Arquivo da categoria: Ditos Populares

A sabedoria popular está presente em todas as línguas, sendo expressa através de várias maneiras: provérbios, adágios, sentenças, aforismos, parêmias, apotegmas, anexins, rifões, ditos e ditados populares.

FALAR PELOS COTOVELOS

Autoria de Lu Dias Carvalho lixo12

Minha madrinha Gena de Zeca Batista – que Deus a tenha – falava tanto que deixava qualquer um atordoado. Lembro-me dela com seu crochê na mão, com os óculos na ponta do nariz e os cabelos prateados caindo como uma cortina sobre seus trabalhos manuais. Era um ponto no crochê, um levantamento dos óculos e uma palavra verbalizada. E isso quando se encontrava extremamente silenciosa, pois, na maioria das vezes, era um ponto no crochê e uma enxurrada de arenga. Além do mais, a minha madrinha era dona de uma presença de espírito de fazer inveja a muito letrado. Para a mais inusitada das perguntas ou indiretas, tinha a resposta sempre na ponta da língua.

Um dos seus últimos diálogos com uma de suas noras, ainda me faz dar boas risadas. Acontece que Nilceia, já em fase de separação do filho de madrinha Gena de Zeca Batista, achando que a sogra só pendia para o lado do filho – o que quase toda mãe acaba fazendo –, tentou alfinetá-la:

A senhora fala tanto, que se esquece de cuidar de sua vida e de sua casa que mais se parece com um chiqueiro.

Minha madrinha soltou o crochê das mãos, levantou o rosto branco feito cera, escorou os óculos no nariz e, encarando a atrevida, respondeu-lhe na fuça:

– Mas foi neste chiqueiro que você encontrou seu porco. E quem vive com porco, leitoa é. Melhor seria se você cuidasse de sua porquinha e de seu leitãozinho que andam de déu em déu, chafurdando com outros porquinhos, sem ter mãe para tomar conta.

E olhando para mim, que nada tinha a ver com aquela história, senão pelo fato de ali estar presente, fez um arremate enviesado:

– Eu já fiz muito para quem não merece. E nada teve valor, pois como dizem, o comido é cagado e esquecido. Mas deixe estar, jacaré, que a lagoa está secando!

Nilceia saiu batendo a porta, gritando em alto e bom som:

– Esta mulher fala pelos cotovelos! Vão para os quintos dos infernos ela e o filho!

Foi a deixa para que eu desviasse minha atenção da quizila e ficasse imaginando como teria nascido a expressão falar pelos cotovelos.

Bem, dizem que antigamente falar pelos cotovelos referia-se aos faladores incansáveis que, para exigir a atenção do ouvinte, tocava-o com um dos cotovelos, o que não deixa de ter sentido. Mas hoje significa falar exageradamente, sem dar tréguas à vítima que só faz ouvir, sendo incapaz de participar da conversa, cabendo-lhe apenas ouvir e ouvir…  Aposto que você conhece alguém que fala pelos cotovelos! Muitos o fazem por se sentirem os tais, relegando ao outro o papel de submisso.

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A MULHER E O CASAMENTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Não te iludas com o vestido de noiva, menina, pois ele esconde muito sofrimento. (Prov. árabe)

 Até mesmo nas núpcias fica explícito o caráter machista da cerimônia em algumas culturas, o que leva a crer que seja a mulher a parte beneficiada com o matrimônio, como se o homem fizesse-lhe um grande favor. Ela se torna o centro das atenções, recebendo muitos olhares, às vezes de inveja e noutras de pena, dependendo de quem seja o  futuro marido. A sua aparência é também motivo de muitos comentários. Diz um provérbio holandês que “Noiva feia gasta muito no véu”, enquanto um espanhol reza que “As pérolas da noiva são as lágrimas que irá derramar depois”.

São tantas as apreensões da futura esposa que, segundo um provérbio porto-riquenho, “Na boda, quem menos come é a noiva”. E um ditado chinês tem o atrevimento de dizer que “A noiva é respeitada por um dia”. E um dito russo, mais insolente ainda, reza que “Toda noiva nasce para o bem do noivo”. Um provérbio hindi parece ser mais realista em relação à escolha de certas famílias, uma vez que a noiva não apita na sociedade indiana, quanto à escolha do parceiro, ao dizer que “A moça sai de casa numa carruagem e só regressa num caixão”, isso porque ela é tirada do contato com sua família, passando a fazer parte do clã de seu marido.

Muitas culturas esperam que toda noiva chore de alegria no dia do casório, ainda que se case com alguém que possa ser seu avô. Suas lágrimas são tidas como um sinal que prenuncia sua felicidade por ter conseguido um marido. Um provérbio chinês avisa que “A noiva terá azar, se não chorar no dia da boda”. Além disso, até o tempo que se faz no dia das núpcias entra na dança quanto aos augúrios, como relatam os provérbios: “Chuva na boda é um bom sinal” (russo); “Se chover no colo da noiva, ela em breve engravidará” (holandês); “Se os noivos molharem os pés, em menos de um ano serão três” (francês). Mas o sol também é festejado pelos ingleses: “Feliz a noiva que é iluminada pelo sol”. Observem que nada faz menção ao noivo. Ele é o tal!

Os ditos populares deixam claro que o homem não é confiável, podendo dar o fora até mesmo no dia do casório, pois não é afeito à fidelidade. Um provérbio vietnamita avisa: “Basta uma mulher se insinuar que a jovem perde o noivo”. E se a noiva não tem pai ou irmão, a coisa é pior ainda, conforme explica um dito oromo: “Filha sem pai, boda fora de casa”, aludindo ao fato de que a noiva pode ser raptada, pois esse é um costume em várias culturas. E um provérbio árabe reforça, como sendo natural tal procedimento: “Nem mesmo quando se veste para a boda, a noiva sabe com quem se casará”, e ainda: “O primo tem o direito de tirar a noiva do lombo da égua”. Outro insulto!

Dentre as preocupações da noiva está o fato de ter que conviver com a família do marido, como manda a maioria das tradições. Um provérbio japonês chega a adverti-la de que “Não se alimenta quem foi pescado”, e um provérbio iraniano afirma que “A casa do marido tem sete barris de bile”. O casamento entre uma jovem e um homem velho também é aconselhado em algumas sociedades. Um provérbio holandês afirma que “Uma jovem e um velho libertino enchem o berço durante anos”. Outros, porém, ironizam esse tipo de união, pregando: “Um homem rico nunca está velho para uma jovem” (francês), ou “A juventude do ancião está na sua carteira” (porto-riquenho). Outros ditos populares são ainda mais ironistas:

  • Velho casado com mulher nova compra um livro para outro ler. (Brasil)
  • Velho casado com mulher jovem não se afasta de casa. (Porto Rico)
  • Homem velho e mulher nova resultam em corno ou cova. (Brasil)
  • Um velho é uma cama cheia de ossos. (Reino-Unido)
  • As jovens são os cavalos em que os velhos cavalgam para o inferno. (Polônia)
  • A jovem é o ataúde do velho. (Frísio)
  • Quando um velho casa-se com uma jovem, a morte desata a rir. (Israel)

 Fontes de pesquisa
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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OS PROVÉRBIOS, O SEXO E AS MULHERES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O sexo, assim como os demais assuntos inerentes à vida dos seres humanos, não passa despercebido em meio aos provérbios.  Em alguns deles, a conjunção carnal entre dois indivíduos é abordada através de metáforas. Em outros é feita explicitamente, referindo-se a essa ou aquela parte do corpo, de acordo com a visão de cada cultura. É neste âmbito que se pode ver com extrema clareza como a mulher difere do homem no tratamento recebido. O pressuposto, na maioria das culturas, é de que o macho pode tudo, pois nenhuma mancha nele pega, enquanto a fêmea, tida como tola algumas vezes, e leviana noutras, não merece nenhum tipo de confiança, quer por sua ingenuidade e tolice quer por ser libidinosa e leviana.  Por isso, ela tem que ser acompanhada todo o tempo, para que não venha a cair em tentação. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Diz um provérbio russo que “Quando a cabra está no jardim, o bode vigia pela janela”, ou seja, o homem tem que estar sempre de olho na mulher, pois ela não é digna de confiança já que “Mulher, vento e ventura, a qualquer hora muda”. Não se pode dar a ela oportunidade para cair na perdição, uma vez que “Se a cerca é baixa, a vaca ultrapassa-a”, ensina um ditado crioulo. A mulher é muitas vezes comparada a um animal: “Se a vaca fosse honrada, o touro não tinha cornos”, diz um provérbio argentino. É também muito traiçoeira, pois “Quando o marido está fora, a mulher aproveita para brincar”, ensina um provérbio inglês. O “brincar” refere-se ao ato carnal. Ela é tão arisca que, mesmo com o marido, é capaz de traí-lo, como adverte um provérbio hebraico: “Não há adultério pior do que o da mulher que pensa em outro homem, enquanto faz amor com o marido”. E uma metáfora mexicana ensina ao homem que “Qualquer trapo com abertura para a cabeça serve de poncho”, ou seja, qualquer mulher serve para ter relação sexual.

Como é comum a muitas culturas culpar a mulher por ter sido estuprada, tal visão também se reflete nos provérbios, porque eles são a representação do pensamento cultural de um povo. O adágio espanhol que reza: “Não é culpa do ladrão se está aberto o portão” é uma amostra claríssima do que foi dito acima. E se ela não é considerada virtuosa, qualquer um pode tomá-la sexualmente, como deixa bem claro o provérbio jamaicano: “Ninguém recusa uma fatia de pão que já foi cortado”, ou ainda o crioulo que reza: “Se as orelhas estão furadas, qualquer brinco serve”.

O machismo nos provérbios ensina que o homem não deve perder a oportunidade de se aproveitar da fêmea, seja ela assim ou assado, desde que realize seu objetivo. Neste sentido vemos uma série de adágios encorajadores: “Com a luz apagada, todas as mulheres são parecidas” (Tunísia); “Apaga a luz e todas as mulheres são iguais” (Alemanha); “À noite todas as mulheres são iguais” (Itália); “De noite todos os gatos são pardos” (Brasil), etc.

Quando se analisa o homem através dos provérbios, vê-se que ele leva uma vida dupla: quer se casar com uma mulher “pura”, como alega o adágio: “À mulher casta, o marido lhe basta”, mas não abre mão do prazer que lhe proporciona as “lascivas”: “A mulher é como a guitarra: quando lhe tocam, soam”, ou “As mulheres perdidas são as mais procuradas”. Mas, mesmo a mulher sendo de um jeito ou de outro, ela deve sempre se lembrar de que “O cavalo depende do cavaleiro e a mulher depende do homem”, como reza um provérbio árabe.

Assim sendo e sendo assim, resta a nós, mulheres, tocarmos a vida para frente, indiferente aos provérbios de ontem, de hoje e de amanhã, confiantes na importância de nosso papel no planeta Terra. Somos simplesmente maravilhosas!

Ilustração:  Artesanato do Vale do Jequitinhonha/ MG

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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A MULHER É ENGANOSA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Já vimos que os provérbios, na sua maioria, refletem o pensamento masculino, predominantemente machista de uma época ou de uma cultura. Ao se casar, nenhuma mudança é cobrada do homem. Ele pode mudar da água para o vinho sem problema algum, mas a mulher, coitada, quando não é advertida, é criticada. O varão confessa que, embora aborrecida, a fêmea é necessária à sua vida, como reza o provérbio árabe: “Uma esposa é como um tapete; se te cobres com ele, irrita-te; se prescindes dele, tens frio”.

A única preocupação do homem com o casamento deve ser a escolha de uma boa mulher para se casar, a fim de que não caia numa armadilha depois da lua de mel. Um provérbio russo questiona: “As solteiras são belas, doces e meigas; de onde saem todas essas esposas más?”, ou seja, basta a mulher se casar para virar uma bruxa. Por sua vez, um provérbio norte-americano usa o mesmo figurino do anterior: “Se todas são moças boas, de onde saem essas megeras?”. E um árabe ainda é mais cruel: “Quando se casam, deformam-se e, quando o marido morre, ficam carentes.”. Até parece que o macho não quadruplica a pança, passando pelo mesmo processo de envelhecimento.

Os provérbios dão voz aos homens, ao afirmarem que a mulher é uma coisa antes de se casar e depois se transforma em outra. Segundo rezam, ela deixa de ser submissa e carinhosa para se transformar num transtorno que só faz aborrecer o coitadinho do marido, destruindo-lhe a alegria de viver, pois, “Enquanto está com a mãe é terna como um cordeiro; quando se casa mostra os dentes”, adverte um provérbio sírio. Sendo assim, ensina um provérbio armênio: “Se tens uma mulher boa, não vás a casamentos. Se tens uma mulher má, não vás aos funerais; tens um em casa todos os dias.”.  Que maluquice!

Para mostrar a supremacia do macho, alardeia um provérbio hebraico: “Antes maldade de homem do que virtude de mulher”. Mesmo quando o provérbio aconselha o homem a ser bom para a mulher, a lambada vem ao final: “Sê bom para a tua mulher e terás a do vizinho” (provérbio árabe). Quanto preconceito contra as rainhas da Terra!

Como deve ser uma boa mulher:

  1. É casta e refinada e tem um coração de ouro. (Árabe).
  2. O marido de uma boa esposa se reconhece pela roupa. (Turco)
  3. Como a água que adquire a cor da terra, a mulher adquire o estilo do marido. (Árabe)
  4. Uma boa mulher salva o marido dos maus caminhos. (Chinês)
  5. Uma mulher conserta o que o marido estraga. (Chile)
  6. A boa esposa não envergonha seu marido. (Brasil)

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Nota: Imagem copiada de www.cacador.net

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A LÍNGUA FEMININA TEM SETE METROS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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É comum encontrar em quase todas as culturas provérbios que criticam a capacidade de falar que possui a mulher, como se isso representasse um perigo para o homem. Vejamos alguns: “A língua da mulher é mais comprida do que seus braços” (Reino Unido), “As mulheres nascem tagarelas” (Japão), “Onde há mulheres, há barulho” (Quênia), “A mulher calada é uma bênção de Deus” (Israel), “O silêncio é o mais belo adorno de uma mulher” (Europa), “Mulher e cadela, calada é que é bom” (Espanha), “Não há vestido mais resplandecente na mulher do que o silêncio” (Rússia). Pelo visto, melhor seria, para o macho, que a fêmea nascesse muda, pois quanto mais resignada, mais “perfeita” ela se torna a seus olhos. Mas isso é coisa do passado, pois a mulher hoje comanda.

Apesar de os provérbios alertarem para o fato de que a boa mulher é aquela que é submissa ao homem, também reconhecem que ela é muito perigosa, capaz de pôr o varão em risco, usando apenas o olhar, pois, se cheio de ódio ou inveja, pode levar a vítima à morte, como prega o provérbio alemão que reza que “A mulher pede, toma, engana e mata com os olhos”. No fundo eles sabem que ela é poderosa!

O nariz da fêmea lembra sempre a sua arrogância, principalmente quando é arrebitado, porque mostra o quão caprichosa ela é. Mas mesmo o seu nariz sendo assim ou assado, ela continua ignorante, pois “Os pensamentos da mulher chegam-lhe à porta do nariz”, ou seja, sua capacidade intelectual é praticamente zero. Quanto medo da capacidade da mulher em todas as áreas em que se encontra.

A mulher também não sabe fazer bom uso dos ouvidos, ao contrário do homem, pois, “Quando se fala com um homem, entra-lhe por um ouvido e lhe sai pelo outro; em contrapartida, à mulher entra-lhe pelos dois ouvidos e lhe sai pela boca”, uma vez que ela fala pelos cotovelos. A fêmea humana precisa não se esquecer de que “Uma mulher só deve abrir a boca para comer”  Não lhe cabe o papel de falar em público, tarefa exclusiva do homem. Bem, era isso que o macho queria, mas os tempos são outros.

A moça ideal para se casar é aquela que “Tem uma boca que come, mas não fala”, porque “Nenhuma galinha tem o direito de cantar diante do galo”, sem falar que, diante de sua insignificância, a mulher precisa reconhecer o seu lugar. “Quando um homem fala, a mulher deve manter a boca fechada” em sinal de respeito e também pelo fato de não haver significância naquilo que diz. Segundo um provérbio romeno, “A mulher ganha dente de juízo (siso) só depois que morre” Se nunca tem razão, melhor mesmo é que se mantenha de boca fechada. Assim deseja o machismo que morre a cada dia.

Diferentemente do órgão masculino, “A língua da mulher mede sete metros”, o que traz muito sofrimento para seu companheiro, pois, se “A língua da mulher fosse mais curta, a vida do marido seria mais comprida”. Ele luta para colocá-la no seu lugar, mas acaba reconhecendo a inutilidade de seus esforços, porque “Quem pode ter a última palavra com sua mulher, se a língua dela dá voltas no pescoço?”. Coitadinho do macho!

O homem precisa ter muita inteligência para lidar com sua ardilosa fêmea. É preciso trazê-la no cabresto, pois ela é um poço de enganação e ardilezas (embora seja considerada sem inteligência). “Antes de se casar a jovem tem sete braços e uma boca; depois de se casar tem sete bocas e um braço”. Trocando em miúdos, a espertalhona, para pegar o passarinho, trabalha como se tivesse sete braços, usando a boca apenas para comer, mas, quando se casa, tudo se reverte porque “Quem quer pegar passarinho não fala xô”. Portanto, “Quem cai nas mãos de uma mulher, cai no fogo”. Que peninha deles! A mulher se empodera cada vez mais.

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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MULHER BONITA NÃO TEM INTELIGÊNCIA

Autoria de Lu Dias Carvalhomulher feia

Como já vimos nos textos anteriores, os provérbios não são nada condescendentes com a mulher, nem mesmo quando dotada de beleza física, uma vez que, mesmo bela, ela jamais superará o homem, segundo eles. Quanto mais beleza tiver, menos inteligência terá, pois beleza e inteligência não podem coabitar na mesma pessoa, já que “Deus não uniu o cérebro à beleza.”, como reza um provérbio polonês. E se ela tem o cabelo comprido, a burrice ainda é maior, pois “Cabelo comprido, cérebro curto”.

Ao valorizar a beleza, a mulher mostra o quanto é artificial, dizem os provérbios. Ela nem se dá conta de que “Os encantos apagam-se, o dinheiro dissipa-se e a fealdade perdura na cama”, pois “A forma bela logo se esvai”, já que “Não há sapato bonito que não se transforme em chinelo”. E um provérbio indonésio ainda é mais ácido no ataque: “Quando o sabor desaparece, cospe-se o chiclete fora.”, enquanto um brasileiro vem em socorro da mulher, quando diz que “Não importa se ela é coroa, panela velha é que faz comida boa”. O fato é que a beleza do homem não o afeta em nada. Haja escárnio!

Para fugir das armadilhas de uma mulher bonita, o homem precisa ter em mente que “A fealdade é a guardiã da mulher e de sua castidade”, sem falar que “A mulher feia é a melhor dona de casa”, e sem se esquecer de que “Quem ama o feio, bonito lhe parece”, como ensina um provérbio brasileiro. Homem algum aguenta a chatice de uma mulher bonita, pois “É melhor uma feia divertida do que uma bonita maçante”. Que absurdo!

O homem sábio, ao escolher uma esposa, não se deixa levar pelas aparências, pois ele não leva vantagem ao se casar com uma mulher bonita. A feia, além de exigir um dote mínimo, é mais trabalhadora e não lhe traz nenhum perigo, pois “Um porco-espinho que oferece paz é melhor do que uma gazela que mata”.

O homem, por sua vez, não tem nenhum problema em ser feio ou bonito, pois o que conta é a sua inteligência, coisa que mulher não tem. “Até mesmo um homem feio como o demônio persegue as jovens belas” e, além do mais, “Homem e urso, quanto mais feios, melhores são.”. Quem mandou nascer fêmea? Agora aguente o tranco do machismo.

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

Nota: Imagem copiada de insaltoalto.blogspot.com

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