Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor abstracionista Wassily Kandinsky casou-se aos 26 anos de idade, com sua prima Anna Chemyakina, uma das primeiras mulheres a estudar na Universidade de Moscou, portanto, tratava-se de uma mulher incomum para a sua época. Quando ele resolveu abandonar a jurisprudência para se dedicar à arte, ela relutou em acompanhá-lo, pois havia se casado com um advogado e não com um artista. Acabou seguindo-o, indo morar em Munique, na Alemanha. Durante muitos anos Anna fingiu não notar que o marido traia-a com uma jovem artista de nome Gabriele Münter. Após sete anos de casada, ela o abandonou, vindo a dar-lhe o divórcio anos depois.
Gabriele Münter, pintora impressionista, foi a segunda mulher a fazer parte da vida do pintor, tornando-se sua companheira e amante. A princípio, ela era tida apenas como sua aluna e amiga íntima, mas com a separação do pintor, eles passaram a viver juntos, quando ele ainda se encontrava casado, fato inaceitável para a época. Os dois viajaram por vários países, fixando residência na Alemanha, mas o artista continuava se recusando a casar-se com ela, mesmo após ter obtido o divórcio. Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, Kandinsky e Gabriele mudaram-se para a Suíça, pois ele se convertera em “inimigo” após a Alemanha declarar guerra à Rússia. Como a relação entre o casal não estava indo bem e também certos de que a guerra duraria muito tempo, Kandinky retornou a Moscou, enquanto Gabriele voltou para a Alemanha. Alguns críticos acham que o rompimento deveu-se à independência de Gabriele em relação a seu estilo de pintura, recusando-se a seguir a linha de Kandinsky.
Em Moscou Kandinsky ficou conhecendo Nina von Andreeusky que nutria pelo artista grande admiração. Quando se casaram, ele tinha 51 anos e ela 28. A notícia do casamento do pintor deixou Gabriele em grande depressão, ficando um ano sem pintar. Com Nina, ele teve Vsevolod, seu único filho, que morreu aos três anos de idade, deixando o artista inconformado. Abalado, ele retornou à Alemanha. Contudo, para fugir do governo xenofóbico de Adolf Hitler, Kandinsky e Nina foram para a França, onde obtiveram nacionalidade francesa. Mesmo com a ocupação de Paris por Adolf Hitler, o pintor recusou a oferta de mudar-se para os Estados Unidos.
Nina Kandinsky foi a única herdeira do pintor, tendo fundado o Fundo Kandinsky para expor, estudar e preservar as obras do marido. Embora nunca mais tenha se casado, vivia rodeada de jovens, tidos como gigolôs. Era também fanática por joias, tendo uma grande coleção delas. Faleceu 35 anos após a morte do marido, no início dos anos 70, num chalé na Suíça. Foi assassinada por ladrões que invadiram seu chalé para roubar, levando todas as suas obras, mas que não tocaram nas obras de seu marido. Suas joias podem ter sido a causa do crime que nunca foi solucionado. Não se conhece a história verdadeira de Nina. Tudo o que se sabe é o que ela falava sobre si, sendo tida por alguns como muito fantasiosa.
Fontes de pesquisa:
Kandinsky/Coleção Folha
Kandinsky/Abril Coleções
Pintores mais influentes…/Editora Girassol
http://viola.bz/wassily-kandinsky-and-his-women
http://beautifulrus.com/vasiliy-kandinsky-and/
Nota: autorretrato de Gabriele Münter
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Lu
Interessante a vida do pintor!
Valeria
Obrigada pela visita e comentário!