Autoria de Lu Dias Carvalho
As montagens mais brilhantes de carne exuberantemente nua na arte ocidental. (David Feedberg)
A composição A Queda dos Condenados, também conhecida como a A Queda dos Anjos Rebeldes ou A Expulsão dos Anjos Caídos, é uma obra religiosa do pintor barroco Peter Paul Rubens, o mais importante de todos os pintores flamengos do século XVII. Ele retrata uma cena isolada do drama final, quando os maus são lançados ao inferno, numa massa de corpos flutuantes, sendo impossível detalhar contornos e feições, tamanho é o número de corpos que despenca.
Na sua monumental composição de um tema estruturalmente muito intrincado, como a vibração de uma vigorosa massa anatômica, Rubens retrata um grande número de condenados sendo expulsos do Paraíso. Seus corpos nus estão sendo atirados ao Inferno pelos anjos, sob a chefia do arcanjo Miguel que pode ser identificado através de sua túnica azul e capa vermelha e o uso de uma lança e um escudo. Parece estar empurrando os corpos para baixo com a ajuda de outros anjos alados.
Ao observar a cascata de corpos despencando é possível ver seres alados que lembram um dragão. Existem também criaturas que mostram chifres e garras, lembrando seres mitológicos. A dramaticidade da cena é ampliada pelo uso do claro e escuro usado nos corpos e nas nuvens, distantes da luminosidade do céu, ampliando-se o escuro à medida que se aproxima do Inferno, para evidenciar a queda no submundo.
Para compor sua obra-prima que se encontra entre as 50 pinturas mais famosas do mundo, o artista fez com giz seu esboço em preto e vermelho, com lavagem cinzenta. A seguir ele pintou sobre ela, usando tinta a óleo. Presume-se que Rubens tenha tido a ajuda de um assistente. É interessante notar que os anjos caídos estão pintados nus, enquanto os responsáveis por expulsá-los estão vestidos. Eles caem em queda livre, nas mais diferentes posições, predominando a postura de cabeça para baixo, como se fosse num tornado. Não é à toa que se diz que Rubens foi o criador “do movimento humano, da carne e da sensualidade”.
Esta pintura também já esteve em perigo, quando um vândalo jogou ácido sobre ela, em 1959, mas não lhe causou dano que não pudesse ter sido reparado.
Ficha técnica
Ano: c. 1620
Técnica: óleo sobre lona
Dimensões: 286 x 224 cm
Localização: Alte Pinakothek, Munique, Alemanha
Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://kab89.wordpress.com/2012/02/24/the-fall-of-the-damned-circa-1620-
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Fall_of_the_Damned
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Lu
Harmoniosamente caótica, energeticamente envolvedora, um marco na arte barroca!
Antônio
A obra é realmente dinâmica e maravilhosa. Não é à toa que faz parte das 50 pinturas mais belas de todos os tempos.
Abraços,
Lu
Lu Dias
Incrível a submissão ao clero de artistas tão fabulosos.
Mário Mendonça
Mário
Aquele era um outro tempo, quando os artistas necessitavam de mecenas para prosseguir com seus trabalhos. Sem falar que a visão que se tinha de religião era bem diferente de hoje, para a maioria de nós.
Abraços,
Lu