Piero di Cosimo – A MORTE DE PRÓCRIS

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Autoria de LuDiasBH

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A composição denominada A Morte de Prócris é uma obra mitológica do pintor italiano Piero di Cosimo. Ela narra a história de um casal apaixonado, que se deixou levar pelo ciúme e pela desconfiança. Trata-se de uma das obras mais apreciadas do pintor.

Na tela vemos uma mulher seminua deitada, envolta num véu dourado transparente e noutro vermelho, de frente para o observador, sobre um relvado coberto por flores. É possível notar que de sua ferida no pescoço goteja sangue, que desce em direção a seus seios nus. Seu braço direito está sujo de sangue, assim como a mão do mesmo lado, estendida sobre a relva.

Próximo à cabeça de Prócris encontra-se um fauno (divindade campestre, que tem longas orelhas pontudas, chifres e pés de bode), e aos pés dela está um enorme cão de caça, que a observa, aparentando tristeza. O fauno, condoído, inclina seu corpo sobre a jovem, tocando-lhe o ombro com a mão esquerda, e afastando seus cabelos do rosto com a direita.

Ao fundo, em segundo plano, nas margens da imensa lagoa azulada, sobre a areia, podem ser vistos garças e três cães de raças diferentes. Um deles é o mesmo que se encontra aos pés de Prócris. Na água, rente à praia, está um pelicano. Garças voam pelo céu azul, em direção à praia. Muitas embarcações são vistas na lagoa e, mais ao fundo, as edificações de uma cidade azulada. O dia está amanhecendo.

Como o artista não assinava ou datava seus quadros, não se sabe quando este foi feito, se na juventude ou na maturidade de Piero di Cosimo. Outro tema polêmico envolve a sua significação, pois, em sua exposição, traz como título apenas “Um Tema Mitológico”. A maioria dos historiadores tem-no como a representação da morte de Prócris, cujo tema faz parte de uma lenda que o poeta romano Ovídio, conta em sua obra denominada “Metamorfoses”, embora a presença do sátiro apresente dúvidas.

Céfalo, persongem central do mito, não se encontra na pintura, mas, sim, o cão Laelaps, dado pela deusa Diana ao jovem marido. A sua presença na pintura pode estar associada à fidelidade, o que faltou entre o casal mítico. Ele e o fauno são testemunhas tristonhas da cena.

Conta o mito que o jovem Céfalo já se encontrava de pé antes mesmo do amanhecer, para praticar seus exercícios e pôr-se em busca da caça. Ele era apaixonado por sua esposa Prócris. De uma feita, estava descansando de uma tarde de calor, quando uma brisa suave banhou-lhe o corpo vigoroso. Em voz alta, ele agradeceu aquele afago, suplicando à brisa que não o deixasse. Contudo, uma pessoa que por ali passava, imaginando que ele estivesse a falar com uma mulher, correu para contar à sua esposa, que ficou atordoada com tal notícia.

No dia seguinte, Prócris saiu furtivamente atrás do marido, escondendo-se próxima ao lugar, onde ele fora visto descansando. E a mesma cena aconteceu. Baseando-se apenas nas palavras ouvidas, em que o jovem elogiava a brisa, ela fez um ruído, balançando a folhagem. Céfalo imaginou que se tratava de uma fera e lançou seu dardo, que jamais errava o alvo. Ao chegar ao local, viu sua esposa toda ensanguentada. Desesperado, tentou salvá-la, sentindo-se culpado. Mas antes que exalasse seu último suspiro, Prócris reuniu forças e pediu-lhe que não casasse com a aquela maldita “Brisa”, causa de seu infortúnio. Ele ainda teve tempo de contar-lhe toda a verdade, fazendo com que ela morresse em paz.

Ficha técnica
Ano: c. 1495
Técnica: óleo sobre álamo
Dimensões: 65,4 x 25,7 cm
Localização: The National Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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