Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Rafael – MADONA TEMPI

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Madona Tempi é uma obra religiosa do pintor e arquiteto italiano Rafael Sanzio, encomendada pela família Tempi, cujo sobrenome dá título à pintura. Trata-se de uma obra, embora belíssima, desprovida de qualquer preocupação consciente por parte do artista, para demonstrar seu valor artístico.

A Virgem Mãe, voltada para a direita, aproveita o frescor da tarde para segurar seu rechonchudo Menino Jesus entre os braços, apertando-o carinhosamente contra seu corpo. Sua figura imensa, acrescida de seu manto volumoso, toma a maior parte da tela, criando um efeito monumental. Apenas ¾ de seu corpo está à vista na pintura. Seu rosto, colado ao do filho, traz o olhar voltado para ele. A criança tem os olhos voltados para a esquerda, como se observasse algo por perto.

A Madona veste um vestido cor-de-rosa, esvanecido pela luz na parte que se encontra visível para o observador. A manga dourada da camisa, usada debaixo do vestido, aparece cobrindo-lhe o antebraço.  De sua cabeça desce um enorme e denso manto azul-esverdeado, que envolve grande parte de seu corpo. Sobre os cabelos dourados e finos repousa um véu transparente, que alcança as costas e envolve parte da gola.

Ao fundo desenrola-se uma paisagem azulada, meio disforme, que, assim como o azul do céu, é bem tênue, fazendo com que o manto azul ganhe ainda mais destaque. O Menino Jesus, de costas para o observador, e com o rosto de perfil, usa apenas um pequeno pano claro, que cobre parte das nádegas. Mãe e filho trazem halos acima da cabeça, como prova da divindade de ambos. A pintura repassa um belo sentimento de amor materno quer seja ele humano ou divino.

Ficha técnica
Ano: 1508
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 75 x 51 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Poussin – APOLO E DAFNE

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Apolo e Dafne é uma obra mitológica do pintor francês Nicolas Poussin, tido como o fundador do neoclassicismo francês. Ele gostava de inspirar-se na arte da Antiguidade e na do Renascimento italiano. Presume-se que esta tela formava uma dupla com “Midas e Baco”, pois ambas são idênticas no formato, estão relacionadas com o mesmo tema e foram criadas na mesma época, tendo sido executadas em forma de retângulos dinâmicos. Embora o tema seja tratado com delicadeza, o artista supera o conteúdo mitológico, e faz uma alusão à Idade de Ouro, ideal fortemente arraigado no século XVII.

Apolo, sentado numa pequena elevação do terreno, debaixo de uma árvore, ocupa a parte direita da composição, em primeiro plano, de costas para o observador. Ele usa um manto alaranjado, que cobre parte de seu corpo. Usa sandálias brancas de tiras, no estilo romano, e uma coroa de folhas de oliveira. Atrás dele estão sua harpa e aljava de ouro. A mão esquerda do deus mitológico segura Dafne pelas costas, enquanto a direita traz um ramo de oliveira,  posicionado na axila esquerda da jovem, pela qual ele se mostra visivelmente atraído.

A ninfa Dafne encontra-se de pé, de frente para Apolo. Ela usa um manto azul-escuro, que cobre parte de seu corpo, que se inclina ligeiramente para trás. Faceiramente acaricia as folhas da grande árvore, sendo sustentada pelo deus da beleza. À sua direita encontra-se Cupido, armado de arco e flecha, prestes a flechar Apolo. Abaixo dele, de costas para Dafne, aparece um personagem nu, de barba e cabelos grisalhos, sentado no chão, com os joelhos dobrados e com a mão direita cobrindo o rosto reclinado para frente, possivelmente embriagado. Sua mão esquerda abraça um vaso de onde sai um vinho espumante.

À esquerda estão quatro pequenos anjos deitados na relva em meio a jarros, estando um deles de pé, com uma touceira de ramagens nos braços. Ao fundo, desenrola-se uma bela paisagem.

Nota: conheça a lenda sobre o casal, aqui no site, em Mitos e Lendas.

Ficha técnica
Ano: 1625
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 98 x 135 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/p/poussin/1/02apollo.html
http://wikhistart.clefebvre.profweb.ca/index.php/Nicolas_Poussin

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Albrecht Altdorfer – SÃO JORGE NA FLORESTA

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor alemão Albrecht Aldorfer (c.1480 – 1538) foi provavelmente filho do pintor Ulrich Altdorfer. Na cidade de Rogensburg foi agraciado com o título de “Pintor de Amberg”, tornando-se um nome importante no lugar, inclusive como seu mestre construtor. Foi um dos grandes mestres da chamada “Escola do Danúbio” (nome dado a um grupo de pintores do começo do século XVI, na Baviera e Áustria, e ao longo do vale do Danúbio, e que se encontravam entre os primeiros artistas a trabalharem com a pintura de paisagens e figuras). Antes do século XVI, as paisagens na pintura europeia eram vistas como elementos secundários, servindo apenas de pano de fundo histórico ou simbólico para as figuras apresentadas na obra, que normalmente tratavam-se de cenas religiosas ou narrativas. O trabalho de Albrecht Altdorfer foi muito importante para a evolução da paisagem na história da arte.

Em sua composição denominada São Jorge na Floresta, também conhecida por São Jorge e o Dragão, ele usa as duas figuras, em primeiro plano, apenas como pretexto para criar uma belíssima floresta, tida como uma das mais encantadoras paisagens da pintura alemã. O desenho é tão minucioso que seria possível enumerar as folhas. Grossos e finos troncos levantam-se em meio à densa folhagem, ora inclinando-se para a esquerda ora para a direita. Os gigantescos carvalhos e as faias, que apresentam uma intensa variedade de tons verdes, compactos e luminosos, apenas abrem um pequeno espaço, como se fosse uma clareira na base da pintura, para servir de cenário ao santo e à fera, que mais se parece com um enorme sapo, tendo o corpo voltado para o observador e a cabeça para o guerreiro.

São Jorge veste uma armadura de metal preto, que lhe deixa apenas o rosto de fora, sendo que as esvoaçantes plumas de seu capacete incorporam-se à folhagem, sendo quase impossível divisá-las. O santo empunha uma lança com a mão direita, enquanto domina o cavalo com a esquerda. Seu corpo está tombado para frente, com os olhos fixos no bicho que se mistura à vegetação. O guerreiro monta um garboso cavalo branco, que traz as patas dianteiras voltadas para trás, ao refugar do dragão. Surpreende o fato de as patas traseiras encontrarem-se alinhadas, numa elegante postura, não denotando medo. O local, onde se trava o combate, abre-se para uma paisagem montanhosa, mais distante, que parece densa e fechada.

Ficha técnica
Ano: c.1510
Técnica: óleo e pergaminho em painel de tília
Dimensões: 28 x 22,5 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.learner.org/courses/globalart/work/270/index.html

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Giotto – CRUCIFICAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Crucificação, também conhecida como Descendo ao Limbo, é uma obra do arquiteto e pintor italiano Giotto de Bondone. Trata-se de um pequeno painel relativo à fase mais madura da carreira do artista. Faz parte da época em que Giotto dirigia um dinâmico estúdio em Florença, na Itália. Presume-se que grande parte desta obra foi feita pelos alunos do artista.

Jesus Cristo encontra-se pregado à cruz, ocupando o centro da tela. De suas feridas jorra sangue abundantemente, principalmente da que se encontra abaixo do peito, de onde o líquido sai em golfadas. Ele não traz coroa de espinhos, mas uma auréola dourada. Dois anjos azuis estão abaixo de cada mão e dois vermelhos acima, de modo a contrabalançar o sólido grupo abaixo. O drapeado do lençol que cinge parte do corpo de Jesus mostra o grande talento de Giotto. As figuras presentes na tela são tridimensionais, trazendo a impressão de que é possível tocá-las.

Aos pés de Cristo estão São Francisco e o casal de doadores da obra.  À sua direita, Maria, mãe de Jesus, é amparada pelas Três Marias (Maria Madalena, Maria de Cléofas e Maria Salomé), que choram. E à sua esquerda estão São João Evangelista, Nicodemos e José de Arimateia, de quem se vê apenas parte do rosto. Os dois não possuem auréola, assim como o casal de doadores. Chama a atenção na pintura seu fundo dourado, o que retira a crucificação de Cristo de seu contesto histórico, mas, por outro lado, dá mais ênfase às personagens presentes na cena.

Ficha técnica
Ano: entre 1320 a 1325
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 45 x 43 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Giotto – CRISTO NO LIMBO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Cristo no Limbo, também conhecida como Descendo ao Limbo, é uma obra do arquiteto e pintor italiano Giotto de Bondone. Trata-se de um pequeno painel relativo à fase mais madura da carreira do artista. Faz parte da época em que Giotto dirigia um dinâmico estúdio em Florença, na Itália. Ainda existem peritos que atribuem esta obra a seus auxiliares, embora a maioria veja nela a mão do mestre, que contribuiu para o Renascimento italiano.

O limbo, ou lugar do esquecimento, é representado por uma rocha marrom, multifacetada, que ocupa quase toda a tela. De suas entranhas saem labaredas de fogo.  Sobre ela, os demônios torturam os condenados e jogam-nos ao fogo. Na entrada da rocha encontra-se Jesus Cristo arrebanhando as almas boas, ainda que não tenham sido batizadas. Dimas, o Bom Ladrão, com uma bandeira branca com uma cruz vermelha, está à direita do Salvador. Dentre os justos não batizados encontram-se Adão, Eva, Abraão, Davi, Salomão, etc.

Jesus, com suas vestes douradas e uma grande auréola em volta da cabeça, simbolizando a sua divindade, segura a mão de Adão para que ele se levante. À direita, no canto inferior da rocha, um diabo prende um condenado sob seus pés. Os sentenciados encontram-se nus, enquanto os justos estão todos vestidos, o que nos mostra que a nudez era vista como um grande pecado e, portanto, sujeita ao castigo eterno. Outros diabos são vistos judiando de suas atormentadas vítimas.

Ficha técnica
Ano: entre 1302 a 1306
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 45 x 44 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Jacob van Ruisdael – PAISAGEM COM COLINAS E…

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Jacob van Ruisdael (1628/29 – 1682) era filho do também pintor Isaack van Ruysdael. Presume-se que seus primeiros ensinamentos artísticos tenham lhe sido repassados pelo seu  tio Salomon van Ruisdael, em sua oficina. Tornou-se membro da Guilda de São Lucas, em Harlem. Além de pintor, ganhou também o diploma de Doutor em Medicina. Sua predileção era pelas paisagens, tendo sido um dos mais renomados pintores deste estilo, à sua época.

A composição denominada Paisagem com Colinas e Árvores é uma vista de uma colina rochosa, com o vento balançando as plantas. Embora possa aparentar ser de fácil execução, trata-se de uma obra bem complexa, ou seja, uma construção muito bem organizada, o que era específico do artista em suas obras.  A superfície ocupada pelo céu na tela é praticamente a mesma representada pela parte terrestre. Uma linha sinuosa separa o céu do solo. Ela vai subindo, começando da direita, até atingir o ponto máximo, que é a parte mais elevada do morro, onde se encontram duas figuras humanas, para depois descambar ligeiramente para a esquerda. As nuvens nubladas e mais pesadas à direita contrabalançam com a parte mais alta do morro.

A paisagem prima pela ondulação: a estrada que leva ao topo, ou desce dele; os contornos das árvores; os ramos; os troncos; o capim; e atém mesmo as pedras. As curvas apresentam-se ora contrárias ora em conformidade. A luz também é espalhada ora harmoniosa e ora contrastante. Uma grande massa de árvores tomba para a direita, possivelmente pela inclinação do terreno, enquanto as demais se voltam para a esquerda, o que nos leva a concluir que o vento está vindo da direita para a esquerda. Um riacho nasce à direita, dobrando-se no meio do caminho, até atingir a base da tela. Um arbusto com flores brancas debruça-se sobre ele-se

As duas figuras humanas, no alto do morro, parecem-se com um homem com uma vara na mão  e um garoto, possivelmente seu filho. A pouca distância deles está uma carroça. Num pequeno descampado à direita, ovelhas (ou seriam vacas?) pastam. O caminho esbranquiçado e árido mostra que a passagem por ele é constante.

Ficha técnica
Ano: ?
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 70,5 x 92 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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