Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Mantegna – SÃO JERÔNIMO NO DESERTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor e gravador Andrea Mantegna (1431 – 1506), filho do carpinteiro Biagio, é tido como um dos artistas mais importantes do Pré-Renascimento no norte da Itália. A sua aprendizagem teve início quando estava com 10 anos de idade, sob a tutela de Francesco Squariciona que o levou a conhecer a arte da antiguidade clássica. Squariciona tinha uma turma enorme de alunos, mas Mantegna era o seu predileto, contudo, inconformado por não receber comissões nas obras das quais participava, seu aluno deixou-o quando tinha 17 anos.

A composição denominada São Jerônimo no Deserto, painel sobre madeira, é obra do artista. Encontra-se em solo brasileiro, sendo um dos quadros mais importantes do MASP, tendo sido incorporado à sua coleção em maio de 1952. O painel é constituído de uma única prancha de choupo. São Jerônimo é normalmente representado na arte como asceta ou como um estudioso dos textos sagrados. Em seu trabalho, Mantegna funde as duas apresentações, ou seja, mostra-o como asceta e também estudioso.

O quadro apresenta São Jerônimo em meditação, sentado diante de sua caverna no deserto, com a cabeça voltada para a direita, mas tendo os olhos em direção ao chão. Detém um rosário na mão direita, debulhando suas contas, enquanto com a esquerda segura um livro encadernado, apoiado verticalmente em sua coxa esquerda. Dois outros livros encadernados estão sobre uma pedra em formato de mesa, onde também descansa um tinteiro com uma pena dentro. Atrás dos livros vê-se um rolo de pergaminho para sua escrita. Na parede direita da gruta são vistos dependurados: um crucifixo, uma lamparina e uma viga com dois martelos descansando nela, possivelmente numa referência à Paixão de Cristo.

A figura alongada do santo veste uma túnica de tênue azul-violeta, trazendo a cintura cingida por uma fina corda. Ele se encontra descalço, com o pé esquerdo transpondo o direito. No mesmo patamar, onde se encontram seus pés, está um de seus tamancos, encontrando-se o outro num plano mais abaixo. Seu chapéu cardinalício de cor vermelha jaz no chão, à sua direita, e o leão deitado, do qual é vista apenas a parte dianteira, encontra-se à esquerda. Ambos fazem parte da simbologia do santo. Um halo sobre sua cabeça indica a sua santidade.

A rocha que toma grande parte da tela apresenta uma abertura ao fundo, sendo possível divisar, além do deserto, uma paisagem aberta, com algumas árvores e uma estrada sinuosa que se perde no horizonte. À direita, para além da árvore com o tronco desfolhado, outras árvores são vistas, assim como um rio, rochedos, montanhas cobertas de neve e plantas. Um céu mais claro embaixo funde-se com um mais escuro, acima.

Na parte abaixo da gruta, por entre as rochas, vê-se água a correr. Ali se encontra um papagaio vermelho, cuja imagem mostra-se espelhada na água. Empoleirada sobre o rochedo, logo acima da entrada da gruta está uma coruja, ave tradicionalmente ligada à magia e à superstição, coisas contra as quais o santo lutava. Duas garças brancas são vistas à esquerda, como dois pequenos pontos. A luz da manhã apresenta uma claridade levemente azulada. Algumas nuvens são vistas no céu.

 Ficha técnica
Ano: c.1449/1450
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 48 x 36 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.unicamp.br/chaa/rhaa/downloads/Revista%2015%20-%20artigo%209.pdf

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Toulouse-Lautrec – MONSIEUR FOURCARDE

Autoria de Lu Dias Carvalho

Henri-Mari-Raimond de Toulouse-Lautrec (1864 – 1901) foi o primeiro filho do conde Alphonse de Toulouse-Lautrec e da condessa Adèle Tapié de Celeyran, primos em primeiro grau, família abastada e ilustre, nascido na cidade de Albi, no sudoeste francês. Henri cresceu num ambiente requintado. Desde pequeno gostava de desenhar, trazendo os primeiros indícios do que se tornaria no futuro. Quando tinha nove anos de idade, sua família mudou-se para Paris, onde foi matriculado numa das mais importantes instituições europeias.

Esta composição intitulada Monsieur Fourcarde é uma das obras do artista pós-impressionista que fazem parte do acervo do MASP desde 1952. Toulouse-Lautrec era um excelente desenhista, capaz de retratar com traços rápidos as figuras que encontrava pelos teatros, bailes, circos, bares e bordéis. Nesta obra, ele retrata um grupo de quatro prostitutas sentadas em poltronas de veludo escarlate, de encosto alto, de um luxuoso bordel parisiense, enquanto aguardam seus clientes. Uma delas, à esquerda, joga cartas.

O quadro apresenta o banqueiro Henri Fourcade, um rico burguês e grande amigo do artista, como demonstra a dedicatória no alto, à direita: “A mon bom ami Fourcade, 89. H. T. Lautrece” (Ao meu bom amigo Fourcade, 89, H. T. Lautrec). Trata-se de uma cena noturna, comum à vida parisiense.

O retratado ocupa o centro da composição, em primeiro plano, demonstrando grande naturalidade e vivacidade, tendo atrás de si um grupo de máscaras apenas esboçadas ao fundo. Fourcade encontra-se no baile da Ópera, em Paris. Atrás do bem vestido banqueiro com as mãos nos bolsos está um grupo de cinco pessoas, sendo que as pinceladas rápidas e soltas do artista faz com que algumas delas apareçam como meras sombras. O homem com cartola é Gabriel Tapié de Céleyran, primo de Lautrec.

Ficha técnica
Ano: 1889
Técnica: óleo sobre cartão
Dimensões: 77 x 62 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.wga.hu/html_m/t/toulouse/2/1misc09.html

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Frans Post – PAISAGEM COM TAMANDUÁ

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Frans Post (1612-1680) veio para o Brasil na comitiva do conde Maurício de Nassau, quando esse aqui esteve com o objetivo de governar as terras conquistadas pela Holanda, no Nordeste do Brasil. Frans Post foi o primeiro paisagista do Brasil do século XVII, tendo aqui passado sete anos. A sua importância está no fato de que suas paisagens foram os primeiros registros pintados in loco, uma vez que as gravuras e os desenhos que se tinha de nosso país eram feitos a partir de depoimentos dos viajantes que aqui vinham.

A pintura intitulada Paisagem com Tamanduá, assim como todas as obras do pintor holandês feitas no Brasil, é de fundamental importância para nós brasileiros, por ter sido ele o primeiro artista europeu a retratar nossa terra e a vida nos trópicos, servindo, portanto, de raríssimos documentos. Mesmo após deixar o Brasil, Frans Post continuou pintando paisagens brasileiras, baseando-se em desenhos e esboços feitos aqui, sem se esquecer dos animais típicos de nosso país, como tatus, tamanduás, serpentes, como é o caso desta paisagem, etc.

A composição acima apresentada mostra um grupo de pessoas negras, composto por mulheres, homens e crianças, com suas roupas brancas e balaios. No meio encontra-se um homem vestido como um feitor. As crianças e três escravos encontram-se com o torso nu. Dois belos coqueiros, um de cada lado, postam-se na entrada do grupo em direção às casas ao fundo. Uma vegetação típica do nordeste brasileiro espalha-se pela paisagem, assim como um rio (ou lago) de águas azuis. Um alto céu azul com nuvens brancas cobre toda a paisagem. Montanhas de um azul-acizentado delineiam o horizonte.

Ficha técnica
Ano: 1660 – 1680
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 56 x 79 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Picasso – TOALETE

Autoria de Lu Dias Carvalho

Não procuro, encontro. (Pablo Picasso)

 Não existe arte abstrata, é necessário começar sempre por alguma coisa: mas, em seguida, pode-se retirar toda a aparência da realidade, porque a ideia do objeto deixou uma marca indelével. (Pablo Picasso)

O espanhol Pablo Ruiz Picasso (1881 – 1973) nasceu em Málaga, na Espanha. Era filho de José Ruiz Basco e Maria Picasso y Lopez. Começou a desenhar aos sete anos de idade sob a supervisão de seu pai, professor de desenho. A seguir, sua família mudou-se para La Coruña. Aos 14 anos, ele foi para Barcelona com a família, vindo a estudar na Escola de Belas Artes, firmando-se como pintor.

A composição intitulada Toalete é um estudo preparatório para o quadro que se encontra na Albright Art Galery de Buffalo (EUA). Este estudo encontra-se no acervo do MASP desde 1953.

No quadro estão duas mulheres. A primeira, usando vestes azul e vermelha, segura o espelho na altura no peito para que a outra se olhe. A segunda, completamente nua, arruma os cabelos. O pintor fez outros trabalhos com este mesmo tema.

Ficha técnica
Ano: 1906
Técnica: óleo sobre tela sobre papelão
Dimensões: 53 x 31 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Piero de Cosimo – MADONA COM MENINO JESUS…

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Piero di Cosimo (1462 – 1521), cujo nome original era Piero di Lorenzo, nasceu e morreu na cidade de Florença. Ali estudou com Cosimo Rosseli, tendo inclusive trabalhado com seu mestre nos afrescos da Capela Sistina, em Roma, onde pintou O Sermão de Cristo (imagem acima), que se tornou a sua primeira obra conhecida. Foi em homenagem ao seu mestre que adotou o sobrenome Cosimo.

A composição Madona com Menino Jesus e São João também conhecida como Virgem com Menino, São João Batista Criança e um Anjo é obra do artista. Encontra-se em solo brasileiro, sendo um dos quadros mais importantes do MASP, tendo sido incorporado à sua coleção em maio de 1951. Em razão do estado de deterioração em que se encontrava, esta obra retornou à Itália, onde passou por uma restauração. À época, um mecenas brasileiro de apenas 25 anos pagou 55 mil dólares, arcando com o transporte e o seguro do tondo, ao tomar conhecimento, numa aula de história da arte, sobre seu lamentável estado de danificação.

A composição é pintada com cores muito suaves e cheia de movimentos. Apresenta a Virgem ainda adolescente, carregando no braço esquerdo o seu Menino, enquanto acaricia o pequenino e gorducho João Batista que caminha à sua direita.

O Menino Jesus, nu, descansa seu braço esquerdo no livro de orações e faz o gesto de abençoar com o direito levantado. O pequeno João carrega na mão a Cruz, um de seus atributos, tendo o olhar de Maria voltado para ele.  As personagens encontram-se diante de um grupo de pedras, num terreno onde grassam flores e cogumelos.

À direita, o anjo, agachado, tem nas mãos lírios brancos, símbolo da pureza da Virgem. Seus olhos estão fixos no Menino Jesus. À esquerda, um melro (o mesmo que graúna) traz a cabeça voltada para uma enorme lagarta. Entre ele e o grupo posiciona-se uma árvore com o tronco cortado, enquanto um pequeno galho ganha vida, o que é também uma simbologia da Paixão de Cristo, pois mesmo morto Ele renascerá. Ao fundo, desenrola-se uma bela paisagem verde com água e construções. Mais distante vê-se uma paisagem azulada com montanhas e planícies.

Segundo estudiosos de arte trata-se da única representação da Virgem onde aparece uma lagarta que, segundo a visão de um entomólogo da URFG “é mais precisamente uma mariposa-caveira”. Ele mesmo questiona qual seria a intenção do artista “ao pintar uma lagarta, cujo adulto exibe o símbolo da morte, numa cena religiosa como esta”. Teria por finalidade enfatizar o destino trágico do Menino Jesus? – questiona ele.

Ficha técnica
Ano: c.1500/1510
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 129 cm de diâmetro
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/10/1690571-obra-renascentista-retorna-ao-masp-e-sera-exposta-em-dezembro.shtml

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Toulouse-Lautrec – DUAS MUHERES SE PENTEANDO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Henri-Mari-Raimond de Toulouse-Lautrec (1864 – 1901) foi o primeiro filho do conde Alphonse de Toulouse-Lautrec e da condessa Adèle Tapié de Celeyran, primos em primeiro grau, família abastada e ilustre, nascido na cidade de Albi, no sudoeste francês. Henri cresceu num ambiente requintado. Desde pequeno gostava de desenhar, trazendo os primeiros indícios do que se tornaria no futuro. Quando tinha nove anos de idade, sua família mudou-se para Paris, onde foi matriculado numa das mais importantes instituições europeias.

Esta composição, intitulada Duas Mulheres se Penteando, também conhecia como Duas Mulheres de Camisola, é uma das obras do artista que fazem parte do acervo do MASP desde 1952. Toulouse-Lautrec era um excelente desenhista, capaz de retratar com traços rápidos as figuras que encontrava pelos teatros, bailes, bordéis, bares e circos, nesta obra ele usa cores sobrepostas, com manchas que têm por finalidade tornar mais vivo o desenho, como fez em outras pinturas. Provavelmente as mulheres estão se preparando para uma apresentação.

Ficha técnica
Ano: 1891
Técnica: óleo sobre cartão
Dimensões: 62 x 48 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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