Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Klee – ESTRADA PRINCIPAL E ESTRADAS SECUNDÁRIAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Estrada Principal e Estradas Secundárias é uma obra do artista suíço Paul Klee que, ao retornar do Egito, passou a compor telas que trazem à memória os mozaicos bizantinos com suas cores diáfanas. Aqui, o pintor suíço usa linhas verticais, levemente inclinadas, com faixas horizontais, com diferentes larguras e tonalidades, para compor uma movimentada rede de estradas.

A faixa principal é tingida de cores claras e, como um raio de luz, vai decrescendo até chegar às faixas horizontais azuis, na parte superior da tela, como se ali fosse o horizonte.

Klee transpõe para a tela uma verdadeira partitura cromática, em que as áreas geométricas são banhadas por uma luminosidade oriental, que transmite um lirismo fortemente musical, em que o tema é a faixa principal e as variações são as faixas laterais, como se se tratasse de um orquestração sinfônica, numa combinação harmoniosa.

Ficha técnica
Ano: 1929
Técnica: óleo sobre tela sobre moldura de cunha
Dimensões: 83,7 x 67,5 cm
Localização: Wallraf-Richartz Museum, Colônia, Alemanha

Fonte de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural

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Mondrian – A ÁRVORE PRATEADA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Árvore Prateada é uma obra do artista holandês Piet Mondrian. Ela faz parte de sua obra inicial, ainda na Holanda, portanto, anterior à fase parisiense. É com esta pintura que ele põe realmente em prática um novo aspecto de seu trabalho.

A pintura evoca uma árvore, levemente oval, mas sem reproduzi-la. Na cor, sem as vibrações cromáticas anteriores, o pintor, com uma paleta muito restrita, deixa apenas que um branco pastoso, mesclado com cinza, contraste com o castanho, enfatizando o despojamento já visto nas linhas de sua composição.

Nesta sua pintura, Mondrian já elimina as vibrações cromáticas, mas ainda é possível observar os efeitos da luz sobre a imensa árvore. O artista simplifica a composição dos ramos, o entremeado da folhagem e a contextura do tronco.

É possível notar, através de A Árvore Prateada, que o artista já se iniciava na sua aventura pelo cubismo.

Ficha técnica
Ano: 1911
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 78,5 x 107,5 cm
Localização: Gemeentemuseum, Haia, Holanda

Fontes de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural
http://www.piet-mondrian.org/the-gray-tree.jsp

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Hugo Van der Goes – ADORAÇÃO DOS PASTORES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura Adoração dos Pastores é o painel central do Tríptico de Portinari, obra do artista Hugo van der Goes, tido como o principal pintor dos Países Baixos nos finais do século XV. Retrata o nascimento do Menino Jesus. O tríptico de Hugo van der Goes foi uma encomenda de Tommaso Portinari, sendo instalado na capela da família, daí a origem do nome do tríptico. É uma das obras mais belas da pintura de todos os tempos.

A Virgem Maria encontra-se no centro da composição, ajoelhada. O vão ocasionado por suas mãos unidas possui o formato de um coração. Ela usa um majestoso vestido azul e manto da mesma cor. Seus cabelos finos e dourados caem-lhe pelas costas e ombros. Sua pele é muito clara, contrastando com a de José e a dos pastores. Maria olha seriamente para seu Menino que, diante de seu tamanho acima do normal, mostra-se ainda menorzinho.

O Menino Jesus encontra-se nu numa pequena praça, próximo a um estábulo, deitado sobre uma auréola de raios de ouro. Seu corpinho — voltado para sua mãe — é diminuto e sua pele extremamente clara. Os presentes encontram-se ajoelhados (até mesmo os anjos que se encontram  no ar) com as mãos postas em forma de adoração, excetuando os pastores que estão chegando. Todos os olhares convergem para a criança.

Dois grandes anjos esvoaçam dentro do estábulo, enquanto outros quatro — ajoelhados e vestidos com túnicas de um azul claro — ladeiam a Virgem e o Menino, postados à direita e à esquerda. Na parte inferior direita estão cinco anjos ricamente paramentados, portando asas coloridas. Do lado de fora — próximos à estrutura de madeira — estão quatro anjos. Numa cena mais distante, um anjo vestido de branco anuncia aos pastores em meio às suas ovelhas e a um cão a chegada de Jesus. As feições dos anjos são similares à da Virgem, assim como os cabelos, deixando à vista uma longa testa (moda típica da época). Os anjos paramentados são uma referência à Eucaristia. A disposição das figuras é mais ou menos circular. Seus rostos denotam grande expressividade.

José — trajando uma túnica amarronzada e um manto vermelho — encontra-se ajoelhado à esquerda, próximo a uma velha coluna escurecida, logo abaixo de um anjo ricamente vestido. Um dos seus tamancos encontra-se à sua frente e, ao que parece, ele está ajoelhado sobre o outro, conforme mostra um fragmento à vista. Seus cabelos e barba brancos, assim com as rugas em seu rosto e mãos, mostram que já se encontra bastante envelhecido. Ele se posta em profunda adoração diante do filho adotivo.

Três pastores, pintados realisticamente, ao contrário das demais figuras humanas, trazendo nas mãos seus instrumentos de trabalho, apresentam-se na entrada do estábulo. Mais atrás outros dois aproximam-se para ver o acontecimento. Um boi e um jumento encontram-se próximos a uma manjedoura, voltados para o Menino. Em primeiro plano estão dois vasos, cujas flores são retratadas com grande perfeição e delicadeza. Ali estão lírios, cravos e violetas esparramadas pelo chão. As violetas simbolizam humildade; os três cravos são uma referência aos três pregos usados na crucificação de Jesus; os lírios vermelhos simbolizam o sangue de Cristo; e os brancos representam a pureza da Virgem Maria.

Como a corte borgonhesa coibisse os gestos descomedidos e a exposição dos sentimentos, os personagens mostram-se introspectivos e sérios. Os pastores são uma exceção, pois representam o povo, não fazendo parte das regras extensivas à corte. São pintados em tamanho grande e com gestos expansivos e cheios de realismo. Van der Goes coloca-os no mesmo nível dos santos, quanto ao tamanho, apesar de serem tidos à época, como feios e ignorantes. Foi o primeiro pintor a retratá-los dessa manheira, mostrando que estão no mesmo patamar dos santos quando diante de Deus — para quem todos os homens são iguais.

Existem muitas referências bíblicas na composição:

  • a sandália de José diz respeito à passagem do Êxodo;
  • a harpa, sobre a porta da casa ao fundo, refere-se à casa da descendência de Davi, à qual pertencia José;
  • o feixe de espigas de trigo, perto dos vasos com flores, refere-se ao “pão da vida”, o Corpo de Cristo, etc.

Obs.: Vejam o tríptico inteiro em TRÍPTICO DE PORTINARI.

Ficha técnica  (Painel Central)
Ano: c. 1476-1478
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 253 x 304 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
Gótico/ Editora Taschen
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Mondrian – A ÁRVORE VERMELHA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Árvore Vermelha é uma obra do artista holandês Piet Mondrian. Ela faz parte de sua obra inicial, ainda na Holanda, portanto, anterior à fase parisiense. Embora em sua criação, o artista parta da observação de um elemento concreto da natureza, sua execução afasta-se da mera imitação fotográfica. Nela, Mondrian empregou uma técnica parecida com o pontilhismo de Seurat e vestígios de uma deformação que leva a Van Gogh.

Mondrian, em sua busca pela simplicidade, despoja o elemento principal de seus atributos secundários. Na pintura, ele provê sua paleta com as três cores primárias: vermelho, azul e amarelo. Como se tratava de uma de suas primeiras pinturas, a abstração ainda não é total, podendo o observador vislumbrar com facilidade a figura de uma árvore. No que tange à abstração da cor desta e em relação à simplicidade do design, já é possível notar na paisagem o estilo estético que o pintor alcançaria.

A Árvore Vermelha é uma composição pós-impressionista, que mostra os primeiros passos do artista em direção àquilo que ele considerava como forma ideal, a que deu o nome de neoplasticismo. Ao fundo da pintura esboça-se o contorno de uma cidade. Com esta pintura, o artista melindrou a crítica holandesa da época, que não viu talento nenhum na sua pessoa.

Ficha técnica
Ano: c. 1909/1910
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 70 x 99 cm
Localização: Gemeentemuseum, Haia, Holanda

Fontes de pesquisa

Gênios da pintura/ Abril Cultural
http://www.wikiart.org/en/piet-mondrian/avond-evening-the-red-tree-1910

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Ticiano – RETRATO DE ELEONORA GONZAGA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Retrato de Eleonora Gonzaga é uma obra do pintor italiano Ticiano, tido como o mais importante pintor veneziano do período denominado “Cinquecento”. O artista trabalhou para as importantes famílias Gonzaga, Este, Farnese e Rovere. Foi também pintor da corte do Imperador Carlos V, do Papa Paulo III e de Filipe II.

Eleonora Gonzaga, Duquesa de Urbino, posa ao lado de uma janela, que se abre para uma paisagem de montanhas.  Encontra-se suntuosamente trajada com um vestido negro de gola quadrada e mangas bufantes, bordado com dourados. Uma camisa branca de tecido trabalhado, com gola de renda e punhos iguais, completa a vestimenta. Sua postura, elegante e altiva mostra sua alta posição social. Encontra-se coberta de joias: brincos de ouro e pérolas, um cordão de ouro com pingente similar aos brincos, dois anéis em cada mão (nos dedos mindinho indicador), e um cinto dourado. Um penteado pomposo enfeita-lhe a cabeça. Suas feições aristocráticas levam a supor que tenha uma personalidade muito forte. Ela não encara o observador, mas olha-o de esguelha.

Um relógio, simbolizando a temperança e a posição social da retratada, e um cãozinho, simbolizando a fidelidade, encontram-se sobre uma mesa forrada com um tapete verde. O animalzinho quebra um pouco da ostentação da duquesa. Este retrato acompanha o de seu marido Francesco Maria della Rovere, duque de Urbino. A duquesa foi uma das mais importantes clientes de Ticiano.

Ficha técnica
Ano: 1517
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 114 x 102 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Mondrian – DUNA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Duna é uma obra do artista holandês Piet Mondrian. Ela faz parte de sua obra inicial, ainda na Holanda, portanto, anterior à fase parisiense. Na época, o pintor fez uma série de paisagens de Domburg, cidade holandesa, e das dunas vizinhas.

Mondrian, nesta pintura, já evidencia a sua preocupação com o rigor da composição, que apresenta um número mínimo de linhas e o comedimento em relação à cor. O monte de areia movediça, formado pela ação do vento, é uma parte da natureza contemplada pelo artista. Trata-se de uma observação naturalista, embora abstrata, ou seja, tirada da realidade visível. É possível perceber, portanto, que já existe uma abstração do objeto observado no trabalho do artista holandês.

A composição mostra uma linha levemente ascendente da duna, que ocupa grande parte da tela, sem que se possa ver onde ela começa ou termina. Uma faixa de luz colorida de cor laranja ladeia a parte superior da duna, assim como uma área à direita e outra à esquerda. Ao fundo, à esquerda, vê-se uma pequena faixa do mar lilás. Abaixo da duna encontra-se um espaço azul matizado, com luzes de cor alaranjada. O céu, um retângulo azul, levanta-se majestoso sobre a duna e o mar.

Esta obra mostra a simplicidade buscada pelo pintor, tanto nas linhas, quanto nas cores claras. Mas com esta pintura, Mondrian melindrou a crítica holandesa da época, que não viu nele talento nenhum.

Ficha técnica
Ano: c. 1910
Técnica: óleo em lona
Dimensões: 130 x186 cm
Localização: Coleção particular

Fonte de pesquisa
Gênios da pintura/ Abril Cultural

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