Autoria de Lu Dias Carvalho
Quem pensa que a indústria cinematográfica estadunidense é a maior do mundo, anda totalmente equivocado. O país indiano possui três grandes centros produtores de filmes: Calcutá, Mumbai e Madras. Juntos, lançam uma média de quase mil filmes anualmente. A maioria desses é falada na língua híndi.
A Índia, tanto em relação à venda de bilhetes como em número de filmes produzidos, é a maior indústria de cinema mundial. Os ingressos no país estão entre os mais baratos do mundo. Daí a sustentação que lhe dá o seu vasto público. No Brasil, é quase que impossível um assalariado ir ao cinema com a sua família pelo menos uma vez por mês, pois o preço do bilhete é abusivo, somado ao transporte e ao valor do lanche.
O país indiano é um mosaico de línguas e dialetos (mais de 1.500), o que leva os produtores de cinema a fazer seus filmes nas línguas mais faladas (híndi, tâmil, telugu, bengali, etc). Mas, nem tudo tem a cara da Índia, principalmente depois da globalização.
A palavra Bollywood é aplicada somente ao cinema híndi, em comparação com o cinema de Hollywood (EUA), e não ao cinema indiano como um todo, como muitos pensam. O cinema híndi é o mais liberal de toda a Índia, principalmente por ter coragem de levantar temas polêmicos, de desagrado de grande parte dos indianos. É, também, o que possui maior público e reconhecimento internacional.
Bollywood, a Hollywood de Bombain (Índia), é surpreendentemente mágica, a ponto de desbancar o egocêntrico Tio Sam (EUA). É um prisma de cores, turbantes e sáris. O cinema híndi (um dos tipos do cinema indiano regional) goza de grande popularidade, tanto na Índia, quanto em várias partes do Oriente Médio, Paquistão, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e em muitos outros locais, onde a comunidade indiana se faz presente.
Dentre as várias características do cinema indiano, podemos destacar as cenas de música e de dança. Normalmente, as músicas expressam grandes paixões, que representam amores e tragédias. A melodia é determinante no sucesso dos filmes que possuem, geralmente, entre 2 e 3 horas de duração. O gênero varia entre ação, romance, suspense, comédia e o chamado “cinema de arte” (compromisso de alguns diretores com os temas inerentes às complicadas relações humanas existentes no país). Infelizmente, a Índia, apesar de sua riqueza étnica, sempre se inspirou no cinema ocidental. Hoje, ainda com mais força, principalmente em Bollywood, alguns diretores indianos chegam a ser acusados de plagiar filmes de Hollywood.
Bollywood mantém os mesmos ideais vistos em Hollywood: o compromisso de mostrar aquilo que o telespectador quer ver ou possuir (riqueza, mulheres deslumbrantes e fantasia). O que é uma pena, por se tratar de uma das mais ricas e milenares culturas do mundo. Teria muito a mostrar em originalidade, sem a necessidade de passar pela imitação. Apesar disso, a sua cultura ainda se faz presente. Torçamos para que jamais perca a sua identidade.
Existe censura no cinema indiano, mas ela não é oficial. Todo filme passa, sutilmente, por um grupo de censores. A Índia, país emergente em todos os sentidos, é cheia de contradições profundas. As minorias são ignoradas, a homossexualidade é ilegal e a religião hinduísta anda de braços dados com o Estado.
Nota: Imagem copiada de http://www.cinemadicto.com.br
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