Corregio – DÂNAE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

danae

A composição denominada Dânae é uma obra-prima do pintor italiano Corregio, exímio pintor de temas religiosos e profanos. A obra baseia-se no mito grego, encontrado nas Metamorfoses de Ovídio, que narra a paixão de Zeus (Júpiter) pela jovem Dânae. Esta temática tem sido usada por diversos artistas ao longo da história da arte desde o século XVI.

Corregio ficou muito famoso em razão de uma série de pintura que relatavam os amores dos deuses, encomendada por Frederico Gonzaga II de Mântua. As mais incríveis são “Júpiter e Io”, Leda e Júpiter e Antíope, todas presentes aqui neste espaço. Contudo, Dânae é sem dúvida a mais bela de todas, cujo tema era de inteiro domínio de Corregio, cujos nus eram de grande sensualidade.

A pintura narra o momento em que Dânae, semicoberta por um lençol, recebe a visita do insaciável Zeus, o deus dos deuses, metamorfoseado numa chuva de ouro que é representada por uma nuvem dourada que paira sobre seu leito. Aos pés da princesa, sentado em sua cama, encontra-se Cupido (Eros), o deus do amor, que segura uma parte do lençol que tapa o baixo ventre da princesa, dando-lhe uma forma de bojo, de modo que ela possa receber o apaixonado Zeus. Duas pequenas crianças (putti) brincam no canto inferior direito da pintura, alheios à cena que se desenrola acima delas. A janela aberta, à esquerda, leva a uma bela paisagem azulada.

Conta a mitologia que a princesa Dânae era filha de Acrísio, rei de Artos. Sua sorte foi determinada por um oráculo, que predisse a seu pai que ele seria morto por seu neto. No intuito de ver-se livre de tal profecia, Acrísio enclausurou a filha numa torre, onde ela foi fecundada por Júpiter que a visitou em forma de chuva de ouro. Ao tomar conhecimento de que Dânae tivera um filho, Acrísio colocou-a, juntamente com o neto (Perseu), dentro de uma arca, lançando-a ao mar. Mas tal objeto foi encontrado por um pescador que libertou seus prisioneiros e levou-os ao rei Polidectes que os recebeu com extremada alegria. E ali os dois passaram a viver, até que o vaticínio fosse cumprido.

Evocar a beleza de jovens corpos desnudos, fazendo-os palpitar de vida ante cenários paisagísticos envoltos num colorido que se esvai aos poucos em suaves nuances foi na verdade uma das especialidades desse artista singular.(José Roberto Teixeira Leite e Elisa Byington)

Ficha técnica
Ano: c. 1543
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 161 x 193 cm
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Galeria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
Mitologia/ Thomas Bulfinch

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