Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Kano Hideyori – EXCURSÃO A TAKAO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Esta obra que anuncia o realismo e a simplicidade das gravuras do século XVIII é muito importante, porque marca o advento da pura pintura de gênero na arte japonesa, cuja inspiração vem de cenas e momentos especiais da vida cotidiana. O assunto era totalmente inovador à época.

A cena mostra uma família em excursão a Takao, templo próximo à cidade de Kyoto, famoso pelos jardins cujas cores mudavam-se no outono. O parque encontra-se junto ao rio e a uma ponte arqueada unifica a composição.

Inúmeros e alegres personagens aparecem na cena: mulheres sentadas debaixo de uma árvore floridas – uma delas trazendo um bebê ao seio –, duas crianças brincando, guerreiros passeando e um vendedor de doces e bebidas.

Ficha técnica
Ano: meados do séc. XVI
Autor: Kano Hideyori
Período Muromachi
Dimensões: 148,1 x 362,9 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

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Ando Hiroshige – Vista de Shono

Autoria de Lu Dias Carvalho
  
A composição Vista de Shono é uma xilogravura sobre papel, obra do famoso pintor japonês Ando Hiroshige que era apaixonado pela chuva, como mostram muitos de seus trabalhos, incluindo este. Faz parte das “Cinquenta e Três Estações de Tokaido”, parte do famoso “Caminho do Mar do Oriente”.

Hiroshige apresenta seis personagens numa estrada, açoitados pela chuva que cai. As pessoas apressam o passo para chegarem à aldeia situada no no vale. A composição, apesar de simples, tem um belo colorido, pois o artista conseguiu criar uma atmosfera lírica.

Hiroshige (1797 – 1858) nasceu em Edo. Foi aluno de Utagawa Toyokuni e Utagawa Toyohiro. Atingiu a plenitude de sua arte quando começou a pintar imagens de flores e pássaros, obras que se tornaram muito apreciadas. Desenhou mais de 10.000 temas (sem contar as ilustrações de livros) durante a sua vida.

Ficha técnica
Ano: 1833
Autor: Ando Hiroshige
Período Edo
Dimensões: 27 x 39,5 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

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Hasegawa Tôhaku – PINHEIROS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A ilustração intitulada Pinheiros é obra do pintor japonês Hasegawa Tôhaku (1539 – 1610). O artista foi aluno de Kanô Eitoku e sucessor estilístico de Sesshû Tôyô. Gostava de pintar, como os pintores chineses, macacos e pinheiros para a decoração de janelas, portas ou divisórias corrediças que permitiam a comunicação entre várias partes uma casa e que eram usadas como suportes ideias para pinturas decorativas. Foi responsável por produzir em seu país umas das originais adaptações da pintura a tinta nanquim. Os filhos também eram pintores.

A composição acima é uma das obras-primas do artista – especializado em paisagens e composições de plantas e animais – representando as famosas “florestas de Kyoto”. Em sua pintura ele apresenta um grupo de pinheiros em meio à neblina da madrugada. Esta obra – ilustrativa do estilo do pintor – serve como amostra da contribuição da pintura japonesa ao conceito de pintura em branco e preto. Com sutis nuanças de cinza, os artistas japoneses conseguiram atingir efeitos maravilhosos de pura luz.

Ficha técnica
Ano: fim do séc. XVI a início do séc. XVII
Autor: Hasegawa Tôhaku
Período Momoyama
Dimensões: 155x 345,1 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

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Sakai Hôitsu – VENTO DE OUTONO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Esta delicada composição intitulada Vento de Outono é uma obra-prima da pintura decorativa japonesa. Presume-se que Sakai Hôitsu (1761 – 1828), o responsável pela criação, buscou nas divindades do vento e da chuva a inspiração para decorar um de seus biombos (divisória móvel, feita geralmente com folhas de madeira, presas por dobradiças, cuja finalidade é dividir um aposento em duas partes, ou para isolar um espaço, ou proteger da luz ou do vento).

O artista, em vez de personificar o vento, optou por apontar seus efeitos na natureza, mostrando as folhas e as flores outonais dobradas sob sua força. É possível notar que algumas folhas já amareladas foram arrancadas do galho, esvoaçando pelo ar. O fundo da composição é metálico prateado, sendo o resto da pintura em cores e detalhes naturalistas. Esta pintura foi feita sobre papel num par de biombos com duas folhas.

Sakai Hôitsu, discípulo de Sotatsu e Korin, ainda se encontrava ativo no início do século XIX. Nasceu no Edo, numa família de samurais. Experimentou variados estilos e veio a tornar-se um religioso budista. Fundou uma escola de pintura chamada Ukaan. Por ser um grande observador da natureza, tornou-se especialista na pintura de flores e plantas, assim como seu mestre Ogata Kôrin.

Ficha técnica
Ano: início do séc. XIX
Autor: Sakai Hôitsu
Período Edo
Dimensões: 166 x 183 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

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Torii Kiuonaga – TRÊS GUEIXAS DA RUA TACHIBANA…

Autoria de Lu Dias Carvalho

A gravura (xilogravura sobre papel) intitulada Três Gueixas da Rua Tachibana em Seu Quarto faz parte da série “uma coleção de beldades do distrito do prazer”. Na cena estão presentes três gueixas* preparando-se para ir até o salão e entreter os clientes.

As gueixas estão elegantemente vestidas com seus longos quimonos. Elas usam pomposos e enfeitados penteados. A que se encontra à direita parece ler um livro ou fazer alguma anotação, enquanto a do meio olha para trás, aguardando a amiga que se encontra sentada e segurando um espelho, dar os últimos retoques em sua maquiagem.

O artista Torii Kiuonaga, artista do ukiyo-e, era exímio em retratar atores e também criou a série sobre “jovens beldades”. Suas pinturas tornaram-se conhecidas pela delicadeza da linha, resultante da técnica que ele usava na xilogravura. Suas beldades apareciam como um dos melhores exemplos do ideal japonês sobre a beleza feminina.

Nota:

*Gueixa – mulheres especialmente treinadas, desde a infância, para a dança, o canto e a música, cujo papel é divertir os homens ricos influentes. Têm geralmente um protetor (ou protetora) que assume suas despesas de educação e sustento. Consideradas modelos de bom gosto e de elegância, as gueixas foram, desde 1660, aproximadamente, em Edo, altamente apreciadas pelos homens da alta sociedade e foram frequentemente consideradas confidentes e conselheiras dos homens no poder. No início existiam homens-gueixa (hôkan, taikomochi, otoko-gueixa), que se encarregavam de distrair as companhias. Mas esse papel passou muito rapidamente às mulheres, que foram chamadas “onna-gueixa”, depois simplesmente “gueixa” (geisha). (O Japão/ Louis Frédéric)
 
Ficha técnica
Ano: c.1781
Autor: Torii Kiuonaga
Período Edo
Dimensões: 39 x 36,2 cm
Localização: Museu Nacional de Tóquio, Japão

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
O Japão/ Louis Frédéric

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Caravaggio – DAVI COM A CABEÇA DE GOLIAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571 – 1610) nasceu no povoado de Caravaggio, cujo nome acabou por incorporar-se a seu nome. Também existe a hipótese de que tenha nascido em Milão. Era filho de Fermo Meresi, arquiteto e decorador de Francisco Sforza e de Lucia Aratori. Aos cinco anos de idade vivia em Milão com seus pais, cidade ocupada pela Espanha. Além das tensões geradas pela ocupação estrangeira, a fome e a peste também se faziam presentes. Em razão da peste, a família do futuro pintor retornou ao povoado de Caravaggio que também acabou sendo alcançado pela doença que ceifou a vida do pai, do avô e do tio do garoto. Lucia, a mãe, optou por permanecer ali com os filhos, distanciando-se do fanatismo religioso e da violência política que se espalhavam por Milão.

A composição intitulada Davi com a Cabeça de Golias é uma obra do artista barroco. Retrata um tema do Velho Testamento, do qual o pintor fez três versões, sendo esta a mais serena delas e também a mais original. Caravaggio não representa Davi como um herói e tampouco Golias é visto como um monstro da maldade. As formas firmes e brilhantes sobressaem com o fundo escuro da tela.

O jovem Davi, usando roupas simples que deixam seu peito direito nu, traz um saco às costas e a espada atrás do pescoço, equilibrando-se sobre seu ombro esquerdo. Sua mão esquerda, estendida para frente, segura a cabeça de Golias pelos cabelos. O jovem traz a cabeça do gigante afastada de si, como se quisesse mantê-la bem longe. Ele parece ainda não se dar conta do que acabara de fazer, sendo que sua expressão não denota júbilo, mas tristeza e certa compaixão.

Ficha técnica
Ano: c. 1606
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 90 x 115,5 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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