OCITOCINA – HORMÔNIO DO AMOR E DA BONDADE

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Danilo Vilela Prado

É um hormônio produzido principalmente pelo hipotálamo, região do cérebro do tamanho de uma amêndoa, e é liberada diretamente no sangue pela glândula pituitária. Inicialmente, pensava-se que sua produção era exclusiva das mulheres no momento do parto, ao auxiliar as contrações uterinas, diminuir o sangramento e estimular a liberação do leite materno, criando laços fortes entre a mãe e o bebê. Mas a ciência vem provando que esse espetacular hormônio não é exclusividade feminina. Homens também produzem ocitocina, quando possuem apego e empatia com outras pessoas e animais. Além disso, o hormônio estimula parte do prazer no orgasmo, é anti-inflamatório, protege o sistema cardiovascular de possíveis danos que podem ser causados pelo estresse, ao reduzir os níveis de cortisol (o chamado “hormônio do estresse”) e baixa a pressão sanguínea.

Recentemente, a revista Saúde é Vital, nº 390, publicou artigo no qual cita pesquisas que apontam que a ocitocina protege o coração de lesões, ao descongestionar artérias; estimula o bom funcionamento dos rins, porque elimina o excesso de sódio por meio da urina; auxilia na reversão da disfunção erétil; inibe o medo; abranda a fome; e atua positivamente durante e após a maternidade. Também reestrutura neurotransmissores no cérebro, com o efeito de criar mudanças positivas. Por isso, tem sido classificada como o “hormônio do amor”, pois toda vez que é produzida e liberada estimula os sentimentos de amor, atração, carinho, proteção e bondade. Ao proporcionar excitação entre as pessoas, cria boas relações entre amantes e amigos. Além dos magníficos efeitos do hormônio, secretar a ocitocina é muito mais fácil do que as pessoas podem imaginar. Bastam boas intenções e praticar o bem com pessoas e animais. Toda vez que praticamos a bondade, ajudando material e psicologicamente, ou dando conforto espiritual aos desafortunados, liberamos ocitocina. Por isso, é muito comum encontrar quem esteja “viciado” em fazer o bem. Existem centenas de milhares de pessoas que fazem espetacular trabalho de apoio aos carentes, enfermos e desvalidos.

A médica Zilda Arns e a Madre Tereza de Calcutá, por exemplo, certamente produziam ocitocina acima da média, porque a vida delas foi sempre dedicada a salvar seres humanos da miséria. Só com a disseminação do soro caseiro no Brasil e em outros países, Zilda Arns salvou da morte milhares de pessoas, na maioria crianças desamparadas e pobres. Mas se a ajuda for interesseira, na esperança de receber retribuição, certamente a ocitocina não será liberada e levará à frustração, porque o hormônio brota espontaneamente da alma, da intenção de aliviar o sofrimento que existe no mundo. Ajudar por ajudar, não traz benefício. É preciso envolvimento do coração, com o uso de toda a boa vontade, a fim de reverter as situações desfavoráveis dos infelizes. Só dessa forma a ocitocina jorrará abundantemente, criando um ciclo de afeto, amor, compaixão, solidariedade, amizade, amparo e felicidade mútuas entre os que ajudam e aqueles que são ajudados.

A ocitocina é a verdadeira substância das mudanças que causam benefícios. Existe somente no polo positivo da humanidade e é capaz de transformações gigantescas em momentos de sua. Assim aconteceu logo depois da Segunda Guerra Mundial, quando a solidariedade “explodiu” sob a forma de ajuda humanitária para milhões de vítimas. O pós-guerra foi transformador e fortaleceu o sentimento de que aquele capítulo infeliz da história não pode ser repetido. Felizmente, nós não temos hoje sofrimento da proporção da última Grande Guerra. As ações devem ser, portanto, individuais ou coletivas, mas sempre no sentido de ajudar. Liberar ocitocina significa a liberdade e a libertação dos que dedicam a praticar atos de bondade. Quem pratica o bem começa a se sentir cada vez melhor, com maior disposição física, bom-humor, leveza do corpo e da alma. A interação social fica mais intensa, cresce o nível de tolerância com o que chateia. A compreensão dos acontecimentos, sejam bons ou ruins, dá-se em nível cada vez mais maduro, amenizando a aspereza da vida.

A ocitocina é também considerada a principal responsável pelo amor e carinho que damos aos animais. Eles retribuem das mais variadas maneiras, seja manifestando alegria, brincando e nos acariciando ao demonstrar o quanto gostam de quem os acolhe. Os cães atualmente ocupam lugar de destaque na sociedade, porque é amigo, fiel, brincalhão e desempenha funções como aliviar o estresse e proporcionar felicidade. Por causa de seu comportamento amistoso desperta em crianças, homens e mulheres sentimentos de bondade, que têm como consequência a liberação de ocitocina. Já nas primeiras descargas da ocitocina forma-se uma relação natural de bem-estar entre os que ajudam e os que são ajudados, de bondade e agradecimento, de sensação de ser útil por acolher e ser acolhido. Assim se estabelece, por meio de um hormônio, uma engrenagem de solidariedade que costuma durar anos e até décadas. E que, ao longo dos séculos, amenizou instintos primitivos dos seres humanos, que tendiam sempre a dominar cada vez mais homens e animais.

Nota: imagem copiada de Procuromaissaude.com

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18 comentaram em “OCITOCINA – HORMÔNIO DO AMOR E DA BONDADE

  1. Ugeninelson Autor do post

    Danilo
    Sua divulgação reforça, enriquece e ratifica que somente o amor constrói. E tudo o que a ciência descobre e contribui para o desenvolvimento da sociedade de forma inconteste, na verdade só consegue produzir plena felicidade, paz, sossego e realização pessoal, quando há o incremento do amor. E amar é fazer tudo para que o outro, no seu canto, tenha aquilo que ele julga necessário para a sua felicidade. Sendo que, na maioria das vezes, o outro nem sequer gostaria do que nós achamos que ele cobiça de nós e em nós. E se os conflitos se acirram, claro está que esse ingrediente está escasso. O amor é o sal. O amor é a luz. Sem ele a tendência é de acabarmos sozinhos, enclausurados nos dédalos inextricáveis do egoísmo. Porque não há doação à causa alheia. E como somos todos membros de um mesmo corpo, e se um membro sofre, em alguma parte do corpo tem que haver o reflexo. E para ver e ouvir os gritos ensurdecedores do sofrimento, basta atentar para a periferia do corpo, ou para suas partes mais recônditas.

    Onde não houver amor se dá a necrose do viço da vida. E não se exala alegria. E falta o riso. O riso da alma que se ri da brincadeira de amar. Coisa de criança. Que não olha a diferença, o jeito do outro. Mas na pureza angelical do momento, só quer brincar.

    Danilo, tudo de bom pra você.

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    1. Danilo Vilela Prado

      Prezado Ugeninelson,

      As suas palavras e o conteúdo que expressam são tão belas e verdadeiras que fica até difícil responder. Só posso dizer que você foi brilhante na abordagem. O que me faz grande entusiasta da vida é ver exemplos, aos milhões, de pessoas que se dedicam a doar o que possuem aos demais seres humanos e também a respeitar os animais e a natureza. É a expressão mais linda do amor humano.

      Acredito no poder transformador do amor. A realidade de boa parte dos humanos é transformada para melhor, segundo a segundo, neste mundão em que vivemos por pessoas caridosas e repletas de amor, o qual se transforma em práticas seguidas por outros. Normalmente, as correntes de bondade prosperam. HÁ MUITO MAIS SERES HUMANOS BONDOSOS QUE PERVERSOS. A luta entre o bem e o mal se equilibra, mas a tendência é que o bem vença, sempre.

      Obrigado por compartilhar a sua linda mensagem.

      Forte abraço,

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Leila

      Certos brasileiros estão precisando de uma grande dose de ocitocina nos dias atuais, pois estão deixando a ética de lado.

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. Danilo Vilela Prado

        Concordo com você, Lu.

        O brasileiro perdeu o respeito com os concidadãos e a ética, ou, se não perdeu e estava sem manifestar toda essa irracionalidade a que assistimos nos últimos anos, resolveu botar pra fora toda a falta de compostura. É lamentável.

        Abraço

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    2. Danilo Vilela Prado

      Prezada Leila,

      A bondade está presente na humanidade em maior proporção que a maldade, ou seja, por causa da ocitocina, os seres humanos são mais “viciados” na bondade do que na ruindade. Pena que os órgãos de comunicação noticiam mais as barbaridades e a violência diária. Deveríamos ter um canal exclusivo de boas notícias. Seria uma mudança de paradigma.

      Segue o link de texto de minha autoria sobre as pessoas de bom coração. https://otemplodosguerreiros.com/2014/09/11/pessoas-de-bom-coracao/

      Abraço,

      Danilo

      Responder
    1. Danilo Vilela Prado

      Prezado Marcos,

      Fico contente em saber que gostou do texto. Pode repassar à vontade, pois é uma ótima ideia divulgar ao público a importância da bondade originária da ocitocina.

      Abraço,

      Danilo

      Responder
    2. Danilo Vilela Prado

      Prezado Marcos,
      Fico contente em saber que gostou do texto. Pode repassar à vontade, pois é uma ótima ideia divulgar ao público a importância da bondade originária da ocitocina.

      Abraço

      Responder
    1. Danilo Vilela Prado

      Prezada Matê,
      O mundo já está repleto de altas doses de ocitocina. O maior problema é a falta de divulgação. Há uma tendência de todos nós de chamar a atenção para os acontecimentos ruins. Podemos contribuir muito ao divulgar nas redes sociais as notícias boas que não são divulgadas como deveriam. Ah, também podemos individualmente produzir ocitocina ao sermos solidários e compassivos com pessoas que passam por dificuldades. Muitas vezes o sorriso espontâneo e o abraço apertado e sincero produzem efeitos extraordinário.

      Abraço

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  2. Mario Mendonça

    Danilo
    Se a Ocitocina não for comercializada, os certos racionais jamais a terão! Fazer o bem, é pra seres evoluídos, e a imensa maioria não é.
    Abração

    Mário Mendonça

    Responder
    1. Danilo Vilela Prado

      Prezado Mário,
      A ocitocina é amplamente comercializada, tanto na internet quanto em casas especializadas, com preços para todos os bolsos. Lamento que seja assim.
      Ainda que a ocitocina “artificial” possa causar benefícios em uma ou outra situação, nada se compara à ocitocina produzida por nosso corpo, toda vez que ajudamos ou somos solidários com outros seres vivos, seja com pessoas ou animais. A decisão de produzir ocitocina é pessoal. Felizmente, tenho observado que a maioria dos seres humanos pratica a bondade e, assim, ainda que inconscientemente, a humanidade pratica boas ações, que superam muitas vezes a maldade praticada neste planeta.

      Abraço

      Responder
  3. LuDiasBH Autor do post

    Danilo

    Fiquei muito impressionada com a descoberta desse hormônio que mostra que fazer o bem vale a pena. Também fortalece a pregação budista de “causa e efeito”.

    Durante muito tempo, meu marido e eu fomos voluntários da Defesa Civil, e ainda continuamos como voluntários da Cruz Vermelha. Na época de calamidades (seca, inundação, ajuda internacional, etc.), trabalhávamos, nos fins de semana, até 12 horas por dia, e amanhecíamos cheios de vigor, dispostos a enfrentar uma nova carga de trabalho, comprovando o que você diz em seu magnífico texto.

    Danilo, pesquisando mais sobre o assunto, vi que esse hormônio está sendo vendido, o que para mim é uma pena, pois incentiva aqueles que querem adquiri-lo sem fazer bem algum, ou seja, sem um real merecimento. Gostaria que nos dissesse mais sobre essa venda. O produto é efetivo?

    Abraços,

    Lu

    Responder
    1. Danilo Vilela Prado

      Prezada Lu,

      Agradeço muito pela publicação do texto no “Vírus da Arte”. A divulgação da ocitocina irá estimular as pessoas a praticar o bem cada vez mais.

      Existem muitas correntes de bondade praticadas diariamente. São inúmeros os apelos que movem os corações no sentido de ajudar. Sempre que alguma campanha é divulgada para socorrer vítimas de catástrofes, como as enchentes, milhares de pessoas se mobilizam e enviam donativos. As produções de ocitocina, nesses casos, impressionam e nos orgulham de ver tantos seres humanos de bom coração. Você já viveu a experiência e sabe que o hormônio é um poderoso instrumento para melhorar não só a vida de quem é ajudado, pois quem ajuda igualmente é beneficiado. A ocitocina é uma bênção divina.

      Apesar da comercialização da ocitocina, que mesmo “sintética” e artificial produz efeitos, considerando o grande número de ofertas na internet, creio que a melhor forma é a produção da ocitocina natural em nosso corpo. A produção de hormônios pode ser deficiente em algumas pessoas. Por isso, existe a depressão por deficiência orgânica e uma série de outras deficiências hormonais que exigem a reposição hormonal, como também é a situação do hipotireoidismo, causada pela deficiência na produção dos hormônios da tireoide. Se o uso da ocitocina artificial for prescrito para pessoas com deficiência, os resultados serão positivos. Porém, o desvirtuamento apenas com a finalidade de “sedução” é uma prática até perversa. Mas, enfim, é da natureza humana errar, mesmo quando as situações podem ser resolvidas com outros recursos.

      Abraço

      Responder

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