Autoria de Lu Dias Carvalho
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O quadro conhecido como A Transfiguração de Cristo é uma das maiores obras-primas do final do século XV da pintura em Veneza, obra do pintor italiano Giovanni Bellini que mostra uma passagem da vida de Jesus Cristo em meio a uma ampla paisagem. Elementos como os rochedos e a disposição das figurações lembram a influência de Mantegna — seu cunhado. A paisagem por sua vez já demonstra o interesse do artista por árvores, flores, formas arquitetônicas e pelo céu com seus diferentes tons. Chamam atenção os pormenores das roupas dos personagens com suas dobras sofisticadamente trabalhadas.
Segundo os relatos bíblicos, enquanto o Mestre Jesus encontrava-se em oração, seu corpo começou a resplandecer de uma forma jamais vista e imediatamente ladearam-no os profetas Elias e Moisés. Este tema era muito querido ao artista, sendo esta uma segunda versão do pintor, bem mais descontraída e bela, retratando os personagens de baixo para cima, elevando Jesus e os dois profetas acima da paisagem.
Jesus Cristo transfigurado, com suas vestes brancas rutilantes, quase translúcidas, encontra-se sobre um pequeno monte no centro da paisagem, de frente para o observador. Tem a seu lado as figuras enlevadas de Moisés, com a mão direita estendida, e de Elias, com a mão esquerda sobre o coração. Ambos os profetas estão voltados para o Mestre, cujos braços abertos parecem abençoar. As três figuras encontram-se em simetria que se amplia com a posição de uma árvore de cada lado.
Aos pés de Cristo e dos dois profetas do Antigo Testamento encontram-se no chão os apóstolos Pedro, Tiago e João, visivelmente espantados. Pedro é o apóstolo do meio, ajoelhado e trajando um manto vermelho. Tiago está à esquerda com seu manto escuro, indicando um gesto de fuga, enquanto João, com seus cabelos cacheados, encontra-se a direita, sentado no chão, como se tivesse caído e sem forças para levantar-se. Eles também estão em simetria que é quebrada apenas pelo tronco em frente a Tiago. A árvore cortada, sem folhas, flores e frutos, simboliza a vida sem a presença de Jesus Cristo.
A paisagem em volta é majestosa com sua natureza humanizada e luz brilhante, vinda da esquerda e reverberando por todos os lados. Uma cerca em diagonal aparece à direita, em primeiro plano e, após ela, vê-se um abismo rochoso, separando o observador da cena sagrada à sua frente. É a separação do mundo terreno do divino. Ao fundo, à direita, são vistas edificações, estradas, campos e montes.
À esquerda, ao fundo, grande parte dos elementos encontra-se no escuro, pois a sombra da noite ali já chegara. Ainda assim é possível vislumbrar um castelo ou mosteiro. Outras cenas acontecem em volta do grupo central, enquanto as sombras da noite não caem: um homem conduz seus animais; uma rês branca está deitada ao lado da estradinha; um pastor leva seu rebanho de volta para casa; dois homens (ou frades), conversam despreocupadamente sem se aperceberem do que está acontecendo.
Ficha técnica
Ano: c. 1478/79
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 115 x 151,5 cm
Localização: Museu Nacional di Capodimonte, Nápoles, Itália
Fontes de pesquisa
Giovanni Bellini/ Abril Cultural
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.theartofpainting.be/AOP-Transfiguration.htm
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Lu,
A religião continua como tema predominante em todas as obras, até o Renascimento passa a ideia de uma “aprisionamento” religioso. É intrigante não termos mais obras que alternassem este ciclo.
Antônio Messias
Como os grandes mecenas encontravam-se dentro do campo religioso ou se encontravam atrelados a esses, é natural que as obras fossem de cunho religioso, pois os artistas não conseguiriam vender seus trabalhos se esses não primassem pela temática religiosa e tampouco conseguiriam sobreviver sem tais mecenas.
Abraços,
Lu