Recontado por Lu Dias Carvalho
A deusa Juno sempre soube que o seu esposo Júpiter não era flor que se cheirasse, estando sempre correndo atrás de um rabo de túnica. Portanto, ela não descuidava de seu garanhão, que usava dos mais inusitados ardis para fugir à sua vigilância. Quando tomou conhecimento de que Calisto andava mais íntima de seu marido do que devia, Juno resolveu tomar providências imediatas contra a ninfa Calisto, já que nada podia fazer contra o todo poderoso. O que prova o conhecido ditado de que a corda sempre arrebenta do lado do mais fraco. E isso desde aqueles tempos. Mas quem censura o censor?
A pobre Calisto foi derrubada pelo poder da deusa que a transformou numa ursa. E assim acabou destituída de toda a sua antiga beleza, embora continuasse cônscia de seu destino, o que a fazia sofrer ainda mais. E foi assim que, sozinha, perambulou pelos bosques, pervagou perto de sua casa, foi escorraçada pelos cães e amedrontou-se com as feras encontradas nos bosques. E o seu outrora amante parecia não se importar com sua atual condição.
De uma feita, estava Calisto tristonha, lamentado a sua vida de animal acuado, quando reconheceu seu filho Arcas, que estava a caçar nas imediações de onde ela se encontrava. Mas nada pode fazer, senão olhá-lo e desejar abraçá-lo. Contudo, o rapaz, ao ver tão robusta ursa, sentiu-se amedrontado, erguendo sua lança para matá-la. Nesse momento, Júpiter resolveu dar um jeito na situação. Levou mãe e filho para o céu, transformando-os nas conhecidas constelações de Ursa Maior e Ursa Menor.
Juno, insatisfeita com a interferência do marido, que ainda deu à amante um lugar de destaque no céu, nadou até as profundezas do mar, em busca de Tétis, ninfa marítima, e Oceano, o deus das águas, para queixar-se de que estava sendo desbancada no céu, uma vez que Calisto ocupava seu lugar, juntamente com seu filho, ao ser colocada em meio às estrelas. Achava, inclusive, que Júpiter iria tomá-la como esposa, uma vez que lhe dera um lugar de tão grande importância. Clamava, portanto, a seus pais de adoção, que impedissem que a rival e o filho entrassem em suas águas.E assim aconteceu, conforme seus desejos.
As constelações de Ursa Maior e Ursa Menor forma condenadas a moverem-se em círculo no céu, de modo que jamais tivessem acesso ao oceano, como as outras estrelas, que descem por trás dele, para descansarem.
Nota
“A mitologia grega deixou-nos, no céu, imagens formadas por linhas imaginárias que nós chamamos constelações. Essas têm nomes nas suas formas. Esses grupos de estrelas são totalmente alheios à sua distância da Terra.”. (imagem e explicação copiadas de www.astronoo.com)
Fontes de Pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM
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