Autoria de Lu Dias Carvalho
Coubert não queria formosura, queria realidade. (E.H. Gombrich)
Sejamos verdadeiros mesmo que feios! (Courbet)
Espero sempre ganhar a vida com minha arte, sem me desviar um milímetro de meus princípios, sem ter mentido à minha consciência nem por um único momento, sem pintar sequer o que pode se coberto pela palma de minha mão para agradar a alguém, ou para vender mais facilmente. (Gustave Courbet)
O francês Gustave Courbet (1819-1877) nasceu na cidade de Ornans, em meio a uma bem-sucedida família de agricultores. Estudou com Flajoulat, que fora aluno do famoso pintor Jacques-Louis David. Aos 20 anos de idade, foi para Paris, onde estudou com o pintor Steuben, e também fez cópias no Louvre.
A primeira pintura de Courbet, aceita pelo famoso Salão de Paris, foi Autorretrato com Cão Preto (imagem maior), feita em 1844, aos 25 anos de idade. Quatro anos depois, o artista expôs 10 telas no Salão, chamando para si a atenção de um crítico de arte. No ano seguinte, um júri, composto por artistas, escolheu onze quadros do pintor. A obra Depois do Jantar em Ornans (imagem menor) ganhou a medalha do Salão.
Oito pinturas de arte, dentre as quais se encontravam as polêmicas Enterro em Ornans e Os quebradores de Pedra foram expostas no Salão. E, em 1855, quando Courbet encontrava-se com 36 anos de idade, onze obras suas foram exibidas na Exposição Universal. Aos 51 anos, o artista foi agraciado com a Legião de Honra, mas recusou-se a receber a homenagem. Em 1871, fez parte da Comuna de Paris, sendo preso após sua derrota e condenado a seis anos de prisão. Dois anos depois, ele se auto exilou em La Tour de Peilz, na Suíça, onde veio a falecer quatro anos depois, aos 58 anos de idade.
Gustave Courbet esteve sempre no meio das controvérsias, quer fossem políticas, sociais ou artísticas. Foi um grande reformador da arte do século XIX. Totalmente contrário ao academicismo da época, foi importante na subversão dos dogmas do Neoclassicismo e do Romantismo. Para ele, a arte devia estar conectada com o mundo real, sendo essa a única temática a orientá-la. Não lhe agradava as qualidades idealizadas, queria pintar as coisas como as via. O artista caminhava para o Realismo. Ele foi tão importante na sua maneira democrática de ver a arte, a ponto de influenciar os movimentos artísticos que vieram a seguir. Ele achava que os artistas deveriam pintar a realidade de sua própria época, aproximando a arte do homem da rua.
Anteriormente a Gustave Courbet, pintores como Jacques-Louis David (neoclássico) e Eugène Delacroix (romântico) executavam pinturas narrativas, cujos temas eram históricos, mitológicos ou religiosos que, segundo os críticos, aludiam às grandes questões morais da experiência humana. Mas Courbet, ao chegar a Paris, pôs-se contrário a esse tipo de pintura moralizante, buscando seus temas no dia a dia, principalmente, retratando a vida dos camponeses em seus vilarejos. Para ele, no cotidiano havia temas tão sérios como aqueles vistos na pintura tradicional. Foi seguido por Jean-Françoise de Millet e Charles-Emile Jacques, entre outros de seu círculo.
Courbet foi influenciado pela arte de Caravaggio e de seus seguidores, pela sofisticada técnica de Diego Velázquez, pelo filósofo Pierre-Joseph Proudhon, Karl Max e pelo escritor Jules-François Félix Husson Champfleury. E inspirou os artistas impressionistas, Édouard Manet, James Abbott, Paul Cézanne, Paul Gauguin, Lucian Freud, entre outros. É tido como o condutor do movimento realista na pintura. Também pintou paisagens realistas, marinhas, naturezas-mortas e temas eróticos.
Fontes de pesquisa
Os pintores mais influentes do mundo/ Girassol
A história da Arte/ E.H. Gombrich
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