Autoria do Dr. Telmo Diniz
Também conhecida por estomatite aftosa, a afta é uma condição comum caracterizada pela formação de úlceras na cavidade oral. São benignas e não são contagiosas, afetando cerca de 20% da população, em algum grau. Essas úlceras ocorrem periodicamente e curam-se completamente na maioria das vezes. Na maior parte dos casos, as úlceras duram cerca de sete a dez dias. Entretanto, o problema é aguentar aqueles dias, e saber o que fazer para amenizar o incômodo, que elas provocam.
As causas não estão completamente esclarecidas. Parecem ser provocadas por desequilíbrios no sistema imunológico. Mas alguns dos gatilhos já são conhecidos, entre os quais podemos citar:
• traumas locais, como mordidas acidentais;
• altos níveis de estresse;
• poucas horas de sono;
• presença da Helicobacter pylori, a mesma bactéria que causa úlcera gástrica;
• refluxo gastroesofágico;
• alimentos, como chocolate, café, refrigerantes, tomate e abacaxi;
• hábito do tabagismo;
• alterações hormonais durante o ciclo menstrual;
• deficiência de algumas vitaminas e minerais, como vitamina B12, vitamina C, zinco, ferro e ácido fólico etc.
Portanto, podemos ver que as causam são várias e podem ocorrer isoladas ou em conjunto.
As aftas instalam-se com maior frequência na infância e adolescência e, normalmente, recorrem por vários anos antes que desapareçam na fase adulta. Não há cura, e os tratamentos visam a controlar a dor, promover a cicatrização e reduzir a frequência dos episódios de ulceração.
Na maioria dos casos, a afta desaparece sozinha. O foco principal do tratamento, quando necessário, é impedir que o agente causador continue provocando a inflamação da úlcera. O remédio caseiro de mais fácil utilização é uma solução de 50% de água oxigenada e 50% de água. Com a ajuda de um cotonete faça a aplicação da solução diretamente na afta. Em seguida, coloque uma pequena quantidade de leite de magnésia na afta, de três a quatro vezes por dia. Pequenos pedaços de gelo colocados perto da lesão também podem ser uma boa opção para controlar a inflamação local. Isto alivia o desconforto e pode auxiliar na cura da ferida.
Se houver muita dor ou dificuldade para deglutir, o médico pode recorrer a tratamentos sintomáticos, como os bochechos com medicamentos anti-inflamatórios, assim como à aplicação de pomadas para uso oral, do tipo orabase. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de anti-inflamatórios sistêmicos (como os corticoides) e/ou remédios para reduzir a acidez do estômago. Em casos de má alimentação, a mesma deverá ser corrigida e, eventualmente, a suplementação com algum polivitamínico poderá ser necessária. Da mesma forma, alimentos ácidos ou muito condimentados deverão ser evitados, pois são substâncias abrasivas e irritantes. O uso de escovas com cerdas macias também poderá ser útil.
As aftas são auto limitadas. Úlceras da cavidade oral que não cicatrizam necessitam de avaliação especializada.
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