Arquivo da categoria: Ditos Populares

A sabedoria popular está presente em todas as línguas, sendo expressa através de várias maneiras: provérbios, adágios, sentenças, aforismos, parêmias, apotegmas, anexins, rifões, ditos e ditados populares.

OS PROVÉRBIOS E O CASAMENTO

Autoria de Lu Dias Carvalhomas5

Os provérbios não entram em consonância depois que se realiza o casamento, pois uma das excentricidades dos adágios é não ter concordância, ou seja, temos máximas para todos os gostos. Cada um que puxe a brasa para a sua sardinha, escolhendo o ditado que lhe aprouver, de acordo com o andar de sua carruagem.

Marido e mulher são como a língua e os dentes”, mas, como os dentes costumam cair ou serem arrancados, pelos mais diversos motivos, é bom cuidar bem da união. Se a convivência é boa, o casal pode tomar para si o provérbio chinês: “O casal apaixonado diz mil coisas sem trocar uma palavra”, ou seja, eles conversam apenas através do olhar. E um lituano ainda é mais enfático: “O casal apaixonado desenvolve tal grau de harmonia, que entre eles não escorre nem água”. Também não é preciso exagerar, pois ambos possuem a sua individualidade. E um provérbio tâmil diz na bucha: “Se o boi e a carroça andam juntos, que importam os obstáculos?”.

Em quase todas as culturas existe o alerta para que não se entre na vida do casal. A vida é de ambos e ninguém tem o direito de meter o bedelho, pois quem se mete sai com o dedo queimado. Um sisudo provérbio árabe aconselha: “Não tentes penetrar entre a árvore e a casca”, e um brasileiro, já afeito à rima diz: “Em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Contudo, em razão das leis que hoje protegem a mulher por causa do feminicídio (crime configurado quando a mulher é morta por uma questão de gênero. O homem poderá pegar de 15 a 30 anos de prisão) que grassa por todas as culturas, é preciso meter a colher, sim.

Segundo os adágios, o casamento não é aquele mar de rosas com que sonham os enamorados, logo que se casam. Um provérbio finlandês ensina que “O amor é um jardim maravilhoso, mas o terreno do casamento é semeado de urtigas”, ou seja, é cheio de contratempos. Portanto, não se pode ir com muita sede ao pote. Alguns há que, decepcionados, até acham que “O casamento é o túmulo do amor”. Mas é claro que não é bem assim, como explica certo provérbio: “Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher).

Também é comum enaltecer o dinheiro em vez do amor, como afirma um provérbio chileno: “Quem se casa por amor vive penando”, e também um francês: “Quem se casa por amor tem dias ruins e noites boas”, enquanto outro diz que  “Só com amor a chaminé não fumega”, ou seja, o casal poderá morrer de fome e a vida a dois ir para o brejo. O fato é, segundo certos ditos populares, que “Quando a pobreza entra pela porta, o amor sai pela janela“. Mas um provérbio estoniano dá o xeque-mate, declarando o que é uma união sem amor: “O casamento sem amor é um tormento”. E bota tormento nisso!

Os adágios intrometem-se em tudo. Dão palpite até na intensidade do amor. Tanto é que um provérbio esloveno adverte: “Uma mulher sensata casa-se com o homem que a ama e não o inverso”, no que conclui o polonês: “Quando amas, és escrava; quando és amada és rainha”. Em assim sendo, é preferível ser rainha!

Perdoe-me o leitor, se tomo partido no tumultuado mundo dos adágios, mas concordo plenamente com o provérbio polonês, acerca de ser rainha ou escrava. O ideal é que numa união, os dois amem-se e se respeitem mutuamente, mas, quando as duas taças não podem ser cheias com igualdade, o melhor mesmo é ser mais amada, carregando o cetro de rainha. Concordam comigo? Deixe o seu comentário.

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Nota: A imagem representa a arte popular do Vale do Jequitinhoha/MG

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MULHER BONITA SÓ TRAZ PROBLEMAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Se o homem fosse levar em conta todos os provérbios que desprezam a mulher bonita, as beldades permaneceriam  solteironas e os cirurgiões plásticos estariam apenas a polir bisturis, já que nenhuma fêmea iria querer ganhar qualquer atrativo. A coisa é tão séria, se vista sob a ótica dos provérbios, que “A mulher bonita inveja a felicidade da feia”, pois, “Quem não sabe que um rosto bonito é um castigo”? Ou que “A mulher bonita é infeliz”? Portanto, amigo, “Antes que te cases, vê o que fazes“, para não cair na esparrela de casar-se com uma mulher bonita.

O macho precisa ser muito sábio na escolha de sua cara-metade, para não passar por um cruel martírio. Coitado do homem que se deixa cair nas malhas de uma mulher bela, porque ela só lhe trará problemas e nenhuma rentabilidade, já que beleza e trabalho são como água e óleo que nunca se misturam. Além de não gostar de fazer as tarefas domésticas, segundo o machismo dos provérbios, sempre pairando defronte ao espelho, a bela ainda traz preocupação para o marido, que nunca se sentirá seguro com a fidelidade da narcisista preguiçosa.

Fica o sábio conselho: “Ai do homem que se casa com uma mulher bonita; enquanto ela não envelhecer, viverá em permanente medo”, pois “Uma mulher bonita é a morte de um homem”. Ele pode até usar o meio-termo, como ensina um provérbio brasileiro: “Nem tão formosa que mate, nem tão feia que espante”, porque “Casa de mulher feia não precisa de fechadura”. Os provérbios brasileiros são mais condescendentes, pois abraçam as duas vertentes.

Dizem os provérbios que somente um homem fraco, que não conhece os perigos da vida, escolhe uma mulher formosa como companheira, porque “Fogo de morro acima, água de morro abaixo, e mulher que trai, quando começa não para mais“. Além de conviver com o perigo da traição, o homem ainda corre risco de perder a vida, uma vez que “Uma mulher bonita é um machado que corta a vida”, assegura um provérbio japonês. Mesmo que a dita derrame lágrimas para amolecer o coração do marido, ele deve sempre se lembrar de que “Nada seca mais depressa do que as lágrimas” e “Quem vê cara, não vê coração”

Motivos pelos quais o homem deve escolher uma mulher feia:

  • Moça bonita, cabeça vazia.
  • Uma mulher bonita é um inimigo.
  • A mulher feia teme o espelho.
  • Beleza não põe mesa.
  • A beleza não enche a barriga.
  • Rosto bonito não faz comida.
  • A beleza não tempera a sopa.
  • Casa com a beleza e casarás com os problemas.
  • As mulheres feias são as mais apaixonadas.
  • A pele da raposa é o seu principal inimigo.
  • A mulher que adora o espelho, odeia a panela.
  • Triste é a casa onde o marido chora e a mulher fica diante do espelho.
  • Quanto mais a mulher se olha no espelho, menos cuida da casa.

Mulheres belas, chegou a hora de abandonar os cremes de beleza e  a maquiagem. Nada de bisturi ou academia, se quiserem se casar. Os provérbios não mentem. Será? Adeus indústria da beleza.

Fonte de pesquisa:
Não se case com mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Nota: Imagem copiada de cinema.terra.com.br

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MULHER, SEIOS, NÁDEGAS E PROVÉRBIOS

Autoria de Lu Dias Carvalhoberz12345678

As partes desejadas e exaltadas do corpo da mulher variam de acordo com as culturas e a época. Em algumas delas, os seios, por exemplo, não exercem nenhum apelo sexual, sendo vistos apenas como necessários à criação dos filhos, com bem adverte o provérbio “Menina, tu mamas no peito de tua mãe, e outros mamarão do teu”, ou outro que diz que “O filho mama o que a mãe come”. Um provérbio ruandês deixa bem claro que os seios não são tudo no corpo da mulher: “Uma mulher é algo mais do que um par de tetas; as cabras também as têm”. Se às mulheres não é atribuída capacidade intelectual, elas pelo menos servem para amamentar os filhos que terão que se lembrar de que “O peito de sua mãe não deve ser esquecido”, pois, no futuro ela virá a depender daqueles a quem amamentou.

Certas culturas, entretanto, veem nos seios femininos um atrativo erótico, podendo trazer grandes perigos para o homem. Um provérbio espanhol reza que “Mulher de seios grandes, casa-a ou coloca-a num convento”, para que não tragam problemas. E, se o homem não quer confusão, é bom que “Não deseje os seios da mulher alheia”. Como as moças não fazem ideia do perigo que carregam, são alertadas para o fato de que “A jovem exibe os seios sem conhecer as consequências”. O homem precisa estar atento às suas escolhas, pois “Quem escolhe esposa velha não pode se queixar de peitos caídos”.

Outra preocupação que certas sociedades possuem é com a menstruação. Um provérbio árabe ensina que “Quando uma moça começa a menstruar, casa-a ou a enterre”, pois o perigo passa a ser dobrado. Na Costa do Marfim um provérbio reza que “É melhor dormir com fome do que comer a comida feita pela mulher menstruada”. Certos povos não aceitam ter relações sexuais com mulheres menstruadas ou com viúvas, como deixa claro o provérbio “É indiferente que a viúva esteja ou não menstruada”, ou seja, ninguém fará coito com ela.

Um provérbio russo diz que a “A mulher é como uma bolsa: carrega qualquer objeto que se coloque lá dentro”, numa referência ao útero, onde o homem despeja o seu esperma, ou seja, ela é o receptáculo do marido, de quem em tudo depende. Enquanto um provérbio tailandês aconselha cuidado com a vagina, ao dizer que “Enfia devagar a agulha no buraco pequeno”, outro já diz que “Uma vagina é como um focinho de porco”, ou seja, é tão forte que jamais deixará de funcionar. Mas “Se uma mulher oferecer seu sexo a todos, pilões serão usados nela”, pois acabará sendo abusada e desprezada, sem falar que terá a sua vagina alargada. O homem deve tomar cuidado e não se deixar iludir pela formosura da mulher, pois “A mulher de beleza deslumbrante tem dentes na vagina” Que perigo!

As nádegas são melhores vistas na África, Caribe e América do Sul. O Carnaval no Brasil que o diga, pois “Ninguém se gaba do traseiro se este não for grande”. Mas o homem tem que saber que “Uma mulher com um traseiro grande consome muita energia”, ou seja, custará muito dinheiro ao parceiro. Ele que se cuide!

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Ilustração: obra de Fernando Botero

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OS PROVÉRBIOS E AS OBRIGAÇÕES DA MULHER

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Segundo muitas culturas e, conforme mostram os provérbios nas mais variadas sociedades, a mulher deve efetuar suas tarefas caseiras no mais absoluto silêncio. E quais são essas tarefas? Em primeiríssimo lugar deve tratar de seu digníssimo esposo (companheiro) com a maior veneração, acima de qualquer outro ser existente na face do planeta Terra, conforme reza o provérbio japonês: “Encorajado pela galinha, o galo anuncia o dia”. Depois disso vem os cuidados com os filhos, a limpeza da casa, as tarefas da cozinha, os trabalhos manuais e o que mais houver para fazer.

Quem entra numa casa limpa e se senta à mesa não sabe o que custa”. Mas o que significa tal provérbio? Pois,  “Se o homem tem cozinheira, por que iria queimar os dedos?”. Além disso todos sabem que “A mulher foi criada para o lar”. A prepotência do machismo é tamanha que um provérbio persa diz que “A confiança em Deus é masculina, os cuidados terrenos são femininos”. Até o Criador tomou parte na história.

Ao dizer que “A mulher é uma roda em movimento; o homem é quem traz dinheiro para casa” está implícito no pensamento machista que cabe a ela os serviços domésticos. Até mesmo  quando ajuda o marido é motivo de troça: “A mulher do pasteleiro quando não está vendendo, está comendo”. E não adianta reclamar, pois, “Por muito inteligente que seja, a mulher acabará na cozinha”, diz um provérbio indonésio. “A panela e a mulher, na cozinha é que se quer dispara um provérbio chileno.

Segundo um provérbio argelino, para escolher uma boa companheira o homem deve “Ver como ela lava e torce roupa na fonte”. E não adianta a dita querer cantar de galo, pois ele sabe que,  “Quando a mulher veste calças, o marido esfrega o chão”. O macho reconhece também que “Mulher de avental não tem tempo de fazer mal”. É preciso também ficar de olho no que ela faz, uma vez que “A mulher, quanto mais se olha no espelho, menos tem olhos para a casa”. E se sobra tempo para a coitada, nada como tecer, fiar e bordar. O homem é extremamente agradecido à mulher, por isso, ele lhe diz: “Trabalha, esposa, e cavarei a tua sepultura com uma pá de ouro”, conforme reza um provérbio tuniziano. Que agrado maravilhoso!

Algumas culturas chegam até a reconhecer o trabalho duro que tem a mulher. Vejamos:

  • Tudo acaba, exceto o trabalho da mulher e os tormentos do inferno.(Dinamarquês),
  • As mãos da mulher e os dentes do cavalo nunca estão ociosos. (Holandês)
  • Jovem esposa de noite, besta de carga de dia. (Árabe)
  • Esposa minha, mula minha. (Russo)
  • O trabalho que cansa a mulher, derruba um homem. (Camarões).
  • Se uma mulher não canta, não trabalha. (?)
  • Se uma mulher quer que a respeitem, deve fazer seu trabalho com prazer. (?)

Para finalizar os provérbios de hoje, eu não poderia deixar de citar esta pérola da cultura chinesa: “Uma família prospera se a mulher souber fazer o trabalho do homem e entra em decadência se o homem tentar fazer o trabalho da mulher.”

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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OS PROVÉRBIOS E A INFIDELIDADE

Autoria de Lu Dias Carvalhogandhi1345

A fidelidade diz respeito à constância nas afeições. Se entre amigos ela já é bastante exigida, imaginemos então na vida dos casais. E é justamente aí que a porca torce o rabo. Embora nas culturas monogâmicas a fidelidade seja igualmente cobrada a homens e mulheres, noutras que aceitam a poligamia o macho fica solto igual o diabo gosta, sob o argumento de que em “homem nada pega”, cantilena que tem atravessado gerações. Quem nunca ouviu isso em sua família?

É exatamente no trato com a fidelidade que estão os mais pitorescos provérbios. Através deles podemos fazer uma viagem no tempo pelas mais diferentes culturas. E mais uma vez o homem leva vantagem, sob a premissa de que é especial. Diz um provérbio vietnamita que “O homem pode ter mais de uma mulher; mas uma mulher decente só tem um homem”, e um estoniano completa: “Se um homem peca, é como cuspir pela janela; se fora a mulher a pecar, é como lançar o escarro de fora para dentro da casa“. Como pode se ver, a infidelidade do homem é tida como insignificante, enquanto a da mulher torna-se um crime imperdoável, como diz um provérbio russo: “O pecado do marido fica fora da soleira, o da mulher entra na casa“.

Se o fruto é do vizinho, o melhor é passar bem longe de seu quintal. O corporativismo do macho reza que “Não se deve provar a mulher de outro homem”, pois respeito é bom e ele gosta e um homem precavido “Não põe o pé em sapato alheio” e muito menos “Cobiça a comida alheia” ou “Deseja a galinha de outro”.

A mulher é sempre vista como objeto: fruto, sapato, comida e até mesmo como galinha. E, para dar maior visibilidade aos privilégios do macho, um provérbio indiano amedronta o mais afoito: “É melhor caçar uma serpente e chupar seu veneno do que ter uma ligação com a mulher de outro homem”, embora “O prato mais saboroso é o da casa alheia”, o que não compensa a indigestão que virá depois, pois, conforme ensina um provérbio do antigo Egito “Quem dorme com mulher casada é morto à porta da casa”, portanto, “Quem quiser mulher casada não deve temer a morte”.

A coisa complica-se quando é a infiel que atraiçoa o marido. Aí a cobra fuma para ela, é claro. E se por uma infelicidade é o macho que saiu da relação com o coração ferido, ele não deve se preocupar, pois “As mulheres são como ônibus: parte um, chega outro”, diz um provérbio venezuelano. E um peruano confirma que “As mulheres são como as rãs: para cada uma que afunda no brejo, quatro sobem à superfície”. E, para fechar tamanha provocação, um provérbio brasileiro reza que “As mulheres são como as balas de um revólver: sai uma pelo cano e a outra já está preparada no tambor.”. Que danura, sô!

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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OS PROVÉRBIOS E A BELEZA DA MULHER

Autoria de Lu Dias Carvalhobatom

Mesmo a arte do embelezamento, segundo os provérbios, que custa à mulher uma boa parte de seu tempo e dinheiro, deve estar endereçada ao homem. É para ele que ela deve se enfeitar e somente a ele deve agradar. Deve saber, contudo, que “A beleza de uma mulher é a sua devoção ao marido”.  Ela pode ser bela como uma rosa, mas nada disso tem valor, se não se dedicar integralmente a ele, pois “Servir o marido é o melhor adorno de uma mulher”. Somente para agradá-lo ela deverá se enfeitar. Vixe Maria!

Alguns provérbios até aplaudem as damas que se enfeitam, reconhecendo que “Mulher que se enfeita afasta o marido de outras portas”, ou seja, o dito não precisa ir atrás de outros rabos de saia mais adornados. Mas é preciso ter cuidado com o excesso já que é sabido que “A mulher mais feia é a que mais se enfeita”. A coitada “Pinta-se, empoa-se e nem assim olham para ela”. Por outro lado, certo provérbio assegura que “Quem não se enfeita por si se enjeita”. A mulher fica numa situação difícil entre se embelezar ou não, pois se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. O melhor é fazer o que lhe der na telha, mesmo sob a reprimenda do manda-chuva.

Cada povo cultiva um padrão específico de beleza, embora a globalização venha concorrendo para massificar até os gostos. O planeta vem se transformando numa aldeia global. Pelos provérbios a seguir, colhidos em diferentes culturas, podemos notar como ainda são divergentes as opiniões sobre a beleza. Aproveite para ver o que cita a cultura de seu país.

  • Uma jovem bonita é um queijo fresquinho. (Siberiano)
  • A beleza das montanhas está nas pedras, a da mulher está no cabelo. (Turco)
  • Testa ampla, mulher formosa. (Salvadorenho)
  • A beleza da mulher está na cintura fina. (Tâmil)
  • Três traços de uma mulher bonita: peito amplo, cintura fina e poucas costas. (Irlandês)
  • Gordura é formosura. (Chileno)
  • A beleza entra pela boca. (Colombiano)
  • Uma mulher gorda é uma manta quente no inverno. (Indiano)
  • A gordura se redime dos sete pecados. (Árabe)
  • Pão grande não acha freguês. (Brasileiro)
  • Uma tez branca oculta muitos defeitos. (Japonês)
  • Mulher que bem se arreia nunca é feia. (Brasileiro, Salvadorenho e Venezuelano)
  • O Kohl enfeita a mulher, o desfile enfeita a tribo, a sela enfeita o cavalo. (Árabe)
  • Cabelo encaracolado, espírito retorcido. (Holandês)
  • A falsidade costuma ocultar-se sob o cabelo loiro. (Dinamarquês)

E as mulheres que usam véus, o que dizem os provérbios sobre elas?

  • Embora cubra o rosto com véu, ela consegue sempre ser coquete. (Bengali)
  • Com véu toda mulher é bonita. (Azeri)
  • Uma mulher sem véu é como uma comida sem sal. (Pachto)
  • Uma mulher feia troca um cinto de seda por um véu de lã. (Russo)
  • Quanto mais espesso o véu, menos vale a pena tirá-lo. (Turco)

Mas não adianta a mulher emperiquitar-se toda, querendo ficar bonita, pois todos os seus esforços caem por terra, assim que o sol acaba de nascer, quando toda a verdade revela-se aos olhos de todos, assim dizem os provérbios de certas culturas, pois, enquanto a sombra esconde os defeitos, a luz coloca-os à mostra:

  • No escuro todas as mulheres são luas (Árabe)
  • A feia deve apagar a luz para dizer que é bela. (Cubano)
  • De noite todos os gatos e as jovens são belos. (Húngaro)
  • De noite todos os gatos são pardos. (Brasileiro).
  • A verdadeira beleza não carece de enfeites. (Híndi)

Sobre a beleza ou feiura dos machos, os provérbios praticamente nada dizem. Esta é uma prova da submissão feminina ao longo dos tempos, pouco importando a cultura. Os ditos populares julgam o gênero masculino acima de qualquer suspeita. Ainda bem que os tempos hoje são outros!

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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