Arquivo da categoria: História da Arte

O mundo da arte é incomum e fascinante. Pode-se viajar através dele em todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois a arte é incessante.

ARTE ITALIANA PODER E GLÓRIA (Aula nº 73)

Autoria de Lu Dias Carvalho

    

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A arte exige que os artistas subsequentes a um período primoroso se esforcem ainda mais para continuar chamando a atenção. Tomemos como exemplo o estilo Barroco que trouxe grandes inovações para o campo das artes. Na arquitetura as igrejas primavam pelo esplendor, exibindo ouro, pedras preciosas e estuque. O objetivo era despertar uma visão de glória celestial bem mais forte do que aquelas vistas nas catedrais medievais. Ao contrário dos protestantes, a Igreja Romana valorizava o trabalho do artista, estimulando a sua criação. No estilo Barroco a pintura e a escultura se completavam, realizando um único efeito.

Vimos que na Idade Média à arte cabia apenas a tarefa de ensinar a doutrina cristã às pessoas que não sabiam ler, sendo elas a imensa maioria da população. Na Idade Moderna, no entanto, o mundo católico concluiu que a função da arte ia bem além desse papel limitante. Ela também era capaz de persuadir e converter mesmo aqueles tidos como letrados. A partir dessa constatação, os dirigentes católicos contratavam arquitetos, escultores e pintores para transformar seus templos em obras de grande esplendor e glória. O conjunto da obra era o que mais importava, sendo capaz de envolver totalmente seus cristãos.

O artista italiano Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) foi um dos responsáveis por esse tipo de arte envolvente em que o todo era mais importante do que as partes. Ele era também um exímio retratista. A ilustração à esquerda, intitulada “O Êxtase de Santa Tereza”, trata-se de um altar criado por ele. O pintor Giovanni Battista Gaulli (1639 -1709), pertencente ao séquito de Bernini, é outro grande nome desse período, como veremos na decoração intitulada “O Culto do Santo Nome de Jesus” que fez no teto de uma igreja (segunda ilustração a partir da esquerda).

Os artistas italianos no século XVIII eram tidos como brilhantes decoradores de interiores, reconhecidos em toda a Europa tanto pelos trabalhos realizados em estuque como pelos grandes afrescos. Eram capazes de transformar qualquer cenário, repassando a ideia de riqueza. Giovanni Batista Tiepolo (1696-1770) foi outro mestre italiano famoso desse período, como mostra sua obra “Alegoria dos Planetas e Continentes” (terceira ilustração a partir da esquerda). Ele também trabalhou na Alemanha e Espanha. Francesco Borromini (1599-1667) foi um famoso arquiteto italiano que, juntamente com seus assistentes, criou várias igrejas barrocas. A quarta ilustração mostra o interior da igreja de Santa Agnes feita em parceria com o arquiteto italiano Carlo Reinaldi (1611-1691).

A pintura e gravuras de panoramas criou novas ideias no início do século XVIII. Serviam de souvenir para aqueles que visitavam a Itália. A bela cidade de Veneza, dona de um cenário magnífico, criou uma escola com pintores — o pintor Francesco Guardi (1712- 1993) era um deles —, para atender a demanda. Sua obra intitulada “Vista de São Giordio Maggiore” (última ilustração) mostra-nos que o espírito do Barroco com seu interesse pelo movimento e grandes efeitos podia ser visto até mesmo na vista de uma cidade. Segundo o professor E. H. Gombrich, os gondoleiros são criados apenas com manchas coloridas que, ao recuarmos, passam a ilusão efetiva de pessoas.

Fonte de pesquisa
A História da Arte/ E.H. Gombrich

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A FESTA DE BALTAZAR (Aula nº 72 D)

Autoria de Lu Dias Carvalho

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 O pintor holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669) nasceu na cidade de Leida, próxima a Amsterdã. Seu pai era moleiro e sua mãe filha de padeiro. Era o penúltimo dos 10 irmãos. Foi na Escola Latina — dos 7 aos 14 anos de idade — que o futuro pintor recebeu sua primeira educação formal. Daí seguiu para a universidade, a qual abandonou num período de poucos meses, pois sua vocação era outra: a pintura. Tornou-se aluno do pintor holandês Jacob van Swanenburgh após a volta desse da Itália, onde havia passado um longo período, demonstrando grande interesse pelo Renascimento italiano. Seduzido pelo estilo italiano, passou a frequentar o ateliê de outro mestre, Jacob Symonszoo Pynas, também adepto do mesmo estilo. Veio depois a morar em Amesterdã por um período de seis meses, onde frequentou o estúdio de Pieter Lastman, que havia trabalhado junto a Caravaggio e seus alunos, sendo um conceituado pintor de histórias bíblicas e cenas mitológicas. Segundo E.H. Gombrich, Rembrandt é o maior pintor da Holanda (Países Baixos) e um dos maiores que a arte já conheceu. Nossa aula de hoje diz respeito a uma de suas obras-primas, famosa em todo o mundo. Primeiramente é necessário acessar o link Rembrandt – A FESTA DE BALTAZAR e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1. A composição A Festa de Baltazar foi pintada por Rembrandt, quando esse tinha 30 anos de idade. Mostra a grande influência que o artista recebeu dos pintores:

    1. alemães
    2. italianos
    3. franceses
    4. suíços

  2. A temática da composição é:

    1. bíblica
    2. histórica
    3. científica
    4. mitológica

  3. Rembrandt retrata a cena em que o rei Baltazar em ………………, no século VI a.C., realiza um faustoso banquete para as figuras mais importantes do reino, onde também se encontram suas esposas e concubinas.

    1. Constantinopla
    2. Bizâncio
    3. Roma
    4. Babilônia

  4. Marque a opção incorreta em relação ao acontecido, de acordo com a narrativa relativa ao fato:

    1. O rei e os convidados encontravam-se excitados pelo excesso de vinho.
    2. O templo em questão possuía muitos vasos sagrados.
    3. O rei exige que os convidados não se aproximem dos vasos sagrados.
    4. Os convidados deviam blasfemar contra os judeus.

  5. Sobre a mão que aparece na parede não é correto afirmar que:
    1. Indica os escritos na parede.

    2. Escreve sinais na parede.
    3. Encontra-se próxima do rei e dos convivas.
    4. Apenas uma mão aparece.

  6. Segundo a história, o rei mandou buscar os sábios de seu país para decifrar a escrita, mas nenhum conseguiu esclarecê-la. Ele mandou então buscar ………….. — prisioneiro trazido da Judeia — que a decifrou.

    1. Sansão
    2. José do Egito
    3. Daniel
    4. Melquisedeque

  7. Estão retratados na composição …… personagens:

    1. oito
    2. sete
    3. seis
    4. cinco

  8. São afirmativas corretas em relação aos personagens presentes na cena, exceto:

    1. Uma mulher derrama o líquido de sua taça.
    2. Uma menina toca uma flauta.
    3. Um homem barbudo arregala os olhos, surpreso.
    4. Uma mulher com o chapéu de plumas olha para Baltazar.

  9. Ao ver o escrito na parede, o rei Baltazar mostra-se:

    1. alegre
    2. surpreso
    3. tranquilo
    4. enraivecido

  10. São afirmativas corretas acerca da inscrição na parede, exceto:

    1. Está escrita em letras hebraicas.
    2. É a principal fonte de luz da obra.
    3. Chama a atenção do observador.
    4. Encontra-se à direita do rei.

  11. São afirmativas verdadeiras sobre o rei Baltazar, exceto:

    1. Domina a maior parte do espaço.
    2. Levanta-se bruscamente com o braço direito erguido.
    3. Procura se proteger da visão.
    4. Seu corpo está apoiado sobre a mão direita.

  12. Ainda sobre o rei Baltazar, não podemos afirmar que:

    1. Sua mão direita que esbarra numa grande baixela de ouro e prata.
    2. Ele também derruba o copo de vinho à sua direita.
    3. A rotação de seu corpo indica que se achava de costas para os comensais.
    4. Vira-se repentinamente em direção à luz na parede atrás de si.

  13. A mulher que leva o observador a deslizar seu olhar pela nuca, colo e decote, aparenta-se cheia de surpresa e horror, é a que:

    1. Usa um chapéu de plumas.
    2. Derrama uma taça de vinho
    3. Usa uma tiara de pérolas.
    4. Nenhuma das citadas.

  14. O rosto da garota tocando flauta é iluminado:

    1. pelo turbante de Baltazar
    2. pela luz vinda do escrito
    3. por uma das plumas do chapéu de uma das mulheres
    4. pela tiara de pérolas de uma das mulheres.

  15. A mão que escreve a mensagem e a de Baltazar encontram-se próximas, assim como a da mulher que derrama sua taça de vinho. Isto significa que o artista:

    1. Encantava-se com as possibilidades expressivas das mãos.
    2. Elegeu as mãos como pontos principais da composição.
    3. Quis ressaltar o medo do rei Baltazar.
    4. Via as mãos como a parte mais importante do corpo.

  16. Mensagens criptografadas desse tipo faziam parte da prática …………….., ciência oculta dos judeus, e a questão de saber por que alguns podiam ler o texto e outros não ocupou intensamente muitas mentes brilhantes do século XVII.

    1. da Bíblia
    2. da Torá
    3. da Cabala
    4. do Alcorão

  17. Entre as 50 pinturas (AS 50 PINTURAS MAIS FAMOSAS DO MUNDO EM DETALHES) mais famosas do mundo, Rembrandt possui duas composições. Marque a segunda:

    1. Pietà
    2. Jogos Infantis
    3. Lição de Anatomia do Dr. Tulp
    4. A Vocação de São Mateus

Gabarito
1.b/ 2.a/ 3.c/ 4.c/ 5.a/ 6.c/ 7.c/ 8.d/ 9.b/ 10.d/ 11.b/ 12.c/ 13.b/ 14.c/ 15.a/ 16.c/ 17.c

 

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LIÇÃO DE ANATOMIA DO DR. TULP (Aula nº 72 C)

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669) nasceu na cidade de Leida, próxima a Amsterdã. Seu pai era moleiro e sua mãe filha de padeiro. Era o penúltimo dos 10 irmãos. Foi na Escola Latina — dos 7 aos 14 anos de idade — que o futuro pintor recebeu sua primeira educação formal. Daí seguiu para a universidade, a qual abandonou num período de poucos meses, pois sua vocação era outra: a pintura. Tornou-se aluno do pintor holandês Jacob van Swanenburgh após a volta desse da Itália, onde havia passado um longo período, demonstrando grande interesse pelo Renascimento italiano. Rembrandt, seduzido pelo estilo italiano, passou a frequentar o ateliê de outro mestre, Jacob Symonszoo Pynas, também adepto do mesmo estilo. Veio depois a morar em Amesterdã por um período de seis meses, onde frequentou o estúdio de Pieter Lastman, que havia trabalhado junto a Caravaggio e seus alunos, sendo um conceituado pintor de histórias bíblicas e cenas mitológicas. Nossa aula de hoje diz respeito a uma de suas obras-primas, famosa em todo o mundo. Primeiramente é necessário acessar o link Rembrandt – LIÇÃO DE ANATOMIA DO DR. TULP e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1. Esta é uma das mais conhecidas obras-primas do famoso pintor Rembrandt. Foi-lhe encomendada pela corporação dos cirurgiões de:

    1. Paris
    2. Berlim
    3. Amsterdã
    4. Bruxelas

  2. Em sua composição o artista representa …… personagens e …… cadáver(es).

    1. oito/ um
    2. dez/ dois
    3. nove/ um
    4. sete/ dois

  3. Existem suposições de que duas das figuras foram acrescidas depois da obra pronta, assim como a lista. Seriam elas:

    1. A da direita e a que se situa num plano mais alto.
    2. A da esquerda e a que se situa num plano mais alto.
    3. As duas figuras recurvadas à cabeça do cadáver.
    4. As duas figuras à direita do cadáver.

  4. A lista onde se encontram os nomes dos participantes encontra-se:

    1. aos pés do cadáver
    2. na mão do Dr. Tulp
    3. estampada na parede
    4. na mão de um dos alunos

  5. O doutor Nicolaes Tulp, responsável por convidar Rembrandt para pintar sua aula anual de anatomia, apresenta a dissecação anatômica:

    1. de um braço
    2. de um antebraço
    3. da barriga
    4. do coração

  6. Dr. Tulp mostra aos presentes à sua aula:

    1. os tendões da mão
    2. os ossos rádio e ulna
    3. o grande osso úmero
    4. o músculo do coração

  7. O médico usa a mão direita para pinçar o objeto de sua aula e com a esquerda demonstra aos observadores como se dá:

    1. a tração e retração do úmero
    2. o alongamento da pele
    3. a flexão do rádio e ulna
    4. a flexão e pressão dos dedos

  8. A história diz que o cadáver era o de um homem chamado Adriaan que foi morto por:

    1. afogamento
    2. enforcamento
    3. envenenamento
    4. atropelamento

  9. Sobre a pintura não é possível afirmar que:

    1. Os modelos presentes na composição foram pintados individualmente.
    2. Os figurantes foram pintados no ateliê do artista.
    3. O braço dissecado foi pintado durante a autópsia.
    4. A obra não é uma montagem, já que foi feita em duas partes isoladas.

  10. Sobre o ambiente onde acontece a dissecação não podemos afirmar que:

    1. A composição está centrada meramente na ação que ali acontece.
    2. O ambiente em derredor é de suma importância na obra do artista.
    3. Rembrandt eliminou todo o excesso, deixando só o essencial à cena.
    4. Somente o médico encontra-se de frente para o observador.

  11. Sobre a vestimenta dos personagens não está correto afirmar que:

    1. O doutor Tulp não é o único a usar chapéu.
    2. Os espectadores vestem roupas escuras com golas brancas.
    3. A roupa do Dr. Tulp difere das demais.
    4. Todos os presentes usam barba, excetuando o cadáver.

  12. A posição mais afastada do médico, enquanto os demais personagens encontram-se amontoados, reforça:

    1. A sua familiaridade com o grupo seleto.
    2. A necessidade de distância para a demonstração.
    3. A necessidade de ter uma posição mais visível para o pintor.
    4. A importância que detinha dentro do grupo.

  13. Sobre o corpo em estudo não podemos afirmar que:

    1. Ocupa grande parte da tela, quase numa diagonal.
    2. Sua nudez e posição rígida contrastam com a posição dos demais.
    3. Os olhos estão parcialmente encobertos por uma sombra.
    4. Tem apenas a parte do baixo ventre coberta com um tecido cinza.

  14. o tratado de anatomia, cuja presença denota o caráter científico da aula, encontra-se:

    1. na mão de um dos presentes
    2. próximo aos pés do corpo sem vida
    3. debaixo do braço do Dr. Tulp
    4. pendurado na parede

  15. A figura central da cena é:

    1. Dr. Tulp
    2. o aluno no topo da pirâmide
    3. o corpo sem vida
    4. o homem mais velho do grupo

  16. A maior parte da luz presente no ambiente recai sobre:

    1. Dr. Tulp
    2. o cadáver
    3. um dos alunos
    4. o tratado de anatomia

  17. No gênero dos retratos de grupo normalmente era usado o alinhamento dos retratados, ou seja, todos alinhados no mesmo plano, mas aqui Rembrandt aglomerou-os em torno da cabeça do morto numa configuração de:

    1. círculo
    2. retângulo
    3. pirâmide
    4. losango

  18. Sobre os observadores retratados não podemos afirmar que:

    1. Os olhares de alguns não acompanham o doutor Tulp.
    2. Dois deles, inclinados sobre o cadáver, acompanham as explicações com interesse.
    3. Os olhos dos participantes foram trabalhados com perfeição.
    4. As figuras estão de perfil, meio perfil e de frente.

  19. Apenas uma das afirmativas abaixo acerca da obra não procede:

    1. A dissecação é feita sem observar o procedimento legal, pois deveria começar pela remoção do estômago e do intestino do cadáver.
    2. Este tipo de pintura é conhecido como “momento mori” que quer dizer “Lembre-se de que você morrerá”.
    3. As aulas de anatomia eram tidas como eventos públicos, tendo as pessoas interessadas que pagar ingressos para entrar no anfiteatro, onde elas aconteciam.
    4. Dr. Nicholas Tulp, médico em Paris, era treze anos mais velho do que Rembrandt.

  20. Comumente dava-se início a uma aula de anatomia com a advertência: “Conhece-te a ti mesmo.” Acreditavam as pessoas da época nos Países Baixos que ao estudar o homem e suas criações, melhor entendimento teriam:

    1. de Deus
    2. da Ciência
    3. do Universo
    4. do Terraplanismo

  21. Entre as 50 pinturas (AS 50 PINTURAS MAIS FAMOSAS DO MUNDO EM DETALHES) mais famosas do mundo, Rembrandt possui duas composições. Marque a segunda:

    1. Moça com Brinco de Pérolas
    2. Mona Lisa
    3. A Festa de Baltazar
    4. O Triunfo de Galateia

Gabarito
1.c/ 2.a/ 3b/ 4.d/ 5.b/ 6.a/ 7.d/ 8.b/ 9.d/ 10.b/ 11.a/ 12.d/ 13.d/ 14.b, 15.c/ 16.b/ 17.c/ 18.d/ 19.d/ 20.a/ 21.c

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A LEITEIRA (Aula nº 72 B)

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Johannes van der Meer, também conhecido como Jan Vermeer ou apenas Vermeer (1632–1675), embora tenha apenas 35 obras conhecidas, é tido como um dos grandes nomes da pintura holandesa, tendo sido apelidado de “a Esfinge de Delft”. Apesar de ter pertencido ao século 17, só se tornou realmente reconhecido como um grande pintor em meados do século 19. É visto hoje como o segundo pintor holandês mais importante daquele século, ficando aquém apenas de Rembrandt.  Trabalhava com esmero os efeitos da luz, a ponto de tornar-se muito abstrato em seus últimos anos de vida. Tanto é que o modo como trabalhava a luz e a sombra acabou influenciando os pintores impressionistas. Retratava a luz natural com extrema beleza, de modo que suas composições pareciam refletir luz própria. Ele nasceu em Delft numa família protestante, mas acabou convertendo-se ao catolicismo, religião de sua noiva Catharina Bolnes que era de família rica. Foi comerciante e estalajadeiro. Após morrer muito pobre, aos 43 anos de idade, a situação da família ficou tão desesperadora que Catharina, atolada em dívidas, foi obrigada a pedir falência. O pintor acabou sendo esquecido por um longo tempo. Nossa aula de hoje diz respeito a uma de suas primorosas obras, famosa em todo o mundo. Primeiramente é necessário acessar o link Vermeer – A LEITEIRA e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1. A Leiteira é tida como uma das mais importantes obras-primas:

    1. do Renascimento
    2. de todos os tempos
    3. da Idade Contemporânea
    4. da Antiguidade

  2. A personagem vista na composição é uma jovem …………….. concentrada em seus afazeres.

    1. camponesa
    2. dona de casa
    3. pintora
    4. recém-casada

  3. Todas as afirmativas acerca do local estão corretas, exceto:

    1. O ambiente é muito simples.
    2. As paredes já se mostram descoradas e descascadas.
    3. A janela apresenta dois vidros quebrados.
    4. Nada ali tira a concepção de ordem, apesar da variedade de objetos.

  4. A luz que entra no ambiente vem:

    1. do caixilho à direita
    2. do vidro quebrado da janela 
    3. da janela à esquerda da jovem
    4. da parede descorada atrás da mulher.

  5. O quadro de ébano, a cesta de vime e um balde de bronze vistos na parede encaminham o olhar do observador para:

    1. a janela de vidro
    2. a parede descorada
    3. o chão do aposento
    4. o leite no recipiente de barro

  6. O centro temático da pintura está representado:

    1. Pelo leite que é derramado no recipiente.
    2. Pela luz que entra através da janela.
    3. Pelas roupas coloridas da jovem mulher.
    4. Pelo caixilho presente na composição.

  7. Todos os objetos encontram-se sobre a mesa, exceto:

    1. uma cesta com pão
    2. uma toalha verde
    3. um jarro com uma bacia bacia
    4. um pires com xícara

  8. O pão que se encontra na cesta parece bem real quando visto:

    1. de perto
    2. de longe
    3. através da janela
    4. do alto

  9. Os pequenos pontos na pintura dão a sensação de que há centelhas de luz:

    1. no pão e na janela
    2. no pão e na borda do jarro
    3. na touca e avental da moça
    4. no jarro e na parede

  10. Esses pequenos pontos feitos com tinta opaca recebem o nome de:

    1. Pointillés
    2. Mosaicos
    3. Água-forte
    4. Afrescos

  11. Sobre a mesa é possível ver um pano azul que é:

    1. a toalha da mesa
    2. um pano de prato
    3. parte do avental da moça
    4. o casaco da mulher

  12. Peças das quais podem ser tiradas partes, pois são acrescidas separadamente:

    1. touca branca
    2. saia vermelha
    3. avental azul
    4. mangas azuis e esverdeadas

  13. A figura esculpida por meio de sombreamento repassa a impressão de que a figura da mulher é quase:

    1. bidimensional
    2. tridimensional
    3. quadridimensional
    4. unidimensional

  14. Marque aquilo que mostra a meticulosidade do pintor:

    1. A fileira de azulejos decorados dando terminação à parede.
    2. O escalda-pés para esquentar as partes inferiores do corpo.
    3. O prego fincado na parede, onde deveria existir algo dependurado.
    4. O colete de couro camurça amarelo.

  15. O escalda-pés, à época, era visto como símbolo:

    1. do amor e da gentileza
    2. da amizade e da perseverança
    3. do outono e do inverno
    4. da pobreza e da austeridade

  16. A serenidade vista no rosto da mulher, enquanto trabalha, traz a impressão de que seu serviço é:

    1. esporádico
    2.  rotineiro
    3. árduo
    4. insignificante

  17. O avental azul é pintado com uma camada transparente de ultramar que é um pigmento extraído:

    1. de um coral
    2. de um inseto
    3. do lápis-lazúli
    4. da malacacheta

  18. Vermeer gostava de retratar mulheres em ……………, ficando conhecido pela maestria na observação do cotidiano.

    1. interiores
    2. praças
    3. jardins
    4. praias

  19.  A Leiteira traz a impressão de que a cena foi retratada …………… através da observação direta do pintor.

    1. com indiferença
    2. ao acaso
    3. rapidamente
    4. com fidelidade

  20. Entre as 50 pinturas (AS 50 PINTURAS MAIS FAMOSAS DO MUNDO EM DETALHES) mais famosas do mundo, Jan Vermeer possui três composições. Marque a que não faz parte da listagem.

    1. Moça com Brinco de Pérolas
    2. A Leiteira
    3. O Nascimento de Vênus
    4. O Astrônomo

      Gabarito
      1.b/ 2.a/ 3.c/ 4.b/ 5.d/ 6.a/ 7.d/ 8.b/ 9.b/ 10.a/ 11.c/ 12.d/ 13.b/ 14.c/ 15.a/ 16.b/ 17.c/ 18.a/ 19.d/ 20.c

 

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MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA (Aula nº 72 A)

 Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Johannes van der Meer, também conhecido como Jan Vermeer ou apenas Vermeer (1632–1675), embora tenha apenas 35 obras conhecidas, é tido como um dos grandes nomes da pintura holandesa, tendo sido apelidado de “a Esfinge de Delft”. Apesar de ter pertencido ao século 17, só se tornou realmente reconhecido como um grande pintor em meados do século 19. É visto hoje como o segundo pintor holandês mais importante daquele século, ficando aquém apenas de Rembrandt.  Trabalhava com esmero os efeitos da luz, a ponto de tornar-se muito abstrato em seus últimos anos de vida. Tanto é que o modo como trabalhava a luz e a sombra acabou influenciando os pintores impressionistas. Retratava a luz natural com extrema beleza, de modo que suas composições pareciam refletir luz própria. Ele nasceu em Delft numa família protestante, mas acabou convertendo-se ao catolicismo, religião de sua noiva Catharina Bolnes que era de família rica. Foi comerciante e estalajadeiro. Após morrer muito pobre, aos 43 anos de idade, a situação da família ficou tão desesperadora que Catharina, atolada em dívidas, foi obrigada a pedir falência. O pintor acabou sendo esquecido por um longo tempo. Nossa aula de hoje diz respeito a uma de suas primorosas obras, famosa em todo o mundo. Primeiramente é necessário acessar o link Vermeer – MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1. A modelo delicada com seu olhar direto e os lábios entreabertos é a obra mais famosa do pintor, sendo considerada a …………. da arte holandesa.

      1. Gioconda
      2. Dalila
      3.  Mona Lisa
      4.  Medeia

  2. Acerca da garota que serviu de modelo para a obra não se pode afirmar que:

    1. Traz na cabeça um turbante exótico.
    2. O brilho do brinco de pérola salienta a cor clara de sua pele.
    3. Alguns críticos creem ser ela a primeira filha do pintor.
    4. Logo se saberá com certeza quem foi a garota que inspirou o artista.

  3. Acerca do turbante exótico da garota é falso afirmar que:

    1. Não existe similar na pintura europeia do século 17.
    2. No século 17 as garotas não eram vistas usando turbantes.
    3. A inspiração pode ter vindo da pintura “Menino com Turbante” (M. Sweerts).
    4. Foi inspirada numa obra do artista holandês Jean Steen.

  4. Vermeer pintou a parte azul do turbante da moça com a cor ultramarino natural. Acerca desse pigmento não podemos afirmar que:

    1. Era feito de lápis-lazúli esmagado.
    2. Era muito usada pelos contemporâneos do artista.
    3. À época era mais valioso do que o ouro.
    4. O azul resultante da coloração era inigualável.

  5. O brinco que tanto chama a atenção do observador parece uma pérola branca. Sobre ele não podemos afirmar que:

    1. Foi feito com uma mancha branca espessa de empasto.
    2. Sobre o empasto que forma o brinco incidem raios de luz.
    3. Sua forma circular repassa a sensação de peso e volume, o que não aconteceria se ele fosse ovoide.
    4. Além de iluminar o brinco, os raios de luz também iluminam o rosto, o turbante e o colarinho branco da moça.

  6. Todas as afirmações sobre a vestimenta da moça estão corretas, exceto:

    1. Usa uma veste branca por baixo, cuja gola sobressai.
    2. Por cima da veste branca usa uma peça rústica de cor ocre.
    3. Não é possível ver a parte inferior da vestimenta.
    4. O xale azul também é pintado com o pigmento lápis-lazúli.

  7. Sobre o olhar da garota é possível afirmar que:

    1. Está voltado para a frente.
    2. Acompanha o observador onde quer que ele se encontre.
    3. Parece triste e infeliz.
    4. O verde dos olhos realça o turbante.

  8. Sobre o fundo preto da composição não está certo afirmar que:

    1. Trata-se da cor originária da obra.
    2. Poderia ter sido um verde brilhante e profundo.
    3. A cor preta aumenta a sensação de tridimensionalidade da garota.
    4. Já foi feita uma análise sobre a obra, incluindo seu fundo.

  9. A restauração feita na obra em 1994 deixou à vista:

    1. A cor azul do turbante.
    2. O efeito luminoso do brinco de pérola.
    3. Os olhos esverdeados da moça.
    4. O lampejo de luz no canto esquerdo da boca da modelo.

  10. A restauração não permitiu à época descobrir os métodos empregados pelo artista em suas pinceladas. Por quê?

    1. Temiam que a obra fosse danificada ao entranhar em suas camadas.
    2. Os restauradores achavam que a obra deveria condizer com as mudanças do tempo.
    3. O prazo para o restauro foi vencido e o dinheiro acabou.
    4. O dono da obra não quis que houvesse mudanças.

  11. Tomando esta obra como inspiração, o diretor britânico Petter Weber lançou em 2004, o filme “Moça com Brinco de Pérola”. Sobre o filme não podemos afirmar que:

    1. Mistura drama, romance e biografia.
    2. Concorreu ao Oscar de arte nos quesitos fotografia e figurino.
    3. A biografia é completa, pois tudo se sabe sobre a vida de Vermeer.
    4. Trata-se de uma boa pedida para que admira essa fantástica pintura.

  12.  Esta obra foi criada no ano de 1665, século XVII, correspondendo à:

    1. Idade Antiga
    2. Idade Média
    3. Idade Moderna
    4. Idade Contemporânea
  13. A técnica usada pelo artista foi:

    1. Guache
    2. Aquarela
    3. Água-forte
    4. Óleo sobre tela

  14. Entre as 50 pinturas (AS 50 PINTURAS MAIS FAMOSAS DO MUNDO EM DETALHES) mais famosas do mundo, Jan Vermeer possui três composições. Marque a que não faz parte da listagem.

    1. Moça com Brinco de Pérolas
    2. A Leiteira
    3. A Primavera
    4. O Astrônomo

Gabarito
1.c/ 2.d/ 3.d/ 4.b/ 5.c/ 6.d/ 7.b/ 8.a/ 9.d/ 10.a/ 11.c/ 12.c/ 13.d/ 14.c

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ARTISTAS DA EUROPA PROTESTANTE (Aula nº 72)

Autoria de Lu Dias Carvalho

             
                                        (Clique nas ilustrações para ampliá-las.)

 A competição era intensa entre os artistas das cidades holandesas, principalmente entre aqueles que não se adequavam ao gênero do retrato. Em razão disso eles buscavam se especializar naquilo em que obtinham mais sucesso de venda. Se o artista, por exemplo, lograva êxito vendendo paisagens enluaradas, buscava trabalhar apenas nelas. Muitos dos pintores que não tinham grande notoriedade passaram a criar o mesmo tipo de pintura em série.

A tendência para a especialização começou nos países setentrionais (protestantes) no século XVI, vindo a tornar-se ainda maior no século XVII. O único país protestante em que a arte conseguiu sobreviver à crise provocada pela Reforma foram os Países Baixos. Isso se deveu a especialização. Os artistas buscavam se aperfeiçoar em todos os temas que não fossem proibidos pela Igreja Protestante, pois sabiam que a competição em torno do retrato era muito grande, não havendo cliente para todos eles. Isso fez com que alguns buscassem terras católicas e outros se tornassem exímios em temas permitidos em terras protestantes.

Segundo o Professor E.H. Gombrich em seu livro “A História da Arte”, “Os artistas holandeses eram capazes de transmitir a atmosfera do mar usando meios simples e despretensiosos. E foram os primeiros da história da arte a descobrir a beleza do céu”. Eram também exímios na criação de naturezas-mortas. Talvez tenha sido esse o ramo mais “especializado” da pintura holandesa. Ainda segundo Gombrich: “A natureza refletida na arte reproduz sempre o próprio espírito do artista, suas predileções, seus prazeres e, portanto, seu estado de ânimo”.

Simon de Vligier (16011653) foi um especialista em marinhas. A primeira ilustração (da esquerda para a direita) é uma de suas obras, intitulada “Vaso de Guerra Holandês e Vários Navios Expostos à Brisa”. A segunda ilustração retrata uma obra de Jan Van Goyen (1596-1656), denominada “Moinho à Beira de um Rio”. Jan Steen (1626-1679) foi outro grande artista holandês desse período. Era genro de Jan Van Goyen. Era também dono de uma estalagem, pois a pintura não lhe dava o sustento necessário. Jacob Van Ruisdael (c.1628-1682) foi um especialista em paisagens, como mostra a terceira ilustração, intitulada “Campos de Trigo”. Agradava-lhe o estudo sobre o efeito e a sombra nos terrenos em torno da cidade de Haalem. Sua especialidade eram as cenas florestais. Assim como Claude Lorrain na pintura italiana, Ruisdael foi responsável por descobrir a poesia da paisagem nórdica.  O artista Willem Kall (1619-1693) foi um importante pintor do gênero.

O Mestre Rembrandt Van Rijn (1606-1669) é tido como o mais notável pintor holandês e um dos mais brilhantes da história da arte. Também foi um exímio artista gráfico. A quarta ilustração apresenta uma das águas-fortes de Rembrandt em que é ilustrado uma cena bíblica (A Pregação de Cristo). Rembrandt criou magistrais retratos. Era virtuoso e hábil em seu ofício. Achava que cabia somente ao artista dar uma pintura por acabada, ou seja, saber quando “seu objetivo foi atingido”. Sobre os seus retratos, assim define o Professor H.E. Gombrich “nos grandes retratos de Rembrandt nós nos sentimos frente a frente com pessoas de verdade, sentimos o seu calor, sua necessidade de simpatia e também sua solidão e sofrimento. Rembrandt, assim como outros artistas de sua época, levava em conta a mensagem de Caravaggio. Tomara conhecimento da obra do mestre italiano por meio de artistas holandeses que por ele foram influenciados. Por isso, em sua arte dava mais destaque à verdade e à franqueza do que à harmonia e à beleza. Rembrandt foi muito importante para a arte holandesa.

Um dos grandes nomes da pintura holandesa foi Jan Vermer Van Delft (1632-1675), nascido uma geração depois da de Rembrandt. Pintou poucos quadros ao que se sabe, mostrando-se lento e meticuloso em seu trabalho. Seus quadros dizem respeito a coisas simples, normalmente retratam uma ou duas figuras no interior de uma casa holandesa. Segundo a visão de E.H. Gombrich, “Seus quadros são na realidade naturezas-mortas incluindo seres humanos. Sua obra intitulada “Moça Com Brinco de Pérola” encontra-se entre as 50 mais belas da arte pictórica. O trabalho de Vermer prova que o tema não é o elemento mais importante numa obra.

Técnica da água-forte – consiste em cobrir a superfície da lâmina de cobre com cera, sobre a qual se desenha com uma agulha que retira a cera e deixa o cobre a descoberto.  A seguir, a lâmina de cobre é posta num ácido que corrói o cobre, onde a cera foi removida e, assim, transfere o desenho para a lâmina. Após esse processo, a lâmina é impressa do mesmo jeito que uma gravura. O trabalho é tão interessante que o único meio de diferenciar uma água-forte de uma gravura é analisando a qualidade das linhas.

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