Autoria de Lu Dias Carvalho
A Natividade, obra do pintor William Blake, é sem dúvida uma das pinturas mais diferentes dentre as conhecidas com a mesma temática. A cena do nascimento de Jesus acontece num estábulo, com a presença de Maria, José, Isabel, João Batista e de dois bois.
A Virgem encontra-se sentada, aparentemente desfalecida, tendo o corpo seguro pelos braços de seu esposo José que a ampara com cuidado, para que possa parir o fruto de seu ventre. Ao fundo, uma pequena janela deixa entrar uma luz dourada, iluminando a cena. À direita, atrás das costas de Isabel, vê-se – ainda que estilizada – a estrebaria com seus animais. Os chifres mostram-se bem delineados.
À frente de Maria está a sua prima Isabel, esposa de Zacarias, com seu filho João Batista no colo. Isabel abre os braços para receber o Salvador que parece voar em sua direção. Jesus não parece nascer do ventre de Maria, mas descer de uma outra dimensão, atraído pelos braços de Isabel. A sua divindade é assim apresentada pelo artista.
Ao pintar sua natividade, o pintor não quis mostrar uma visão naturalista, mas simplesmente trazer uma concepção simbólica do nascimento de Jesus. William Blake foi um poeta e pintor. Era seguidor de doutrinas esotéricas, onde se misturavam as tradições judaicas, gregas e cristãs.
Ficha técnica:
Ano: c. 1799
Técnica: têmpera sobre cobre
Dimensões: 27 x 38,2 cm
Localização: Philadelfia Museum of Art, Filadélfia, EUA.
Fonte de pesquisa:
Cristo na arte/ Manuel Jover
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