Raízes da MPB – ARY BARROSO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Em meados do século passado, mesmo com Pixinguinha e Dorival Caymmi em atividade e evidência, e Tom Jobim a caminho do reconhecimento geral, parecia haver um consenso, quase unanimidade: Ary Barroso era o maior compositor popular vivo e o primeiro a tornar-se de fato, amplamente conhecido e tocado no exterior. (Moacyr Andrade – jornalista e crítico de música popular)

O compositor, letrista, pianista, chefe de orquestra, locutor esportivo e radialista, mineiro, Ary Evangelista Barroso, nasceu em Ubá/MG, no ano de 1903.

Os pais de Ary Barroso, Angelina e João Evangelista, morreram de tuberculose, ainda na flor da idade, antes que ele completasse 8 anos de idade. Seu único irmão, Milton, morreu de crupe no dia em que completou um ano de idade. Por isso, o pequeno Ary foi viver com sua avó Gabriela e sua tia Ritinha, ambas viúvas, sendo que a última dava aulas de piano para sustentar a casa. E foi com a tia Ritinha que o menino aprendeu piano. Aos 12 anos já era partner da tia, nos cinemas da cidade, tocando o fundo musical propício para a película exibida, pois naquela época o cinema era mudo.

Aos 18 anos de idade, Ary Barroso mudou-se para a cidade do Rio de janeiro, onde faria o curso de Direito, usando a herança deixada por um tio, para custear as despesas, mas que não demorou muito a acabar, já que era muito boêmio. Teve que recorrer ao piano para completar a mesada enviada por outro tio.  Foi numa das muitas pensões pela qual passara que ficou conhecendo a menina Ivone, de apenas 13 anos de idade, filha da dona da pensão, com quem veio a se casar, tendo com ela os filhos Flávio Rubens e Mariúza.

Ao deixar as salas do cinema mudo, Ary Barroso passou a tocar nas orquestras. Ao viajar para a Bahia apaixonou-se pela riqueza cultural daquela gente: ritmos variados, candomblés, capoeiras, etc. Seu encantamento pode ser visto em várias canções em que ele canta a Bahia.

Um dos grandes amigos e parceiros de Ary foi Luiz Peixoto. Juntos, fizeram grandes sucessos com Maria, Na Batucada da Vida, Por Causa Dessa Cabocla, Quando Eu Penso na Bahia, etc…

Dentre todos os inumeráveis sucessos de Ary Barroso, é impossível esquecer Aquarela do Brasil, que o levou até aos EUA, sendo incluído no filme Alô Amigos, de Walt Disney, e também para o filme Você Já foi à Bahia?, onde incluiu Os Quindins de Iaiá e Na Baixa do Sapateiro. Chegou a ser convidado para assumir a direção musical dos estúdios de Walt Disney, mas recusou.

Ary Barroso tinha Carmem Miranda como sua intérprete preferida. Ela chegou a gravar 30 canções do compositor. Vários intérpretes gravaram canções do mineiro de Ubá: Dircinha Batista, Lúcio Alves, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Luís Gonzaga, Jamelão, Elza Soares, dentre outros.

Ary Barroso morreu, em 1964, aos 61 anos de idade, vitimado por uma cirrose hepática, decorrente do alcoolismo, com a qual lutou durante vários anos.

Nota:
Acessem o link abaixo para ouvirem Aquarela do Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=3RrDAI7tFzU

Fonte de pesquisa:

Raízes da Música Popular Brasileira/Coleção Folha de São Paulo

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