Autoria de Lu Dias Carvalho
Roma foi o berço do Barroco. Era tida como o centro cultural do mundo civilizado. Ali chegavam artistas de todas as partes da Europa, participando das discussões, estudando os mestres do passado e buscando apreender todas as inovações artísticas. A cidade também oferecia o melhor lugar para observar a pintura nos países que se vinculavam ao catolicismo romano. Não era apenas os artistas estrangeiros que buscavam aquela cidade, mas também os artistas que viviam dentro da própria Itália.
Os artistas dos Países Baixos eram mais voltados para representar a superfície das coisas. Buscavam usar todos os recursos artísticos que conheciam para exprimir a textura de tecidos e da carne em suas pinturas, atingindo resultados magníficos. A eles não interessavam os padrões de beleza que causavam tanta preocupação aos artistas italianos ou que viviam na Itália, tampouco lhes preocupava os temas nobres.
Peter Paul Rubens (1577–1640), artista flamengo, foi o único artífice do norte europeu a ter contato direto com a atmosfera romana dos tempos do Barroco, tendo chegado a Roma com 23 anos de idade. Carregava consigo a mesma visão dos artistas nórdicos. Achava que a missão do artista era retratar o que lhe agradasse do mundo em seu entorno. Admirava as obras de Carracci e também a honestidade de Caravaggio no estudo da natureza. Voltou à Antuérpia quando já estava com 30 anos. Levava uma enorme carga de conhecimento. No norte dos Alpes ninguém concorria com ele na representação de nus e roupagens, armaduras e joias, animais e paisagens. Desenvolveu uma predileção por telas grandiosas que ornamentavam igrejas e palácios. Na Itália aprendera a arte de distribuir as figuras numa grande escala e como usar luz e cores para ampliar o efeito geral.
A ilustração acima à esquerda — Virgem e Menino Entronizados com Santos — mostra como a pintura de Rubens primava pela liberdade e habilidade. Neste quadro da Virgem com seu Menino, o pintor fez uso de vários personagens, muitos movimentos e bastante luz, num clima de grande festividade em que os santos direcionam-se ao trono da Virgem. Dentre os personagens estão São Lourenço, com a grelha onde foi martirizado, São Jorge com o dragão e São Sebastião carregando a aljava e as flechas. Um guerreiro, levando a palma do martírio na mão, encaminha-se para o trono. Um grupo de mulheres ergue os olhos maravilhados em direção à Virgem e seu Menino que se inclina para uma menina ajoelhada. Atrás do trono encontra-se São José. São Pedro e São Paulo (reconhecíveis pelas chaves e pela espada) encontram-se no alto à esquerda, enquanto São João, sozinho, abre os braços admirado, coberto por uma intensa luz. Ao fundo dois pequenos anjos puxam um cordeiro birrento. Do céu descem dois anjos para coroar a Virgem. A ilustração à direita é outra obra do artista, intitulada A União entre a Terra e a Água.
A fama de Rubens era tão grande que ele não dava conta das encomendas recebidas. Muitas vezes pintava apenas um pequeno esboço colorido ou a parte mais importante da obra. Cabia a seus alunos ou pintores assistentes transferir o esboço colorido para uma tela grande, preparar o fundo e a pintura. A partir daí o mestre pegava o pincel para retocar o trabalho feito. Seus toques eram capazes de dar vida a qualquer figura, sendo impossível analisar essa sua habilidade. Em razão disso sua arte intensificava a suntuosidade dos palácios e igrejas. Esteve presente em diversas cortes também como diplomata, onde entrava em contato com os humanistas de sua época.
O Professor E. H. Gombrich afirma em seu livro “A História da Arte” que “A alegria da vida exuberante e quase impetuosa em todas as suas obras salvou Rubens de tornar-se um mero virtuoso de sua arte. Ele converteu suas pinturas de meras decorações barrocas para salões festivos em obras-primas que retêm sua vitalidade mesmo na atmosfera fria dos museus”.
Exercício
1. Qual a diferença entre os artistas italianos e os dos Países Baixos?
2. O que sabe sobre o pintor Peter Paul Rubens?
3. Quais são as principais características de sua obra?
Fonte de pesquisa
História da Arte/ E. H. Gombrich
Views: 13
Lu
Gostei mto da pintura do mestre do barroco Peter Paul Rubens. Gerações de artistas foram influenciados por essa estrela do barroco. Em seu processo criativo, valorizava o movimento, a cor e a sensualidade . Vemos também cenas dramáticas em algumas obras suas. Há influência renascentistas, além de contemporâneas a ele. Era detalhista e estudioso de obras antigas, incorporando- as na realização de seus trabalhos. Explorou também temas religiosos, mitológicos, históricos e paisagísticos. Suas pinturas encantam muito pela extravagância de suas formas e cores. Foi um verdadeiro mestre do Barroco, muito inteligente, dedicado e estudioso .
Marinalva
O pintor francês Peter Paul Rubens foi um dos grandes nomes do estilo Barroco, sendo um dos mais procurados de sua época. O número de encomendas era tão grande que sua oficina era cheia de aprendizes e de colegas de profissão. Artistas importantes de sua época pintaram junto com ele num mesmo quadro.
Abraços,
Lu
Lu
Roma foi uma referência ímpar na influência aos artistas no período da Idade Média. Recebia artistas de toda Europa para o aprimoramento de seus talentos, pois havia mestres de primeira linha nesse período. Interessante é que Rubens é oriundo dos Países Baixos, e nessa região os trabalhos artísticos tinham suas peculiaridades. Como Rubens veio para Roma relativamente novo, aos 23 anos, teve muito tempo para aprimorar seu talento, que por sinal era imensurável. Deus trabalhos tinham características próprias, mesmo seguindo as caracteristicas barrocas em suas obras. Ele conseguiu dar vida a suas obras através de uma sensibilidade aguçada, como podemos verificar nas duas obras que ilustram texto em estudo, que por sinal são belíssimas.
Hernando
Rubens foi um dos grandes artistas do estilo Barroco. A procura por suas obras era tamanha que ele teve que contar com um número elevado de aprendizes em sua oficina, além de artistas contratados. Famosos mestres da pintura dividiram a pintura de um mesmo quadro com ele, como veremos mais à frente. Era um homem brilhante também no campo político.
Abraços,
Lu