Autoria do Dr. Telmo Diniz
Por definição, a Síndrome da Fadiga Crônica (SFC) pode ser conceituada como uma falta de energia ou um cansaço generalizado, que não está relacionada com alguma doença clinicamente detectável. É um problema mais comum entre as mulheres, podendo ocorrer em qualquer idade e pode durar de seis meses até um ano. Cerca de 50% dos casos tem alguma ligação com o estado psíquico, ou seja, é mais prevalente em pessoas estressadas, ansiosas e com depressão (atentem para este fato). Não é uma doença psiquiátrica. A SFC pode ter a entidade psiquiátrica como consequência e, não, como causa.
O diagnóstico é muitas vezes difícil para o médico, pois se trata de uma condição sindrômica, de causa ainda desconhecida, onde se deve inicialmente excluir todas as doenças que podem ter a “fadiga” ou um “grande cansaço”, sem causa aparente, como queixas principais.
Portanto, a SFC é um diagnóstico de exclusão, ou seja, após descartar outras doenças, podemos considerar a patologia em questão. Para tanto, é necessário uma boa anamnese (histórico dos antecedentes de uma doença – doenças anteriores, caracteres hereditários, condições de vida, etc), exame físico e a solicitação correta dos exames complementares para o correto diagnóstico.
Diagnóstico
É muito comum observarmos pessoas que fazem uma verdadeira via-crúcis por consultórios e hospitais, pois, a síndrome pode ser confundida com diversas outras doenças como: anemia, hipotireoidismo, doenças neurológicas, fibromialgia, depressão e outros distúrbios psiquiátricos. Como é uma condição ligada, em metade dos casos, a fatores de estresse emocional, uma forma de ajudar é na dosagem de hormônios que nos auxiliem para ver como está a condição metabólica da pessoa, que é o caso de dosar o cortisol e o DHEA no sangue. Estes dois hormônios são “marcadores” do estresse da pessoa.
Tratamento
O tratamento deve ser feito de forma individualizada, pois não há uma “receita de bolo” pronta para todos. O médico criterioso irá observar vários aspectos da vida da pessoa, como as relações familiares, com a esposa e filhos, desempenho na vida escolar e/ou profissional, hábitos alimentares e de vida social, entre outros.
Pessoas com quadros de depressão associada devem ser adequadamente tratadas. A simples alteração em hábitos alimentares, uma adequada higiene do sono associada à atividades físicas já é meio caminho percorrido. O uso de adaptógenos, que são substâncias fitoterápicas, poderá ser de grande utilidade, levando a uma melhora na qualidade de vida dessas pessoas.
Enfim, o importante é levar o paciente e suas queixas a sério, pois o impacto social e profissional pode ser determinante para essa pessoa, que muitas vezes é confundida como “preguiçosa” que não quer trabalhar estudar ou produzir. De posse do diagnóstico, o médico deve atuar como verdadeiro advogado dessas pessoas, para que não ocorram injustiças.
(*) Imagem copiada de www.feliznamedidacerta.com
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Dr.
Como a depressão está cada vez mais presente, vejo que o diagnóstico da fadiga crônica não é fácil.
Pois, como mostra, muitas doenças vêm acompanhadas desse cansaço.
O melhor jeito é mesmo buscar ajuda médica.
Lu