Autoria do Dr. Telmo Diniz
Uma em cada quatro pessoas ronca habitualmente. O problema é mais frequente em homens e obesos. O som ruidoso do ronco ocorre quando há uma obstrução à livre passagem do ar através de estruturas localizadas na parte de trás da boca e do nariz. Essa é a área de colapso das vias aéreas, onde a língua e as partes superiores da garganta encontram o palato mole (céu da boca) e a úvula (campainha). O ronco ocorre quando essas estruturas batem umas nas outras e vibram durante a respiração. O excesso de tecido, no fundo da garganta, estreita a passagem do ar e contribui para a produção do ronco, como ocorre com os obesos.
Do ponto de vista médico, o ronco perturba o padrão de sono e priva o roncador do descanso adequado, o que pode causar sérios problemas de saúde ao paciente ao longo do tempo. Cerca de 5 % dos roncadores apresentam a apneia obstrutiva do sono, caso em que o ronco é interrompido bruscamente por episódios frequentes de parada respiratória, que podem durar mais de 10 segundos e podem ocorrer mais de cinco vezes a cada hora. Esses episódios podem reduzir a saturação de oxigênio no sangue, aumentando o trabalho do coração e expondo o paciente a graves riscos cardiológicos e neurológicos, tais como:
- hipertensão arterial,
- arritmias cardíacas,
- infarto agudo do miocárdio
- e derrames cerebrais.
A apneia faz também com que o roncador não tenha um sono reparador, o que causa sonolência diurna e traz uma série de riscos, como acidentes de trânsito, por exemplo; além da redução na capacidade de trabalho.
Sintomas
Sintomas comuns da apneia obstrutiva do sono durante a noite incluem:
- ronco alto,
- sono agitado,
- paradas respiratórias,
- engasgos, pesadelos
- e acordadas frequentes para urinar.
Já durante o dia, a pessoa pode apresentar:
- sonolência diurna com sensação de cansaço,
- dificuldade de concentração,
- irritabilidade,
- redução da libido,
- dor de cabeça matinal
- e boca seca ao acordar.
Pessoas que roncam com facilidade, em qualquer posição, devem procurar um médico. Através de um exame completo do nariz, boca, garganta, palato e pescoço, o otorrinolaringologista realizará o diagnóstico e indicará o tratamento adequado. Para um diagnóstico completo do ronco é necessário a polissonografia, um exame que determina a gravidade do ronco e da apneia, bem como o efeito sobre a saúde do paciente.
Dentre os tratamentos existentes podemos destacar:
- orientação dietética para redução do peso,
- adaptação de aparelhos intra-orais,
- adaptação de aparelhos de respiração (PAPs),
- tratamentos cirúrgicos.
O tratamento escolhido será decidido de acordo com cada caso.
Dicas
Vão aí algumas dicas para os roncadores:
- perder peso com exercícios físicos e adotar um padrão de alimentação saudável,
- não ingerir tranquilizantes, soníferos, ou anti-histamínico antes de dormir,
- evitar álcool, lanches ou refeições pesadas, pelo menos, quatro horas antes de deitar-se,
- dormir de lado ao invés de “barriga pra cima”
- e manter a cabeceira da cama 10 cm elevada.
(*) Imagem copiada de linguaportuguesatiade.blogspot.com
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Dr. Telmo
Além dos perigos causados pelo ronco e pela apneia, dormir ao lado de alguém com tais problemas é terrível. Em suma, a pessoa não consegue dormir direito, também.
Excelente texto!
Lu