda troiana que protegia os portões, abrindo-os, a fim de que os outros guerreiros, postados do lado de fora, entrassem na cidade e assegurassem a vitória grega.
Assim, a expressão idiomática presente de grego passou a ser algo que vêm a nos dar desprazer, embora seja aparentemente agradável. O presente só prejudica quem o recebe, e que adoraria não o ter recebido. A expressão cavalo de Troia tomou uma amplitude maior, passando a significar um inimigo encoberto, um embuste destrutivo, um artifício astuto, um ardil para enganar o outro o obter o que deseja. A expressão é tida até como o nome de um terrível vírus de computador.
Ainda se referindo à Guerra de Troia, existe a conhecida expressão agradar a gregos e troianos, no sentido de que algo tem o poder de agradar a quaisquer pessoas, ainda que se encontrem em lados opostos. É unanimidade!
Views: 10
Lu
O “cavalo de Troia” é um alerta muito útil para não entrarmos numa “fria”, principalmente se tal presente vier da parte de inimigos ou de pessoas não confiáveis. Mesmo que não tenham feito nada. Presente só de pessoas altamente dignas de nossa amizade. A maioria dos seres humanos sempre foi ávida de poder, dinheiro e mandar nos mais fracos. A crueldade, a maldade, entre outros adjetivos ruins, sempre fizeram parte de muitos. Basta olharmos à nossa volta : os poderosos esmagando os fracos. Se antes matavam com espadas, cavalos e outras artimanhas, hoje matam com armas sofisticadas, fome, doenças, mentiras, ignorância, entre outros. As pessoas, a maioria delas, nem sabem que cavalos de Troia existem por aí. E está cada vez pior.Não vejo saída para um mundo melhor.
Marinalva
É verdade tudo o que expõe em seu comentário. Não sei onde iremos parar, pois o mundo está cada vez mais controverso. As pessoas estão perdendo o bom senso.
Abraços,
Lu
Lu
Estamos sempre recebendo presente de grego, principalmente dos políticos de nosso país. Para os lados das Oropas um senhor recebeu um presente de grego dos bons. Certa vez um fazendeiro foi visitar seu vizinho e ficou encantado com seu belo cão.
– Você vende esse cachorro? – erguntou o visitante.
– Não gosto de vender animal de estimação, mas como somos amigos, pode levá-lo de presente – respondeu o vizinho.
O moço agradeceu e levou o animal. Depois de uma semana não ficou uma galinha viva, pois o cachorro devorou todas.
Devas
Haja presente de grego neste Brasil. O povão merece ser presenteado! Vamos arranjar um cachorro desse e soltar em Brasília.
Abraços,
Lu