Autoria de Augusto Pereira
Ao longo de minha vida, até os dias de hoje, tive a oportunidade de conviver com inúmeros animais e, dentre esses, quatro cadelas: Laia, Foquinha, Luna e Riva. Todas adotadas, mestiças e, infelizmente para mim, todas concluíram seu ciclo de vida.
Sempre fujo de ocasiões de relembrar esses convívios, porque as lembranças reabrem feridas causadas por suas ausências e, por isso, depositei as lembranças todas, bem guardadas, em um arquivo mental chamado eterna gratidão. Todas as experiências com esses quatro indivíduos, bastante distintos entre si, foram extremamente ricas, gratificantes e educadoras. Esses seres especiais – os cachorros – vêm para nossas vidas para nos ensinar, apoiar e ajudar no desenvolvimento de nossa própria humanidade.
Cães são usados como guias para humanos cegos, mas, posso afirmar sem medo de errar, são tão bons ou melhores guias para aquelas pessoas que pensam que enxergam. Seus atos de dedicação, lealdade e companheirismo estarão sempre acima de nossas expectativas. Seus exemplos de aceitação e simplicidade colidem com nossas tendências restritivas e com nossa capacidade de tornar tudo sempre mais complexo do que verdadeiramente é. A vontade inabalável de partilhar suas vidas conosco fragiliza nosso egoísmo crônico e, por fim, o amor incondicional de que são donos revela um patamar de “bondade” que jamais alcançaremos.
A reciprocidade, que podemos ofertar a esses seres maravilhosos, será sempre inferior ao que eles nos dedicam ou dedicaram, isto é da nossa humanidade e é, provavelmente, aquilo que mais lamento por não ter alcançado plenamente. O convívio com cada uma das minhas quatro lindas cadelas proporcionou-me degraus de desenvolvimento que subi, pacotes de alegrias que curti e rios de sentimentos que compartilhei.
Sim, de quando em vez, os arquivos são abertos e escapam então as lembranças, os sentimentos e as saudades. Abraço-os todos fortemente, fecho os olhos e rememoro suas origens, reconhecendo que são todos eles parte de minha eterna gratidão.
Nota: imagem copiada de jornaljoseensenews.com.br
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Augusto
Mais uma vez você nos brinda com um artigo de muita sensibilidade.
Fiquei muito comovida ao lê-lo e pus-me a lembrar dos inúmeros gatinhos que já possuí.
Hoje tenho dois (Jade e Lulu), duas fofurinhas que ficam sempre perto de mim e me marido.
Um grande abraço,
Lu