O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental. Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos fala sobre o agir das cores em nosso corpo.
Ninguém pode negar que a cor de um ambiente afeta o ânimo que o torna mais ou menos agradável, calmante, desagradável, excitante… Poucos, a não ser os que tenham dedicado um pouco de atenção ao estudo da cromoterapia, poderão, no entanto, avaliar o quanto somos sujeitos à ação das várias taxas de vibrações que nos envolvem a cada instante.
A luz solar é formada por ondas vibratórias de variados comprimentos, cada uma das quais preenche seu papel na manutenção do equilíbrio energético do planeta e consequentemente da vida. Dessas ondas, as que têm comprimento acima de 410 e abaixo de 718 são captadas por nossos olhos e as chamamos de cores. Elas constituem, portanto, a parte visível do espectro e se dispõem na seguinte sequência; violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. São as cores principais do arco-íris.
Além desta parte visível, outro mundo vibratório que os olhos não captam, atinge-nos. Algumas ondas são absorvidas e utilizadas na própria epiderme, outras vão a camadas mais profundas da pele; para outras, o sangue ou um determinado plexo nervoso são receptores específicos. Há finalmente aquelas às quais somos como que transparentes, pois nos atravessam como se fôssemos de vidro. Existem raios que liquidam com bactérias patogênicas. Outros, como os raios ultravioletas, incidindo sobre gorduras naturais da pele, produzem agentes antirraquíticos (vitamina D). Outros tostam a epiderme, enquanto alguns são apenas térmicos, como os infravermelhos.
As radiações visíveis ou cores são as que nos interessam, assim mesmo tanto quanto contribuam para a saúde mental e psicossomática. A cromoterapia é a ciência que, se aproveitando das técnicas de decomposição da luz branca solar, toma uma ou mais delas como agentes terapêuticos específicos. As cores são utilizadas segundo várias técnicas tais como:
- banhos de cores puras (com auxílio de lâmpadas ou emprego de vidros coloridos, ou panos estendidos, ou prismas);
- b) água irradiada (seja utilizando garrafas coloridas, irradiação com vidros. . . )
- c) pintura de ambientes e uso na indumentária.
Por razões óbvias restringir-nos-emos apenas aos últimos recursos. É pouco dizer que o vermelho é cor “quente e excitante”, que o azul é “frio e calmante”, que o amarelo é “alegre”… Vamo-nos aproveitar de um estudo de Iglesias Janeiro (Auto Superacion Integral) e ganharmos um pouco mais de conhecimento sobre a influência do mundo colorido sobre o organismo, sobre a mente, bem como sobre nossos níveis espirituais. Do que aprendermos, podemos tomar providência no sentido de evitar a cor malfazeja ou procurar a que nos convém, segundo nosso caso particular, segundo o que desejamos que ela faça em nosso benefício. Nesta magia das cores, portanto, é indispensável que conheçamos o que cada uma vale para o organismo e para o plano psíquico-espiritual.
Os conhecimentos sobre a influência das cores em nossa vida, não os encontrei na literatura propriamente ligada ao Yoga ou aos Vedas. Minha conclusão é a de que, os Mestres da Índia, muitos dos quais, por extrema pobreza e indiferença pelos aspectos exteriores, usam vestes sumárias, despreocupados com seu matiz. Contudo, não podemos nós, já que estamos pretendendo por todos os meios evitar ou corrigir distúrbios nervosos, desprezar as experiências feitas pela ciência ocidental. Não devemos também desconhecer que a ritualística religiosa de qualquer tempo e em todos os templos explorou a sensibilidade psíquica às cores.
Os prédios, os altares, os paramentos sacerdotais, através das cores e das formas, ao lado de outros estímulos, como a música e as essências aromáticas, atuam magicamente sobre as emoções e sentimentos dos crentes. Iglesias faz referência a uma técnica psiquiátrica que, segundo ele, foi usada na reedificação mental de soldados vítimas de shock (comoção de medo) nos campos de batalha da última guerra mundial. Chama-se aurorátono e consiste num “influxo da maravilha das cores e sons que comovem o ânimo do paciente”, com o que “sua psique revive as noções primárias vinculadas ao poder criador de quem vê e ouve, e pouco a pouco se sobrepõe à conturbação sofrida, terminando por olvidar o deprimente e os efeitos físicos e mentais que o acompanham”.
Vejam o valor e efeito de cada co no próximo texto.
Leia também: AS CORES E SEUS EFEITOS
*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF no Google.
Nota: imagem copiada de Dicas de Massagem
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