ÍNDIA – INDIRA GANDHI E SUA FAMÍLIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

indira

Indira Gandhi era a única filha de Jawaharlal Nehru, o primeiro-ministro da Índia, após a libertação do país do domínio dos britânicos, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto no governo indiano.

Indira fora muito doente em sua mocidade, tendo contraído tuberculose. De modo que os médicos aconselharam-na a não ter filhos. Como fora muito só em sua vida, não quis aceitar tal destino. Almejava para si uma vida simples, sem as tensões que conhecera desde criança, com a família que haveria de formar. Tinha um aspecto frágil, apesar do nariz proeminente e uma mecha de cabelo branco na parte frontal da cabeça, que viria a ser parte de sua identidade.

Como companheiro, escolheu um parse chamado Firoz Gandhi, com quem se casou e teve dois filhos: Rajiv e Sanjey.  Seu pai foi contrário ao casamento, pois Firoz além de não ter fortuna, pertencia a outra religião e vinha de uma cultura diferente da hindu. Mas, na verdade, Indira e Firoz jamais foram religiosos. De modo que a religião não teve impacto na união dos dois, mas somente a infidelidade do marido.

Seu esposo era filho de um parse chamado Jehangir Gandhy, que mudou a ortografia de seu nome para Gandhi, sobrenome pertencente a uma casta de perfumistas, da qual viera Mahatma Gandi, o grande líder. O seu sobrenome Gandhi não tinha, portanto, nenhuma relação de parentesco com Mahatma Gandhi. Era apenas uma coincidência, por sinal muito “auspiciosa” e que a ajudou muitíssimo na sua carreira política.

Firoz e Indira, ao se casarem, transgrediram três tradições arraigadas na cultura do país:

  • não se quedaram à união arranjada pelas famílias;
  • nem se casaram segundo a exigência religiosa da fé de cada um;
  • não deram continuidade aos ditames da casta, como arranjo social.

Fatos que deixaram os hindus ortodoxos muito contrariados.

Ao ser nomeada primeira-ministra de seu país, já imaginava o rol de problemas que a aguardava:

  • seu país era um mosaico complexo de povoados com raças, idiomas, religiões e culturas as mais diversas;
  • era um território composto por 4.635 comunidades diferentes, cada uma vivendo dentro dos seus próprios costumes;
  • as desigualdades iam desde a pobreza extrema à corrupção velada em todas as camadas da sociedade;
  • a burocracia não deixava nada ir à frente;
  • o crescimento demográfico corria veloz, enquanto o país era castigado por calamidades naturais como a seca, e havia, praticamente, um deus (330 milhões) para cada um dos seus habitantes;
  • os vários anos de seca (ocasionados pela falta das monções) eram responsáveis pela escassez  de alimentos,  provocando a fome no país;
  • os ascetas hindus, com os corpos nus e cobertos de cinzas,  exigiam a proibição da matança de vacas em todo o território, sem respeitar a Constituição indiana, que rezava a igualdade para todas as religiões.

Em suma, a Índia era uma imensa panela de pressão, como se a sua independência houvesse trazido à tona todas as hostilidades de séculos e séculos anteriores, mantidas em banho-maria, em que a exploração de uma minoria por outra era o fato mais comum. Mas sua preocupação maior era o combate à fome.

Indira Gandhi herdara do pai o gosto pela política, sendo uma grande estrategista e pensadora.  Acabou com os últimos privilégios dos marajás, por achá-los inviáveis diante da pobreza vista no país. Angariando com isso muitos inimigos que depois tentariam tirá-la do poder.

Tornou-se uma grande líder política, conhecida em todo o mundo pela sua relevância. Chegou a medir forças com o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, que apoiou o Paquistão contra a Índia. Sendo também considerada como uma nas iniciadoras do programa nuclear de seu país.

O seu filho mais novo, Sanjay Gandhi, por quem ela demonstrava um carinho muito especial, era imprudente e arrogante, vindo a lhe trazer vários problemas, levando-a a tomar atitudes ilegais aos olhos do povo. E, imprudentemente, veio a perecer numa queda de avião, pilotado por ele.

Indira Gandhi foi morta, em 1984, por Beant Singh, um extremista sique (sikh), que era um de seus seguranças, em razão de uma disputa entre siques e hindus, sendo sucedida por seu filho mais velho, Rajiv Gandhi.

Rajiv espalhou suas cinzas sobre os picos brancos do Himalaia, onde ela pedira para ser jogado seu corpo, sem passar pela cremação ou enterramento, mas que em respeito às tradições hinduístas, fora cremado.

Indira Gandhi parece ter tido um presságio de sua morte, pois na própria noite em que morreu, havia dito num discurso:

“Não me importa se perco a vida a serviço da nação. Se morrer hoje, cada gota de meu sangue revigorará a nação.”

Sua vida política foi controversa, sendo discutível em vários pontos, de modo que os sikhs ainda se ressentem, de terem sofrido o mais sangrento genocídio da Índia, em um de seus governos.

(*) Imagem copiada de http://www.shaktisinhgohil.com/blog/indiraji_eng/

Fontes de pesquisa:
Wikipédia
O Sári Vermelho / Javier Moro

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