Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Mantegna – ADORAÇÃO DOS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Adoração dos Magos é uma obra do pintor italiano Andrea Mantegna, considerado um dos artistas mais importantes do início do Renascimento.  Sua obra destaca-se pela exatidão anatômica das figuras, ricos detalhes e perspectiva perfeita, tendo influenciado não apenas os pintores italianos, mas os do norte dos Alpes.

A obra faz parte de um tríptico, seu painel central, juntamente com “Ascenção” e “Circuncisão”, encomendado por Ludovico II Gonzaga, para decorar a Capela Ducal do S. George Castel, em Mântua. No painel acima, o artista retrata os três Reis Magos em frente à gruta, onde se encontra a Virgem Maria com Jesus nos braços.

A Virgem com seu Menino aparece sentada na abertura de uma gruta escura, onde recebe os visitantes. Ela é retratada com uma coroa composta por doze pequenos anjos sobre nuvens azuis, em torno de sua cabeça e tronco. De um deles, posicionado às suas costas, vê-se apenas a ponta da asa vermelha. Os querubins da esquerda, avermelhados, diferem-se dos da direita, dourados. José, com seu cajado, e postado ao lado de Maria, fora da gruta, acolhe os visitantes.

Uma espada paira acima da cabeça de Maria, como a lembrar seu sofrimento futuro. Traz uma estrela na ponta, responsável por guiar os Reis Magos. No topo da gruta estão quatro querubins, separados dois a dois pela espada. Próxima aos quatro anjos, à esquerda, está uma figueira com um galho seco e outro verdejante, que aludem à morte e à ressurreição de Cristo.

Os Reis Magos, depois de passarem por um caminho talhado na rocha, acompanhados por um grande cortejo, com a presença de camelos e de pessoas orientais usando vestimentas e turbantes diversos e exóticos, encontram-se diante da gruta. O mais velho deles ajoelha-se próximo à Virgem e seu Menino, postando o presente à sua esquerda; o segundo está de pé, com o chapéu numa mão e o presente na outra; e o terceiro está atrás, ajoelhado, com seu turbante no chão, segurando o presente com as duas mãos. Só o rei negro não usa barba.

A cena não transmite alegria. Os personagens mostram-se sérios e compenetrados, em meio a uma paisagem rochosa. Para alguns, o quadro tem por objetivo propor uma reflexão sobre os mistérios cristãos de nascimento, sacrifício e ressurreição de Cristo.

Obs.: O tríptico foi desmembrado e remontado apenas no século XIV.

Ficha técnica
Ano: c. 1462-1464
Técnica: têmpera em madeira
Dimensões: 76 x 76 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.geometriefluide.com/pagina.asp?cat=adorazione-magi-tritticouffizi-decorcappsangiorgio&l=en

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Geertgen Tot Sint Jans – ADORAÇÃO DOS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Adoração dos Magos é uma obra  do pintor holandês Geertgen Tot Sint Jans (c.1460-1490), portanto, pintor do século XV, tido como o primeiro grande pintor da escola de Haarlem, tendo morrido muito jovem.

Nesta pintura contemplativa, a Virgem Maria encontra-se sentada, com o filhinho nu nos braços, como se o apresentasse aos Reis Magos. Ambos estão voltados para os visitantes. Maria, contudo, traz o olhar voltado para baixo, em sinal de humildade, enquanto seu Menino, com os olhinhos bem abertos, fita os três reis ali presentes. Ao lado dos dois está postado humildemente José, o carpinteiro.

Os três Reis Magos trazem presentes (incenso, mirra e ouro). Um deles já se encontra ajoelhado diante da mãe e do filho, com seu chapéu depositado no chão, enquanto os outros dois aguardam sua vez. Somente o rei negro traz uma coroa na cabeça. Outra pessoa encontra-se entre os dois reis que estão de pé. Ela parece ajudar um deles a carregar seu presente, ou então se mostra encantada com o mesmo. Sobre a armação da gruta, parecida com um dossel, estão duas pequeninas aves. Dentro do local estão um burro e um boi.

Ao fundo descortina-se uma bela e delicada paisagem com casas, montes, água e árvores. Ali são vistas muitas pessoas a cavalo, com suas bandeiras. Provavelmente trata-se do cortejo de algum nobre. Elas vêm de três direções diferentes.

Ficha técnica
Ano: ?
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 90 x 70 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Dürer – A ADORAÇÃO DOS REIS MAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição de Albrecht Dürer, A Adoração dos Reis Magos, apresenta os  três reis vindos do Oriente, acompanhando a estrela, para visitarem o Menino. São eles: Gaspar, Baltasar e Melchior. E levam para Jesus, como presentes, ouro, mirra e incenso.

É sempre o mais velho dos três Magos a ser representado em primeiro lugar, ajoelhado diante do Menino Jesus, oferecendo-lhe ouro, que é o mais valioso dos presentes levados. Portanto, quem está diante de Jesus é Gaspar, com seus cabelos brancos e sua longa barba. Maria, assentada com o Jesus nos joelhos, estende-o para que receba os cumprimentos do Mago.

Logo atrás de  Gaspar está Melchior, no retrato do próprio Dürer, com seus longos cabelos cacheados. O pintor costumava se autorretratar em suas composições.

Curiosidade
Os Reis Magos não tinham um número definido. Já foram apresentados em número de dois ou de quatro. Só mais tarde é que passaram a ser três, provavelmente levando em conta o número de presentes apresentados na Bíblia, e também receberam um nome. E foi somente no final da Idade Média é que Baltasar passou a ser representado como negro.

Ficha técnica
Ano: 1504
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 100 x 114 cm
Localização: Galeria de Uffizi, Florença, Itália

Fonte de pesquisa
Cristo na Arte/ Manuel Jover

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Giorgione Barbarelli – A ADORAÇÃO DOS PASTORES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Adoração dos Pastores é uma obra-prima do pintor italiano Giorgione Barbarelli, através da qual o artista deixa patente o valor que dava à paisagem, sendo ela parte intrínseca da pintura. Além do lirismo aqui representado, uma grande luminosidade banha toda a tela. A cena, reproduzindo a adoração dos pastores ao Menino Jesus, está postada à direita, em primeiro plano, enquanto que praticamente a metade da tela é dedicada à paisagem. É uma obra bastante original para a época em que foi criada.

A Virgem Mãe e seu esposo José encontram-se ajoelhados à entrada de uma caverna escura, diante do Menino, nu, deitado no chão em posição horizontal, sobre um monte de feno, coberto por um pano branco e por um pedaço do manto azul de Maria. José parece rezar, mais ao fundo. Os mantos coloridos e brilhantes do casal, assim como o rosto dos mesmos, contrastam com o vão escuro formado pela entrada da caverna, que serve de fundo para a Sagrada Família, e com a cor sem brilho das rochas acima dela. Apesar da escuridão reinante na gruta, é possível notar, dentro dela, a presença de um boi e um jumento. Um querubim iluminado encima a entrada da caverna, enquanto dois outros são vistos à esquerda, acima do pastor, que ainda se encontra de pé. Eles são a única revelação quanto à divindade da cena.

Dois humildes pastores, de costas para o observador, colocados no centro da tela, chegam para adorar o Menino, para o qual convergem todos os olhares. A roupa esfarrapada dos visitantes contrasta com o belo colorido das de  Maria e José. Um deles, à direita, encontra-se ajoelhado, em posição de preces, com o chapéu a seu lado, no chão. O segundo, por sua vez, parece estar iniciando o movimento para ajoelhar-se, como mostra a parte do pé direito ainda suspensa. A parte de trás de seu corpo curvado é uma continuação da linha arqueada da caverna. Ele tem seu chapéu na mão. Os personagens reunidos formam um retângulo.

Nesta pintura, a gruta de Belém foi transposta para uma paisagem veneziana, onde se encontram árvores e arbustos exuberantes, montanhas azuladas, diversas edificações e um riacho. Tudo é descrito com grande lirismo. Um céu azul, com nuvens esparsas, cobre-a. Duas crianças brincam debaixo de uma árvore, e duas pessoas são vistas na casa em frente. O pintor esmera-se nos mínimos detalhes, em seu virtuosismo.

Ficha técnica
Ano: c. 1505
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 91 x 111 cm
Localização: National Gallery of Art, Washington, EUA

 Fontes de pesquisa
Giorgione Barbarelli / Abril Cultural
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://web-archives.mansfield.edu/~art/papyrus1_kate_boyle.htm

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Fra Filippo Lippi – A ANUNCIAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A Anunciação do artista italiano Fra Filippo Lippi, ou simplesmente Lippo Lippi, é tida como uma das mais belas pinturas sobre o tema, em razão da suavidade e imensa ternura que repassa. Seus tons delicados ampliam os sentimentos de pureza, dignidade, respeito e devoção do pintor para com a Virgem. Esta pintura chegou a ser considerada uma obra de Fra Angelico, pois existe muita semelhança com os trabalhos desse. Descobriu-se depois que se tratava de uma obra de Lippi, criada num perído mais avançado de sua arte, quando ele pôs em ação, a influência recebida de Fra Angélico.

O artista retrata a Virgem Maria  no momento em que, ao ser visitada pelo anjo mensageiro, ela aceita ser a mãe do Filho de Deus. A cena é emoldurada em um pórtico de magnífica arquitetura renascentista, responsável por dar a ilusão de espaço tridimensional e que tem a sua abertura para um jardim próximo. Maria recebe a visita do anjo Gabriel de pé, embora, em outras pinturas sobre o tema, seja muito comum mostrar a Virgem de joelhos diante do mensageiro divino.

Maria está majestosamente vestida com um manto de cor azul muito suave, que se destaca do fundo branco da parede. Encontra-se com a cabeça baixa e com os olhos direcionados para o chão. Ela traz a mão direita sobre o peito, significando que aceita ser a mãe de Jesus. A pomba branca, símbolo do Espírito Santo, emite um raio de luz dourada sobre a Virgem. Um halo cor de ouro paira acima de sua cabeça, demostrando sua divindade. Abaixo de seu longo manto azul é possível ver seu pé esquerdo descalço. À sua frente, um livro de orações está aberto, o que significa que se encontrava rezando antes da entrada do anjo mensageiro.

O anjo Gabriel, ajoelhado diante da Virgem Maria, usa um manto vermelho sobre uma veste branca. Suas asas tem as cores das asas de um pavão. Também traz a mão direita sobre o peito, em sinal de humildade, por se encontrar diante daquela que será a mãe do Salvador. Na mão esquerda segura um ramo de magníficos lírios, que ultrapassa sua cabeça e quase toca a pomba branca. Na porta, à esquerda, outro anjo traz um ramo de flores, possivelmente lírios. E, logo acima, encontra-se Deus Pai, rodeado por anjos.

Ficha técnica:
Data: c. 1443/50
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 203 x 186 cm
Localização: Alte Pinakothek,  Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Lorenzo di Credi – ANUNCIAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O quadro Anunciação é uma obra do pintor e escultor italiano Lorenzo di Credi  (c.1459-1537), que foi aluno de Andrea del Verrocchio, tendo trabalhado com ele em sua oficina, e herdado sua direção após a morte do mestre. Foi colega de Leonardo da Vinci. Incialmente foi influenciado por ele, mas depois deu-se o inverso. Foi professor de Giovanni Antonio Sogliani e de Antonio del Ceraiolo.

Sua bela composição apresenta a Virgem Maria, recebendo a visita de um anjo, que anuncia que ela será a mãe do Filho de Deus. Ambos se encontram num ambiente belamente adornado, que mostra como era a decoração interior daquela época, em que predominava o uso de madeira marchetadas, esculpidas ou ornamentadas com estuque.

Cada uma das figuras está postada diante do vão de uma das duas janelas em arco, com a porta ao meio, também em formato de arco, separadas por colunas decoradas com relevos antigos e primorosos. Elas parecem ter sido captadas e paralisadas num determinado momento, pois mostram-se emudecidas em seus gestos suspensos.

A Virgem Maria encontrava-se rezando em seu quarto de arquitetura clássica, quando foi surpreendia com a presença do anjo, como mostra seu gesto de surpresa. À sua esquerda está uma cama de madeira, forrada com uma colcha verde, sobre a qual descansa uma almofada vermelha. Aos pés da cama está uma mesa de madeira, parecida com um genuflexório, onde se vê, aberto, seu livro de orações.

O pórtico, do qual se vê duas colunas cornijas, leva a uma bela paisagem ensolarada, com árvores perfiladas, formando um caminho, e outras ao redor. Há também a presença de uma igreja, um lago e montanhas, sob um céu azul. Chama a atenção o horizonte maior da paisagem à esquerda, enquanto o da direita mostra-se coberto pela névoa, como se as partes não fossem contínuas. Há uma grande harmonia entre o interior e o exterior da cena.

No pavimento são vistas as sombras da Virgem e do anjo, e também das duas janelas em forma de arco. A cama e o porta-livros têm por finalidade complementar a perspectiva do ambiente, ampliando-o. A parede de madeira, às costas do anjo, mostra a mesma curvatura das janelas e também os trabalhos ali executados. Atrás do mensageiro está a porta pela qual ele entrou. Na parte de cima, próxima ao teto, estão cinco janelas circulares. A madeira escura do ambiente contrasta com a paisagem suave e luminosa. A luz vem do fundo do quadro e da esquerda, da porta aberta às costas do anjo.

Abaixo, em primeiro plano, aparecem os degraus decorados com cenas do Gênesis, referentes a Adão e Eva no Jardim do Éden. A primeira, a começar pela esquerda, refere-se à criação do homem; a segunda, à queda; a terceira diz respeito à expulsão do paraíso. A separação entre as cenas é feita com pilastras decoradas com vasos, flores e escudos com águias, referentes ao brasão do dono da encomenda.

Ficha técnica
Ano: c. 1480-1485
Técnica: têmpera e óleo sobre madeira
Dimensões: 88 x 71 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://it.wikipedia.org/wiki/Annunciazione_(Lorenzo_di_Credi)

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