EDDIE ADAMS – EXECUÇÃO EM SAIGON

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Autoria de Lu Dias Carvalho viet

O general matou o vietcong  e eu matei o general com minha câmara. As fotografias são ainda a arma mais poderosa do mundo. As pessoas acreditam nelas, mas elas mentem, mesmo sem manipulação. Elas são apenas meias-verdades. O que esta fotografia não disse foi: ‘O que você faria se  fosse o general naquele tempo e lugar, num dia quente, e  pegasse o bandido que matou uma, duas ou três pessoas americanas?”’ (Eddie Adams)

Nós sabemos que você é fdp. (Frase pichada no banheiro do restaurante)

O fotógrafo e fotojornalista norte-americano, Eddie Adams (1933-2004), tornou-se conhecido em todo o mundo por retratar celebridades e por ter coberto 13 guerras, trazendo a público os horrores das guerras, sobretudo na parte desmilitarizada.

A foto acima, que mostra a execução do capitão vietcong Nguyen Van Leme pelo general vietnamita Nguyen Ngoc Loan, no dia 1º de fevereiro de 1968, rendeu-lhe o prêmio Pulitzer Prize 1969 de fotografia e mais de 500 prêmios. Eddie Adams estava cobrindo a Guerra do Vietnã quando fez esta foto. O capitão vietcong Nguyen Van Lem caiu nas mãos do general Loan, aliado dos Estados Unidos, e foi executado por ele numa rua de Saigon.

Sabendo que a foto, pela sua brutalidade, traria um grande impacto para quem a visse, podendo comprometer a imagem de um aliado dos Estados Unidos, ela foi publicada pelo jornal New York Times, mas tendo os responsáveis pela publicação o cuidado de colocar a foto de uma criança executada por vietcongues, como se uma atrocidade justificasse a outra. Contudo, para a infelicidade do general vietnamita, foi a fotografia de Eddie Adams que ganhou mundo, ficando impressa na memória de quem a viu, sendo a outra totalmente ignorada.

Eddie Addams arrependeu-se de ter tirado esta fotografia, tanto é que se desculpou pessoalmente com o general e sua família, alegando que havia feito um dano irreparável à sua honra. E, após a sua morte, o fotógrafo elogiou-o como um “herói” de uma “causa justa”, enviou flores à sua família, acompanhadas de uma nota: “Peço desculpas, meus olhos estão cheios de lágrimas”.

Sei que muitos leitores devem estar curiosos para saberem o que aconteceu com o general Loan. Bem, ainda naquele mesmo conflito, ele recebeu um tiro que o levou a perder uma perna. Foi morar nos Estados Unidos, onde abriu uma pizzaria, mas, ao ter sua identidade reconhecida, foi obrigado a fechá-la. Mesmo tendo recebido o apoio do fotógrafo e dos Estados Unidos, o general Loan parece não ter recebido o apoio integral do povo americano, pois, segundo Eddie Adams, ele encontrou pichado no banheiro do restaurante a seguinte frase: “Nós sabemos quem você é fdp”.

A foto acima é um dos ícones da Guerra do Vietnã (1959-1975). Segundo o blog xatakafoto.com, “representa tudo o que havia de mal no Vietnã. O exército dos EUA não era capaz de controlar seus aliados do Vietnã do Sul, tão sanguinários quanto o inimigo, o Vietnã do Norte. Uma completa situação política contida numa única foto. Dois personagens: o executor e a vítima. Movimentos pacifistas tomaram a imagem como a representação da brutalidade de uma guerra sem sentido.”.

O que me impressiona é a frieza do fotógrafo que dá o primeiro clique com sua câmera, registrando a cena e, imediatamente, ouve o segundo saindo da pistola do general. Será que Loan fez pose para a foto ou foi o repórter quem capturou a cena.

Fontes de pesquisa:
http://www.xatakafoto.com/fotografos/eddie-adams-en-vietnam-ano-1968
Aventuras na História/ Editora Abril

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2 comentaram em “EDDIE ADAMS – EXECUÇÃO EM SAIGON

    1. LuDiasBH Autor do post

      Cláudio

      Compreendo perfeitamente a sua indignação diante da frieza do fotógrafo ao ser capaz de fazer tal fotografia. Mas vamos olhar por outro lado: ele deixou registrado para a história da humanidade o que é a crueldade de uma guerra, que tinha como objetivo satisfazer os interesses dos EUA, que jogaram irmãos contra irmãos. A função dos repórteres de guerra é exatamente a de mostrar ao mundo as barbaridades cometidas. Eles fazem isso em todas as guerras, pois nada podem fazer em prol das vítimas, a não ser denunciar ao mundo o sofrimentos e os horrores por que passam.

      Agradeço sua visita e comentário. Volte mais vezes.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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