Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor italiano Guido Reni (1575–1642) foi aluno do artista holandês Denis Calvaert que vivia próximo a Bolonha, vindo depois a trabalhar com seu mestre. Também frequentou a Academia dos Carracci em Bolonha, onde viveu o resto de sua vida, embora tenha feito viagens a Roma, Ravena e Nápoles. Após a morte de Annibale Carracci ele veio a tornar-se mestre da pintura barroca em Bolonha, sendo que sua obra é composta por afrescos, narrativas mitológicas, retábulos e retratos.
A composição denominada A Aurora é uma das obras-primas do artista, criada quando ele se encontrava em Roma. Foi pintada no teto de um palácio dessa cidade. Trata-se de um grande e esplêndido afresco barroco, tido como uma ode à luz. Esse quadro cheio de graça e beleza lembra os afrescos de Rafael Sanzio na Farnesina. Possui 2,8 metros de altura e 7 metros de largura, sendo visto dentro de uma moldura pintada. Ao longo dos séculos muitos críticos de arte, poetas e escritores admiraram essa obra.
À frente da comitiva encontra-se Aurora — a deusa da madrugada ou do amanhecer. Sua função é a de anunciar o novo dia e eliminar os sinais da noite escura. Ela se dirige à Terra — vista no canto inferior direito da pintura — que ainda se encontra escura. A deusa traz nas mãos guirlandas de flores. Um cupido com um archote aceso — a Estrela Matutina — vem logo atrás dela, voando acima dos cavalos.
A pintura representa a Aurora — claridade que precede o nascer do Sol — com seu vestido iluminado e esvoaçante e suas guirlandas de flores na frente de um bloco de nuvens densas. Os vaporoso tecidos tecidos que a envolvem se destacam contra o violeta escuro das nuvens e refletem o branco luminoso da luz e o laranja delicado dos primeiros raios. As grinaldas que traz nas mãos parecem ir abrindo caminho para a claridade. Ela volta seu rosto para trás para observar o Cupido que a acompanha.
o jovem deus Apolo (Febo) — divindade solar considerada pela mitologia grega como o deus da juventude e da luz que além de possuir muitos outros atributos e funções é extremamente belo — veste um manto violeta que lhe deixa o tronco nu. Ele conduz o carro dourado do Sol, puxado por quatro cavalos alinhados.
As Horas — deusas do ano, das estações climáticas e da ordem natural da natureza e, atualmente, da ordem humana e social — na figura de sete belas mulheres, ladeiam o carro, enquanto dançam sobre as nuvens. Elas estão de mãos dadas e vestem roupas coloridas. O grupo voa por cima de uma paisagem, levando luz à Terra.
Ficha técnica
Ano: c. 1613-1614
Técnica: afresco no texto
Dimensões: 280 x 700 cm
Localização: Casino Rospigliosi-Pallavicini, Roma, Itália
Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM
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Lu
Este quadro deveria chamar “arte em movimento” pois é impressionante a fluidez e a precisão artística de Guido Reini, ao caracterizar o movimento em cada personagem. Quanto aos cavalos a ocuparem o centro do quadro, onde o elemento tende a provocar uma percepção mais estática, o artista funde os três animais, induzindo uma força magistral ao quadro. A utilização do espaço é fantástica.
Antônio
A composição de Reni é mesmo maravilhosa e possui muito movimento, como descrito por você. Está cada vez melhor em captar os elementos principais da obra. Parabéns!
Abraços,
Lu
Muito bom este post, estou adorando visitar e ler os posts deste blog, sempre são legais e com dicas interessantes, informações e muitas coisas boas… Parabéns!
Marília
Muito obrigada por sua visita e comentário. Volte sempre!
Abraços,
Lu