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FENG SHUI – COMO A DESORDEM NOS AFETA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Para início de conversa somos uns tolos, pois passamos pela vida com o senso arraigado de propriedade, quando não somos donos de coisa alguma, nem de nós mesmos, pois até nosso próprio corpo está sujeito a uma infinidade de mazelas. Tudo o que temos foi-nos emprestado para passarmos uma curta temporada neste planeta chamado Terra. E pior, muitas vezes não temos o menor cuidado com aquilo que nos foi confiado, a ponto de transformarmos nossa vida num caos, tamanha é a bagunça acumulada por nosso descaso com a nossa existência e com tudo que gira em seu entorno.

Segundo a sabedoria milenar do Feng Shui, a desordem causa-nos muitos desprazeres, sendo que, na maioria das vezes, não temos nenhum conhecimento sobre o assunto. Conheçamos agora alguns deles:

  • Cansados e letárgicos – quanto mais bagunça houver à nossa volta, menos energia e coragem teremos para fazer a limpeza, criando um círculo vicioso. Ficamos perdidos no meio da energia estagnada que só nos faz mal, enquanto ela só faz aumentar.
  • Somos retidos no passado – não deixamos espaço para que o novo penetre em nossa vida. Nossos pensamentos insistem em habitar o ontem presente em cada objeto entulhado. Ficamos estagnados, olhando para trás, sem coragem de ir para frente.
  • Nosso corpo fica congestionado – nosso corpo é a maior vítima da desordem. Nossos olhos ficam embotados, a pele amarelada e não há vitalidade em mente. Além de sobrar um grande espaço para as alergias, nós carregamos uma sensação de derrota.
  • Pode afetar o nosso corpo – o excesso de entulho, por incrível que possa parecer, muitas vezes se alia ao excesso de peso. Tanto o corpo obeso quanto o excesso de bagunça são formas de autoproteção. Temos a crença de que estamos amortecendo os choques da vida. Tanto a obesidade (que é também uma acumulação de tecido adiposo) quanto o acúmulo de objetos, na maioria das vezes sem finalidade alguma, funcionam como muletas imaginárias.
  • Causa confusão – quando nos vemos cercados pela desordem, não vemos com clareza o que fazemos na vida. Ficamos perdidos em meio a tudo, isto porque o exterior é o reflexo de nosso interior.
  • Afeta a maneira como nos tratam – as pessoas nos tratam, conforme o tratamento que damos a nós mesmos. Se nós nos valorizamos, elas nos tratarão bem. Se nos atolamos junto com os entulhos, acabamos por atrair, inconscientemente, pessoas que nos tratarão mal. A nossa casa desmazelada não passa alheia aos olhos dos amigos e fará com que eles tenham uma imagem ruim a nosso respeito, uma vez que nossas ações refletem nosso eu, ou seja, aquilo que realmente somos.
  • Faz adiar – quanto maior for a desordem, menos tempo teremos para colocá-la em ordem, pois a bagunça deixa estagnada a própria energia que circula no ambiente e também dificulta a nossa, por isso, nunca sabemos por onde começar, adiando indefinidamente.
  • Causa desarmonia – é um dos principais motivos de brigas nas famílias, entre colegas de apartamentos e entre companheiros de trabalho. Ninguém sabe onde se encontra nada. Um fica colocando a culpa no outro, gerando discussões, pois a desordem é uma razão de nível inferior.
  • Pode nos envergonhar – passamos a ter vergonha de convidar as pessoas para nos visitar. A mãe tem vergonha de deixar a porta do quarto do filho aberta. Se alguém chega sem aviso, perdemos o juízo, pois não tivemos tempo de fazer a “maquiagem” do ambiente.
  • Pode manter presa a nossa vida – começamos a ficar isolados e a gozar da baixa autoestima. E passamos a não nos importar com a bagunça, vivendo preso no meio dela, rezando para que ninguém venha nos visitar, tornando-nos pessoas isoladas.
  • Acaba por nos deprimir – a energia estagnada da desordem debilita a nossa energia a ponto de nos deprimir. Quase toda pessoa deprimida vive cercada de bagunça, principalmente, num nível baixo, esparramando tudo pelo chão. Não encontra ânimo para nada. Sentimentos de desesperança são adubados pela desordem. Tanto aumenta a depressão como a ansiedade.
  • Cria excesso de bagagem – nossa tendência é levá-la conosco por onde viajamos, pois passa a ser parte de nossa vida. Seremos “bagunçólatras” mesmo fora de nosso ambiente costumeiro, incomodando outras pessoas. E somos chegados a compras de “souvenirs” para atulhar a casa mais ainda. Perdemos totalmente a noção de espaço.
  • Entorpece a nossa sensibilidade – passamos a não viver plenamente e a fazer as mesmas coisas todos os dias. Ficamos taciturnos e enfadonhos, sem buscar novos objetivos.
  • Exige uma limpeza extra – o tempo empregado para a retirada dos entulhos será muito maior. É uma espiral descendente. Não nos sobra tempo para nada. E, quanto mais a bagunça cresce, mais tempo teremos de dispor para fazer a limpeza.
  • Faz de nós uns desorganizados – perdemos chaves, óculos, carteira, sombrinhas, documentos, etc. A bagunça acaba por desperdiçar o nosso tempo na procura por um objeto e a nos deixar nervosos. Deixamos de ser cuidadosos com as coisas necessárias, inclusive com a nossa saúde.
  • Pode ser um risco à saúde – o acúmulo de tralhas começa a cheirar mal, a atrair insetos, abrigar umidade, mofo, tornando o espaço anti-higiênico. E ainda há o risco de incêndio.
  • Cria uma simbologia indesejável – se somos inclinados à discussão, devemos evitar o uso excessivo de vermelho na decoração. É preciso haver uma seleção daquilo que nos rodeia, conforme a nossa índole. E na bagunça fica tudo misturado.
  • Cobra-nos um custo financeiro – basta fazer uma porcentagem de tudo que está num aposento sem a devida necessidade e que exige gastos. Sem falar no custo do tempo.
  • Distrai-nos de coisas importantes – temos que ser donos de nossas coisas e não elas de nós. Tudo o que possuímos exerce um apelo sobre nossa atenção, e quanto maior é a desordem, mais nossa energia é gasta em assuntos insignificantes. O intelecto fica em segundo plano, quando a bagunça é desmedida.

Portanto, a organização é boa e faz bem a qualquer um. As mudanças só virão quando a pessoa realmente toma consciência de que é preciso mudar.

Fonte de pesquisa:
Arrume a sua bagunça com o Feng Shui … / Karen Kingston

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DEPRESSÃO: COMO ACELERAR O CÉREBRO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Quando nos ocupamos de alguma coisa, as faculdades cerebrais são mobilizadas e assim nos sobra menos tempo para alimentar pensamentos sombrios. (Stefan Klein)

Quem consegue vencer a inércia está dando o primeiro passo para adquirir um conceito melhor de si mesmo. (Stefan Klein)

Pesquisas comprovam que, “quando concentramos a atenção em uma atividade concreta, deixamos menos espaço para pensamentos e sentimentos pessimistas”, afirma Stefan Klein. O ideal, segundo o biofísico, é que a atividade escolhida leve-nos a um objetivo no qual obtenhamos êxito. Nessa fase de desânimo não adianta escolher metas difíceis de serem alcançadas, uma vez que o nosso cérebro encontra-se menos ágil, ainda longe de pôr em ação toda a sua capacidade de desempenho. Assim, as tarefas mais simples agem como um preaquecimento da mente e cada êxito alcançado é um passo no seu restabelecimento.

Todas as pessoas que já passaram por uma fase depressiva, ou nela ainda se encontram, sabem como é difícil a execução de quaisquer tarefas. O corpo fica pesado, inerte e só pede cama, ou que o deixemos quietinho, distante de todos e de tudo. Atender o seu pedido é um grande erro, pois só faz enrijecer o cérebro. É preciso respirar fundo e reunir as minguadas forças ainda restantes para sair do marasmo. As tarefas iniciais podem ser relacionadas aos trabalhos domésticos ou qualquer outro tipo de exercício que não requeira muito esforço – sem estresse – e dê-nos a sensação de sucesso ao terminá-lo e ânimo para fazer outros.

A vivência do êxito, ao levar uma tarefa ao seu término, é muito importante no estado de tristeza em que o depressivo se encontra.  O neuropsicólogo Richard Davidson explica que “Isso se explica pelo funcionamento dos dois hemisférios cerebrais (assunto presente neste site). Nas fases de desânimo ocorre uma drástica redução da atividade da região frontal esquerda – a que nos impulsiona a estabelecer objetivos, mas que também controla as emoções negativas”. Contudo, quando a pessoa depressiva trabalha para atingir um objetivo, ainda que esse seja simples, ela passa a acionar essa metade do cérebro que se encontra com a sua atividade diminuída e que é importantíssima para ativar o bom humor. Ao atingir a meta proposta, os neurônios da região frontal remetem o sinal que provoca a percepção do êxito.

Fica patente, portanto, que a atividade física é de suma importância para as pessoas depressivas, pois ajuda na produção de sentimentos positivos. Contudo, ao iniciá-la, não se deve estabelecer metas mirabolantes que acabam – uma vez não cumpridas – levando ao desânimo e fazendo com que a pessoa abandone os exercícios. Na fase inicial a persistência é muito importante, uma vez que mil e uma desculpas (faz muito calor, está frio, parece que irá chover, o sol está de rachar, minha cabeça está querendo doer, não me sinto bem hoje…) aparecerão para que o depressivo continue em casa adubando sua melancolia.

Pesquisas mostram que a eficácia da atividade física para o cérebro é imediata. O neurocientista Fred Gage constatou, através de pesquisas com ratos, que “Os exercícios físicos favorecem o crescimento e até mesmo a formação de novos neurônios”. Segundo ele, houve, até mesmo nos animais que antes tinham dificuldade de aprender, um desempenho superior em razão da atividade física.

Por que os exercícios físicos são importantes:

  • Tornam a mente mais ágil.
  • Estimulam o crescimento das conexões neuronais que impedem a ocorrência do mais nefasto de todos os sintomas da depressão: a atrofia das células cinzentas (assunto presente neste site em O QUE É A DEPRESSÃO e COMO A DEPRESSÃO ACONTECE  dentre outros artigos).

Os benefícios da atividade física são sentidos logo após o término dos exercícios. Corpo e mente experimentam uma sensação de prazer que culmina com um bom banho. Mas por que isso acontece? O esforço físico libera serotonina (hormônio que regula o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções intelectuais e, por isso, quando se encontra numa baixa concentração pode causar mau humor, dificuldade para dormir, ansiedade ou mesmo depressão).

O biofísico Stefan Klein complementa que “Ao contrário das pílulas que apenas atenuam a melancolia, a atividade física também gera um sentimento positivo, pois o esforço libera as endorfinas que causam euforia”. Ainda segundo ele, a prática regular de exercícios de pelo menos três vezes por semana, durante ao menos meia hora, pode ser tão eficaz contra a melancolia quanto os melhores antidepressivos encontrados nas farmácias. Mas vale lembrar que nas depressões graves a prática de exercícios deve estar aliada aos medicamentos, conforme prescrição médica, pois uma coisa não exclui a outra.

Nota: ilustração – Roda de Peteca, obra de Heitor dos Prazeres

Fonte de pesquisa:
A Fórmula da Felicidade – Stefan Klein – Editora Sextante

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COMO AGIR DIANTE DA DEPRESSÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

 A depressão se instala quando a atividade cerebral não está sendo desenvolvida de forma plena. (Stefan Klein)

Aos poucos as pessoas em todo o mundo vão tomando consciência de que a depressão é uma doença seriíssima e não fruto de fricotes, chiliques ou dengues. Ela é uma resposta ao mau funcionamento do cérebro, instalando-se quando a atividade cerebral não funciona como deveria. Mas o que fazer quando essa doença mental abate-se sobre nós?  Seria melhor buscar um cantinho de jeito, esperando o tormento passar ou tocar a vida para frente, ainda que se deseje ficar apenas deitado num quarto escuro, sem qualquer contato com a vida lá fora, recolhendo-se diante de tamanha infelicidade? É isto que saberemos agora.

Pesquisas mostram que o fechar-se em si mesmo só fortalece o sofrimento, uma vez que o cérebro passa a não receber estímulos que o ajudem a retomar sua normalidade. O desânimo, a tristeza, a paralisia dos sentimentos e da razão acabam jogando o doente num abismo cada vez mais tenebroso. Portanto, a conclusão a que as pesquisas neste campo chegaram é que não fazer nada ou jogar a toalha, como se diz popularmente, é um péssimo remédio, ainda que, quando em depressão, seja difícil para o doente despertar seu próprio interesse no que quer que seja. A vítima da doença concentra-se em sua vida interior, centrando-se em seus pensamentos sombrios, buscando compreender – em vão –  o porquê de seu sofrimento.

A depressão leve que consiste naquela tristeza comum ao dia a dia , ou seja, aquela que toma conta de nós vez ou outra, pode facilmente ser debelada unicamente com a mudança de comportamento, sobretudo controlando os pensamentos e sentimentos negativos, a fim de que o estado depressivo não seja alimentado. Contudo, a depressão severa, além da mudança de comportamento também necessita de medicamentos que irão trabalhar no sentido de libertar o cérebro da apatia em que se vê atolado. Somente o especialista poderá diagnosticar o paciente e fazer a diferença entre as duas fases do estado de alma da pessoa.

É preciso muito cuidado com a tristeza acabrunhante, pois ela pode ganhar vida própria, alimentando-se de si mesma, até resvalar para algo mais sério, ou seja, para uma depressão severa. Sabe-se que o abatimento é muitas vezes gerado por uma carga excessiva de estresse (a perda de um ente querido, pressão no trabalho ou na família, doenças, separações, etc.), o que leva o organismo a dar sinais de que precisa de um tempo para sobreviver ao desânimo, cansaço e tristeza. É preciso compreender os sábios sinais do corpo e atendê-lo em suas necessidades.  

Muitas vezes, mesmo tendo passado o motivo da profunda tristeza, a vítima continua a alimentá-la com pensamentos e sentimentos negativos, afastando-se das pessoas e sentindo-se vítima da situação. Tal comportamento é um equívoco, pois apenas alimenta o círculo vicioso (inatividade/desânimo/inatividade). Deixar o mundo de fora, abrindo mão de seus estímulos é um péssimo negócio. Inteirar-se com ele é fundamental. Voltar o olhar para fora, lidando com outras pessoas e coisas contribui para romper o círculo vicioso dos pensamentos negativos e sentimentos ruins. Por que isto é bom? Porque o cérebro, quando atarefado, não mais se preocupa consigo mesmo, ou seja, ele se esquece de si mesmo e passa a preocupar-se apenas com o que está realizando.  Preencher o tempo é vital.

O biofísico Stefan Klein explica: “No estado de melancolia, o cérebro pode ser comparado a uma perna engessada há muito tempo. Quem já passou por isso sabe como os músculos se enfraquecem pela falta de exercício e como é doloroso dar os primeiros passos, a tal ponto que pensamos em desistir. No entanto, precisamos caminhar. Da mesma forma o cérebro tem que ser submetido a uma recuperação que possa ajudá-lo a superar o episódio depressivo. Qualquer tipo de atividade é válido para combater a tristeza. É como retomar as rédeas da própria vida. Quando nos ocupamos de alguma coisa, as faculdades cerebrais são mobilizadas e assim nos sobra menos tempo para alimentar pensamentos sombrios”.

Os portadores de depressão sabem que os medicamentos não fazem todo o trabalho necessário para que o cérebro retorne à sua normalidade. Mudar o comportamento é fundamental para estimular as células nervosas, seja durante uma depressão leve ou aguda. Quem quiser voltar a caminhar por conta própria, precisará de toda a sua boa vontade para recuperar suas faculdades cerebrais.

 Nota: ilustração – Serenata, obra de Di Cavalcanti

Fonte de pesquisa:
A Fórmula da Felicidade – Stefan Klein – Editora Sextante

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DEPRESSÃO E CAPACIDADE CEREBRAL

 Autoria de Lu Dias Carvalho

A utilização insuficiente da capacidade cerebral pode ser tão nociva para o equilíbrio psíquico quanto o cansaço por excesso de atividade. (Stefan Klein)

Quando estou mergulhado nos meus personagens e na ação, não existem horários e nem refeições. Que me deixem tranquilo. (Heinz Konsalik )

Vimos em textos anteriores que se ocupar de outras tarefas – além de pensar somente em nós mesmos – é de suma importância para a saúde de nosso cérebro, pois ao se manter atarefado, ele se esquece de si mesmo e mostra-se mais feliz. Concluímos, portanto, que nosso cérebro parece não gostar do vazio, ou seja, que nos voltemos apenas para nós mesmos. O compartilhamento faz-lhe muito bem. Eis uma prova de que não nascemos para viver sozinhos, ou seja, nenhum homem é uma ilha.

Quando nos encontramos ao telefone numa conversa do nosso interesse, temos a tendência de ignorar o barulho à nossa volta, concentrando-nos no assunto em questão. Nossas preocupações e ruminações também funcionam como ruídos prejudiciais que se mostram ainda mais severos quando nosso cérebro não se encontra envolvido em tarefas que o levem a ignorá-los. Está aí o porquê de contar carneirinhos – como ensina a sabedoria popular – quando nos encontramos insones. Ao ocupar os neurônios com a contagem dos animaizinhos, acabamos impedindo que as preocupações e os pensamentos negativos imperem.

Nosso cérebro não descansa nunca. Quando nos encontramos em momentos de ociosidade, volta-se para as fantasias ou lembranças. O pior é que tem a tendência de escolher as mais desagradáveis. Por que isso? Porque nós somos mais atraídos pelo pessimismo, como se vivêssemos atentos a um perigo iminente, pois o nosso  instinto de sobrevivência está sempre a postos.

O grito de “Fogo!” deixa-nos muito mais atentos do que se ouvíssemos um anúncio prazeroso. Entre uma ideia agradável e uma amedrontadora, surgindo ao mesmo tempo em nosso cérebro, a última sempre vence.  Segundo o biofísico Stefan Klein, o Evangelho de Mateus relata a correspondência entre percepção e sentimento, ao narrar o milagre no lago de Genesaré. Pedro começou a sentir medo e fracassou, quando passou a duvidar de si mesmo, ao atender o chamado de seu Mestre.

Não são poucas as vezes em que nos dispusemos a fazer uma tarefa e nem demos conta do tempo passando. Quando olhamos as horas, acabamos levando um susto, pois o tempo apresentado pelo relógio parece-nos irreal. Isso acontece quando a tarefa é desempenhada com concentração em razão de sua importância ou prazer, pouco importando qual seja ela (caminhar, ler, conversar, pintar, escrever, fazer uma comida, etc.). Por que isso acontece? Porque o cérebro encontra-se tão ativo que o “eu” fica em segundo plano.

A lenda grega sobre Sísifo (filho do Éolo), tido como o mestre da malícia e da rebeldia e um grande ofensor dos deuses, mostra-nos como a inutilidade de qualquer esforço feito pode parecer-nos um tormento, ao contrário de algo desejado:

Sísifo ao ser castigado por Zeus – o deus dos deuses – recebeu a incumbência de empurrar uma pedra ladeira acima  e colocá-la no topo de uma montanha. Contudo, ao chegar ao cume do monte, a rocha despencava-se de novo e de novo. A pedra não era pesada o bastante para significar um tormento. O castigo encontrava-se na inutilidade da tarefa, ou seja, na monotonia do trabalho executado por Sísifo vezes e vezes sem conta, sem nada exigir de seu cérebro, privando-o de qualquer euforia. É por isso que existe a expressão popular “trabalho de Sísifo”, originada  dessa lenda grega, relativa a todo tipo de trabalho ou situação que é interminável e inútil.

O trabalho executado, portanto, para provocar uma sensação de leve euforia no nosso cérebro, fazendo aflorar os sentimentos positivos, não deve ser por demais difícil e nem excessivamente fácil. Pesquisas mostram que se a tarefa executada é muito difícil ou extremamente fácil acaba por não trazer efeitos positivos para o cérebro.

Quando a atividade exige muito esforço, traz sensações de cansaço e esgotamento, sendo que a falta de êxito produz frustração. Se a tarefa é feita mecanicamente, sem qualquer desafio, nada exigindo do órgão cerebral, traz uma sensação de tédio – a mente não aceita a ociosidade – abrindo espaço para que os pensamentos ruins se instalem. O ideal é que a atividade executada estimule o cérebro na medida certa, fazendo surgir os sentimentos positivos. Logo, tanto uma atividade extremamente complexa quanto uma fácil demais não beneficiam o nosso cérebro.

Para concluir, é bom levarmos em conta a advertência do biofísico Stefan Klein: “Um amplo número de estudos psicológicos revela que as pessoas cuja ocupação habitual não solicita sua capacidade cerebral de modo satisfatório estão mais propensas a sofrer de depressão e angústia”.

Nota: ilustração – Manacá, obra de Tarsila do Amaral

Fonte de pesquisa:
A Fórmula da Felicidade – Stefan Klein – Editora Sextante

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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE MAIS COMUNS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A ansiedade é comum a todos os seres humanos. Trata-se de uma reação natural de seu organismo e faz parte do instinto de sobrevivência: “lutar ou fugir”. Quando passageira e em razão de algum acontecimento estressante, ela o ajuda a ficar mais alerta através da liberação dos hormônios do estresse, sem lhe causar danos. Contudo, quando a sensação de apreensão ou pavor é de longa duração e sem nenhuma causa aparente traz efeitos ruins para o corpo e a mente.

É muito comum que pessoas com ansiedade também desenvolvam depressão, pois ambas as doenças estão interligadas, sendo o problema de saúde mental que mais cresce em todo o mundo. Segundo pesquisas médicas, a ansiedade pode ser tanto a causa como o sintoma da depressão.

Muita gente nunca ouviu falar do transtorno afetivo sazonal (TAS) – um tipo de depressão que ocorre no inverno, quando os dias ficam mais curtos e há menos incidência de luz solar. As pessoas que vivem em lugares frios, ao contrário das que vivem nos trópicos, são as maiores vítimas. A razão disso, acreditam alguns estudiosos, está no fato de a falta de sol diminuir os níveis de serotonina – substância cerebral importante na regulação do humor – e também na redução da preciosa vitamina D tão importante para o funcionamento do organismo.

Tipos de Transtornos mais comuns:

TAG – o chamado transtorno de ansiedade generalizada está ligado à preocupação excessiva. A pessoa fica ansiosa a maior parte do tempo.

ATAQUES DE PÂNICO – sintoma comum dos transtornos de ansiedade. É um turbilhão de medo avassalador que acontece repentinamente. Uma de suas características mais comuns é a hiperventilação (respiração rápida). Pode durar de dois minutos a cerca de meia hora.

FOBIAS – medo irracional de uma situação, ou animal ou objeto, sendo que um tipo de fobia pode levar a outro. As pessoas ansiosas podem desenvolver fobias com mais facilidade. As mais comuns: 1. Agorafobia – medo de sair de um ambiente em que se sentem seguras para um espaço diferente; 2. Claustrofobia – medo de espaços fechados, mesmo quando não houver perigo algum; 3. Fobia Social – medo de qualquer situação que envolva encontrar-se com pessoas, preocupando-se com a opinião delas; 4. Fobia de Sangue – medo de ver sangue, de tomar injeções, fazer exames de sangue, etc.; 5. Fobia simples – medo de animais (aves, insetos, etc.) ou objetos específicos (botões, pontes, telefones, etc.).

TOC – o chamado transtorno obsessivo-compulsivo apresenta-se nas formas de obsessões e compulsões. A obsessão trata-se de um pensamento repetitivo e involuntário, enquanto a compulsão diz respeito a uma ação física repetitiva. As compulsões também podem estar relacionadas com a repetição de palavras, frases ou orações. Dentre as causas que podem ocasionar o TOC, acredita-se que as pessoas perfeccionistas estejam mais suscetíveis a desenvolver tal doença.

TDC – o transtorno dismórfico corporal é semelhante ao TOC. A pessoa possui a autoimagem distorcida, mostrando muita preocupação com o que considera um defeito em seu corpo, embora os outros nem notem. Olham com frequência o espelho para verificar sua aparência, sempre preocupada com seu aspecto exterior, o que acaba lhe causando ansiedade social e depressão. Tal distúrbio pode levar a transtornos alimentares como a bulimia ou a anorexia.

TEPT – o chamado transtorno por estresse pós-traumático é uma condição mental causada por um acontecimento traumático. A pessoa traumatizada vê-se revivendo o fato, durante semanas, meses ou anos, por meio de lembranças inesperadas que surgem como flashbacks, alucinações ou pesadelos. São vitimadas por ansiedade intensa, ataques de pânico, depressão, distúrbios do sono, etc. Algumas pessoas, se não tratadas, serão incapazes de levar uma vida normal.

Nota: a ilustração é A Bebedora de Absinto, obra de Pablo Picasso.

Fonte de Pesquisa
50 coisas que você pode fazer para controlar a ansiedade – Wendy Green

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ANSIEDADE/DEPRESSÃO E PLANTAS MEDICINAIS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A utilização de plantas como base para tratar doenças é um hábito milenar, seja por meio do uso de chás, outros preparos caseiros ou até, mais recentemente, os medicamentos fitoterápicos. (Site Guia da Farmácia)

As plantas medicinais são as espécies vegetais, cultivadas ou não, em geral, tradicionalmente utilizadas com o propósito de aliviar sintomas e/ou promover a cura de afecções. (Dra. Camila de Albuquerque Montenegro)

Existem muitas plantas medicinais que ajudam a aliviar os sintomas da ansiedade e da depressão, embora o estudo sobre elas ainda não esteja totalmente concluído. Elas podem ser cultivadas em quintais ou vasos dentro de casa; compradas como sachês de chás em supermercados; como cápsulas ou tinturas em farmácias de homeopatia, sendo também comum encontrá-las desidratadas em mercados ou feiras. Antes de usar é importante saber para que serve a planta medicinal. Quais são os princípios ativos, como preparar e qual a dosagem. Vejamos as mais comuns:

Camomila – trata-se de uma das plantas mais conhecidas. As flores é que são utilizadas, pois possuem um aminoácido de nome glicina que é um relaxante muscular e nervoso, além do flavonoide de nome apigenina que aumenta os efeitos calmantes. O ideal é tomar o chá ainda quente, feito por infusão de cinco a dez minutos.

Erva-de-são-joão – trata-se de um arbusto com flores amarelas. É responsável por aliviar a depressão, a ansiedade e o TAG. Sua substância ativa é a hipericina, acredita-se que ela seja capaz de contribuir com o humor positivo. Antes de tomá-la faz-se necessário uma conversa com o médico ou farmacêutico, caso esteja tomando um outro medicamento para que não potencialize o efeito de certos antidepressivos. As pessoas acometidas por transtorno bipolar não devem fazer uso desse chá.

Lúpulo – é uma trepadeira e dela se usa as flores. Além de aliviar o estresse, também induz ao sono profundo. Imagina-se que possa agir sobre o sistema nervoso central. Comumente é usado para combater a ansiedade e a insônia. Não é recomendada para quem tem depressão, pois pode potencializar o efeito de sedativos, comprimidos para dormir e álcool.

Melissa (erva-cidreira) – planta muito comum em solo brasileiro. É usada para diminuir a ansiedade, a insônia e dores de cabeça associadas à irritabilidade. É um fitoterápico aprovado para “distúrbios nervosos do sono”. Acredita-se que seja capaz de estimular a produção de neurotransmissores, podendo também equilibrar os efeitos da cafeína. Pode causar sonolência nas pessoas mais sensíveis a seus efeitos.

Maracujá (passiflora) – arbusto trepadeira, também muito comum em solo brasileiro. Tanto suas flores quanto suas folhas podem ser usadas para combater o estresse e os períodos de grande ansiedade. Também combate a insônia. Suas substâncias ativas possuem efeito levemente sedativos. Algumas pessoas podem apresentar confusão mental ou tontura ao fazer uso dessa planta. Mulheres grávidas ou que estejam amamentando não devem fazer uso desse fitoterápico.

Valeriana – trata-se de uma planta com flores rosas e brancas, também conhecida pelo nome de “valium da natureza”. Dela é usada a raiz. É tida como benéfica no alívio do estresse, depressão, ansiedade e insônia. Mulheres grávidas ou lactentes não devem tomá-la. É preciso conversar com o médico ou farmacêutico, caso esteja tomando outro medicamento, pois pode trazer problemas quando ingerida com certas drogas.

Verbena – é uma planta de flores lilases. Dela são usadas tanto as flores quanto as folhas. Dentre os efeitos benéficos que proporciona estão o alívio da tensão nervosa, da depressão e a promoção de um sono profundo. Não é recomendada para o uso de mulheres grávidas, pois pode provocar contrações.

Obs.:

  1. Os medicamentos fitoterápicos são aqueles obtidos a partir das plantas medicinais (drogas ou derivados vegetais), as quais passam por operações farmacotécnicas ou de tecnologia farmacêutica para ser inseridas em uma forma farmacêutica.
  2. Todo fitoterápico deve ter sua ação comprovada por meio de ensaios farmacológicos e toxicológicos que garantam eficácia, segurança e qualidade, para ser registrados e utilizados com o fim profilático, curativo ou paliativo, afirma a Dra. Camila.
  3. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico.
  4. Segundo o Ministério da Saúde, atualmente há registro de 2.160 Unidades Básicas de Saúde que disponibilizam fitoterápicos ou plantas medicinais.
  5. A Fitoterapia é praticada por 1.457 equipes de saúde e a Farmácia Viva está instalada em oitenta municípios.

Fontes de pesquisa
50 coisas que você pode fazer para controlar a ansiedade/ Wendy Green

Guia da Farmácia


https://www.mundodomarketing.com.br

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