Autoria de Lu Dias Carvalho
O depressivo tem constantemente pensamentos depreciativos e derrotistas que o levam à desesperança e à tristeza. (Aretusa dos Passos Baechtold)
Os pensamentos negativos são reflexões intrusivas, como se fossem um diálogo de si para si, sempre girando em torno de uma avaliação negativa da situação atual. (Rodrigo Pessanha)
A pessoa depressiva sempre se culpa e se pune pelo que não deu certo. Ela não tem esperança no futuro, não acredita na superação dos obstáculos. (Paulo Paiva)
A depressão exerce uma grande influência sobre as emoções e os pensamentos da pessoa por ela acometida, pois a vítima passa a ter uma avaliação negativa sobre si mesma, sobre os outros e sobre o futuro. O neurocientista Aristides Brito mostra o porquê dessa influência: “A doença é uma disfunção do lobo frontal que causa uma dificuldade na interação entre essa região e o sistema límbico”, ou seja, atinge a unidade responsável pelas emoções e, em consequência, afeta o estado emocional de seu portador.
Ainda que o transtorno depressivo se apresente de modo diferente em cada pessoa, é possível observar a mesma linha de pensamentos negativos e pessimistas. Esse batalhão de pensamentos ruins e repetitivos é chamado por alguns especialistas de “ruminações depressivas”. Segundo o psiquiatra Rodrigo Pessanha “São reflexões intrusivas, como se fossem um diálogo de si para si, sempre girando em torno de uma avaliação negativa da situação atual”. Tudo parece ruim e sem graça. Nada faz sentindo. A psicanalista Cristiane Vilaça afirma que “Nada no universo exterior é atrativo o suficiente para tirar a pessoa depressiva de seu estado, nem seus entes queridos ou as coisas que costumavam lhe dar prazer”. A psicóloga Valéria Lopes Silva acrescenta que “Ocorre a sensação de impotência, de ausência de sentido para a vida, além de (os depressivos) se sentirem injustiçados pelo mundo”.
O fato de as pessoas depressivas terem uma visão de mundo negativa, sempre achando que a vida não tem sentido, portando um vazio interior e tédio, contribui ainda mais para o seu pessimismo, gerando uma corrente interminável de pensamentos negativos, num círculo vicioso. Os problemas que para uma pessoa não afetada por tal transtorno são considerados normais, assumem uma grande proporção para as depressivas. Segundo o psicanalista Paulo Paiva “A pessoa passa a sentir pequenos problemas de uma forma intensa e os acontecimentos tomam proporções significativas”. Tudo é visto por ela através de uma lente de aumento, como se não existissem alternativas, pois o depressivo bloqueia todos os caminhos.
Em razão dessa avaliação que o depressivo faz de sua presença no mundo, como se estivesse preso num labirinto sem saída, onde o sofrimento é a tônica, resvala muitas vezes para o pensamento suicida, como, se morrer, fosse a sua única saída para acabar com a sua dor e angústia. Somente quando busca ajuda médica é que ela vê que existem outras possibilidades. Faz-se necessário, portanto, que a família ponha-se de prontidão diante de certos comportamentos desse ou daquele seu membro depressivo. A psicóloga Aretusa dos Passos Baechtold chama a atenção para “Comportamentos de despedida – como doar coisas importantes, fazer testamentos, visitar parentes que há tempos não vê – podem ser indícios significativos”. Diante disso, a ajuda médica deve ser buscada com o máximo de urgência.
Pesquisas demonstram que as mulheres têm o dobro de chances de desenvolver a depressão em relação aos homens e constituem a maior população de depressivos. Muitos fatores contribuem para se chegar a tal visão. Além do fato de encararem a doença com mais naturalidade e buscarem ajuda médica (o que facilita as estatísticas sobre a doença) há também o seu complicado envolvimento social. Segundo a psicanalista Beatriz Breves “As mulheres ainda ocupam uma posição aquém dos homens no mundo. Em uma sociedade machista, a igualdade de direitos continua longe de ser conquistada, e isso prejudica a autoestima”. Mesmo fazendo parte do mercado de trabalho, as mulheres ainda estão associadas aos trabalhos domésticos, o que também interfere no seu convívio social, gerando conflitos. Segundo o psicanalista Paulo Paiva, as características hormonais também interferem: “Puberdades, ciclos menstruais, gravidez, parto e menopausa… Por isso elas ficam mais vulneráveis à depressão”.
Pesquisas também apontam que o conhecimento da depressão em suas diferentes fases e o porquê de suas manifestações ajudam muito na superação da doença, sobretudo em relação ao aparecimento dos pensamentos negativos. Recomendam também o uso de terapias alternativas como a mentalização (o que veremos mais à frente).
Nota: O Grito, obra de Edvard Munch
Fonte de pesquisa
Revista Segredos da Mente, Cérebro e Meditação – nº 1
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Excelente texto!
As pessoas realmente devem ficar atentas ao comportamento dos seus familiares e amigos. Muitas vezes (ou na maioria delas) o depressivo não se dá conta que está sofrendo os sintomas de uma doença, atribuindo os pensamentos pessimistas a sua personalidade.
Ana Maria
Muitas vezes, as pessoas depressivas, encontram-se tão entranhadas em si mesmas que não percebem que estão necessitando de ajuda médica. A presença dos familiares faz realmente toda a diferença.
Abraços,
Lu
Verdade, o depressivo tem muitos pensamentos ruins, negativos. Esses pensamentos insistem em dominar a mente, é preciso de muita ajuda de Deus para desviá-los. Quero compartilhar que, no meu caso, o envolvimento com Deus e a sua palavra tem sido de um valor sem tamanho. Procuro pensar naquele que criou todas as coisas e que tem o poder de mantê-las, vivendo um dia após o outro na certeza de que dias melhores virão.
Um abraço
Celuta
Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.
A fé é muito importante em todo e qualquer tratamento, pois traz confiança e otimismo. Deve-se aliar o tratamento médico (que jamais deve ser deixado de lado) à crença, lembrando-se de que Deus deu ao homem inteligência para trabalhar em prol de seus irmãos. Buscar a religiosidade para conter os pensamentos negativos é uma forma de tirar o foco da crise, revigorando o espírito.
Amiguinha, destaco a sua frase:
“Procuro pensar naquele que criou todas as coisas e que tem o poder de mantê-las, vivendo um dia após o outro na certeza de que dias melhores virão.”
Abraços,
Lu
Lu
Eu também faço uso do oxalato de ecitalopram, mas no ano de 2016 tive uma fratura por estresse no primeiro metatarso do pé esquerdo, em 2017 no pé direito, fiquei assustada porque vi na bula do oxalato que pode acontecer esse tipo de fratura com pessoas que fazem uso desse remédio.
O que você pode me dizer a respeito? Tem fundamento?
Celuta
Celuta
Eu pessoalmente nunca conheci ou ouvi falar de tal possibilidade. As bulas são obrigadas a registrar qualquer caso que aconteça ao usuário desse ou daquele medicamento, logo, pode ser um caso único. Mês passado levei uma bruta queda, ao ter virado o pé num buraco (nossas cidades têm suas calçadas “tão” bem cuidadas), pensei até que tivesse arrebentado vários fios de costelas, pois doeu muito. Fiz um raio X e não houve nada. Também procurei em algumas bulas e nada encontrei sobre tal possibilidade. Seria bom que você olhasse como anda o cálcio em seu organismo.
Veja o quadro de reações adversas neste endereço: https://consultaremedios.com.br/oxalato-de-escitalopram/bula
Abraços,
Lu