Autoria de Lu Dias Carvalho
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Vimos na aula anterior que os artistas lutaram muito para que fossem reconhecidos não apenas como prósperos donos de oficinas de arte, mas também como pessoas talentosas e de grande importância para as cidades. A esfera em que essa luta alcançou um efeito mais imediato foi a da arquitetura. Voltemos um pouquinho no tempo para encontrarmos o famoso arquiteto e escultor renascentista Filippo Brunelleschi, responsável por uma descoberta prodigiosa no campo artístico que viria a dominar toda a arte de séculos conseguintes — a da perspectiva. Desde sua época, para exercer sua profissão, o arquiteto tinha que carregar alguns dos conhecimentos de um erudito clássico, como certas regras antigas, as corretas proporções, medidas de colunas, etc. Deveria medir ruínas antigas e conhecer os manuscritos de autores clássicos como Marcos Vitrúvio (arquiteto romano que viveu no século I a.C.).
A arquitetura era um campo difícil para se trabalhar em razão dos conflitos ocasionados pelas exigências dos clientes e os ideais dos artistas. Os arquitetos da época preferiam edificar templos e arcos triunfais. Os renascentistas tinham como aspiração projetar um edifício sem se preocupar com a sua funcionalidade. Para eles o que deveria ser levado em conta era a beleza de suas proporções, a amplitude de seu interior e a majestosa grandeza do conjunto. Achavam que, ao projetar um edifício comum, distanciavam-se da realização de uma simetria e regularidade que buscavam encontrar. Achar um cliente poderoso que lhes possibilitasse tal busca, sacrificando a tradição e o utilitarismo, era tudo que sonhavam.
Esse cliente disposto a realizar o sonho dos arquitetos renascentistas foi o papa Júlio II, em1506 (século XVI), que mandou demolir a Basílica de São Pedro (Roma/Itália) e construir no lugar uma mais moderna e em conformidade com os novos ideais renascentistas. A construção ficou a cargo do arquiteto Donato Bramante (1444–1514), disposto a abrir mão da tradição ocidental de mil anos. Contudo, os ideais do artista eram tão ambiciosos que exigiu gastos exorbitantes, levando Júlio II a angariar fundos junto à Igreja, precipitando, assim, a crise que daria origem à Reforma. Ao vender indulgências para obter fundos para terminar a construção da igreja, o papa levou Lutero, na Alemanha, a protestar publicamente. A oposição à obra projetada por Bramante cresceu e, com os anos, sua ambição de uma igreja circular caiu por terra. A Igreja de São Pedro (ver imagem acima) passou por quatro arquitetos diferentes, levou mais de cem anos para ficar pronta e possui hoje muito pouco em comum com aquilo que foi proposto no projeto original, excetuando suas dimensões.
A Alta Renascença ou Alto Renascimento — termo geralmente usado para se referir à arte produzida na Itália nas primeiras décadas do século XVI — foi responsável pelo aparecimento de muitos dos maiores artistas do mundo, imbuídos de audaciosas iniciativas nos mais variados campos da arte. É o período do apogeu das artes visuais no Renascimento italiano. Seus artistas nada viam como impossível, tendo realizado obras aparentemente impossíveis de serem criadas. Florença foi o berço de grandes mestres das artes. A cidade criou fama com Giotto, por volta de 1300, e com Masaccio no início dos anos 1400. A excelência dos mestres florentinos transpunha fronteiras. Também não podemos nos esquecer de todos os artistas em cujas oficinas esses mestres estudaram sua arte.
Dentre os grandes artistas da época podemos citar três artistas florentinos que deram muita fama à cidade de Florença e encontram-se no centro da Alta Renascença: 1. Leonardo da Vinci (1452–1519) que foi aprendiz de Andrea del Verrochio (1435–1488), tendo sido um gênio dotado de um intelecto privilegiado que até hoje é reverenciado pelo mundo; 2. Miguel Angelo Buonarroti, conhecido como Michelangelo (1475–1564) que foi aprendiz de Domenico Ghirlandaio (1449–1494)); 3. Rafael Sanzio (1483–1520) que foi aprendiz de Perugino (1446–1523). Abaixo estão os links que levam à biografia de cada um desses gênios.
Exercício
1. O que era necessário para exercer a profissão de arquiteto?
2. O que significa Alta Renascença ou Alto Renascimento?
3. Cite o nome de três grandes artistas dessa época.
Mestres da Pintura – LEONARDO DA VINCI
Mestres da Pintura – MICHELANGELO BUONARROTI
Mestres da Pintura – RAFAEL SANZIO
Ilustração: 1. Vista frontal da Basílica de São Pedro/ 2. Interior da Basílica/ 3. Praça de São Pedro, onde se encontra a Basílica.
Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich
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Lu
A relevância da arte e da criatividade na Alta Renascença abriu caminho para as incríveis invenções do genial Leonardo da Vinci, um homem bem além da sua época. Chama-nos a atenção muitas obras dos gênios desse período, por carregarem emoções impossíveis de serem obtidas pelos recursos da alta tecnologia atual.
Antônio Messias
Leonardo da Vinci é tido até os dias de hoje como um dos homens mais inteligentes que já passaram pela Terra. Sua presença se fez notar nos mais diferenciados campos. Ao lado de Michelangelo e Rafael Sanzio, Leonardo transformou a Itália no berço supremo da arte renascentista.
Abraços,
Lu
Lu
A arte na Alta Renascença foi muito importante e criativa. O pintor italiano Leonardo da Vinci foi um dos maiores de todos os tempos. Uma de suas obras mais famosas, a Mona Lisa, é famosíssima, sendo muito visitada e muito elogiada. Vemos uma mulher com um sorriso tímido e uma expressão enigmática. Traz uma mensagem oculta, não sabemos avaliar direito o que ela quer nos transmitir. Fica aí o mistério para aguçar o nosso raciocínio.
Marinalva
A Alta Renascença foi o período mais rico da história da arte. Foi uma época extremamente dinâmica, com muitas inovações e descobertas. Não resta dúvida de que Leonardo da Vinci tenha sido o maior gênio desse período. Mona Lisa é uma obra belíssima, penso que seja a mais famosa do mundo.
Abraços,
Lu
Marinalva
Nenhum trabalho pode alcançar a excelência se não for valorizado. E foi exatamente o que aconteceu com os artistas renascentistas, daí essa época ser tida como a mais rica para a arte. Nas próximas aulas veremos mais obras desses importantes mestres.
Abraços,
Lu
Lu
É incrível como a liberdade de expressão é capaz de fazer brotar novas ideias com conceitos revolucionários, transformar estilos de época e técnicas artísticas e suas peculariedades.
O Renascimento foi um período ímpar na história da humanidade, porque houve mudanças bruscas em todas as modalidades das artes. Observa-se, conforme ensina o texto, que essas mudanças foram muito acentuadas na arquitetura. Houve uma guinada nos projetos, criando obras grandiosas, utilização da perspectiva para aumentar a profundidade dos espaços, havendo uma beleza extraordinária em tudo que se criava. Lembrando que houve o surgimento de grandes mestres nos vários campos da arte, principalmente na Itália, berço do Renascimento.
Hernando
Ao deixar o rigor do período medieval, a arte ganhou novas feições com o Renascimento. Os artistas viram-se imbuídos de liberdade para criar, o que lhes deu grande motivação. Foi também a época dos grandes mecenas, pessoas comprometidas com o embelezamento de suas cidades, ainda que muitas vezes isso se desse por meio de disputas entre as cidades-estados. O importante é que a arte navegou com suas bandeiras ao vento, livre do rigor medieval.
Reforço suas palavras:
“É incrível como a liberdade de expressão é capaz de fazer brotar novas ideias com conceitos revolucionários, transformar estilos de época e técnicas artísticas e suas peculariedades.”
Sem a liberdade para si expressar, o arte é como uma plantinha à qual falta água. Míngua!
Abraços,
Lu
Lu
O Alto Renascimento, ao contar com artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael é sem dúvida um dos períodos mais ricos da História da Arte. O trabalho desses três grandes mestres será sempre louvado em quaisquer que sejam os tempos. Também achei interessante saber a causa da venda das indulgências, vistas hoje ainda em grau maior, na mesma ala que as combateu.
Moacyr
O Alto Renascimento foi mesmo um período importantíssimo para a História da Arte. Podemos afirmar que foi um celeiro de grandes mestres. Como vimos em aulas anteriores, muitas causas contribuíram para isso, inclusive o crescimento das cidades e a disputa entre os governantes de uma e de outras. Ainda iremos ver sobre isso com mais profundidade. Quanto à venda de indulgência, sempre digo que se Martinho Lutero voltasse hoje ficaria horrorizado com os seus adeptos que vende até mesmo grão de feijão em nome de Deus. Que horror!
Abraços,
Lu