Autoria do Dr. Telmo Diniz
Uma pesquisa divulgada há cerca de um ano, pelo IBGE, já indicava falhas severas na dieta dos brasileiros. Segundo o estudo, o cardápio da população é carente de vitaminas e ainda abusamos do sal. Quase não comemos verduras, frutas e leguminosas. A dieta também é carente na ingestão de vitamina D, cálcio, de vitaminas A e E, além das fibras.
A partir destes dados, podemos ver e vislumbrar o porquê do aumento das chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial e diabetes. O consumo exagerado de sal ocorre em cerca de 69% das mulheres e 88% dos homens brasileiros. Isto por si só provoca elevações dos níveis de tensão arterial, que se traduzem no futuro em um infarto do miocárdio e isquemias cerebrais.
A falta ou a deficiência na ingestão de cálcio e vitamina D está sabidamente ligada a ossos mais fracos e, consequentemente, osteoporose à vista. Ainda sobre a vitamina D, que já abordamos neste blog, a falta não só na dieta, mas a pouca exposição ao sol, está levando as pessoas a apresentarem níveis alarmantes quando mensuradas no sangue. A falta de vitamina A também foi constatada no estudo, pois a deficiência desse nutriente chega a alcançar mais de 80% entre os adultos. Sua deficiência crônica é causa de doenças da visão, incluindo cegueira.
Vilões
O maior consumo de carboidratos e alimentos processados no prato dos brasileiros, como biscoitos recheados, salgadinhos, pizzas, doces e outros de altos teores calóricos e baixo valor nutricional, são os responsáveis pelas altas do colesterol, dos triglicerídeos e pelas elevadas taxas de obesidade. É importante o leitor entender que o que mais engorda é o consumo de alimentos que contenham carboidratos, pois esses se transformam rapidamente em açúcar no sangue, que se não forem utilizados como energia, serão estocados em nosso corpo em forma de gordura.
A deficiência de vitaminas na alimentação, em médio prazo, provoca alterações no nosso metabolismo, pois são elas (as vitaminas) as catalisadoras das reações químicas, em especial as do complexo B. Sem elas, as reações metabólicas não ocorrem ou o fazem de forma deficitária. Portanto, em médio prazo, aparecem quadros inespecíficos de fadiga ou uma indisposição sem explicação aparente, baixas do sistema imunológico com infecções de repetição ou alergias variadas, entre outras queixas. O consumo de fibras, também abordado nesse estudo, ficou abaixo do recomendado em quase 70% dos brasileiros.
Um novo estudo do IBGE demonstra que os gastos dos brasileiros com alimentação, cultura e educação encolheram no orçamento familiar. Segundo o instituto, a fatia destinada à alimentação baixou de 16,9% para 16,1%, a educação de 3,3% para 2,5% e para a cultura e recreação de 1,9% para 1,6%. Classes menos favorecidas, como a C, estão em ascensão e consumindo mais. Porém, as pesquisas apontam para uma população cada vez mais obesa, mal nutrida, constipada e menos culta. Temos de parar para refletir que algo esta errado, quando se pensa que saúde e educação são a base de sustentação de uma sociedade desenvolvida
(*) Imagem copiada de www.coletivoverde.com.br
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