Géricault – A FÁBRICA DE CAL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O sensível pintor francês Jean-Louis-André Théodore Géricault (1791-1824) foi um dos mais famosos, autênticos e expressivos artistas franceses do estilo romântico em seu início. Desde a sua infância Géricault demonstrava interesse pelos desenhos e cavalos. Sua família mudou-se para Paris e sua mãe faleceu quando o garoto tinha dez anos, deixando-lhe uma renda anual. Na capital francesa o futuro artista tornou-se esportista, elegante e educado, frequentando os ambientes mais sofisticados. Embora seu pai não aprovasse a sua opção pela pintura, um tio materno resolveu o impasse, ao chamar o sobrinho para trabalhar com ele no comércio, mas lhe deixando um bom tempo livre para dedicar-se à pintura.

A composição intitulada A Fábrica de Cal, também conhecida como Forno de Gesso, é uma pintura romântica do artista. Em sua obra ele apresenta uma velha fábrica de cal. Pela falta de atividade deduz-se que se trata de uma pausa no trabalho. Em frente à fábrica, e em primeiro plano, estão três cavalos malhados, ainda com os arreios, comendo a aveia de seus embornais presos em torno do pescoço. Estão próximos de uma velha carroça de rodas altas, forrada com cal e perto de um solo lamacento que ocupa o primeiro plano, à esquerda. A edificação da fábrica, situada mais à direita, forma uma pesada massa. Parados em sua grande abertura estão dois cavalos manchados, ainda presos a uma carroça, também a comer sua ração de aveia.

Através de uma abertura, à esquerda do edifício da fábrica, densas nuvens de pó branco direcionam-se para o alto, contrastando com o céu escuro presente no lado esquerdo da cena. Este é o único sinal de trabalho no lugar. Nenhuma figura humana é apresentada na composição, o que leva a obra a parecer muito mais com uma paisagem do que uma pintura de gênero. Vê-se que se trata de um ambiente pobre, mas a obra narra muito pouco sobre esta questão. A composição, praticamente monocromática, é criada com tons terrosos, beges e marrons. Os elementos pictóricos presentes na obra são trabalhados equilibradamente, recebendo todos a mesma luz e tom. Há certa melancolia presente no quadro.

Obs.: Géricault não se deu bem ao investir muito dinheiro nessa falida fábrica de cal.

Ficha técnica
Ano: c.1821/22
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 50 cm x 60 cm
Localização: Museu Nacional do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Obras-primas da arte ocidental/ Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Konemann

2 comentaram em “Géricault – A FÁBRICA DE CAL

  1. Adevaldo R.Souza

    Lu

    Depois da “Balsa da Medusa” o curso nos apresenta mais uma bela obra de Théodore Géricault. Parece que os franceses dominaram o estilo “Romântico”. Nessa obra nenhuma figura humana é apresentada na composição, entretanto, se mostrasse, penso que seriam pessoas miseráveis, doentes e magras. A cor monocromática do quadro com seus tons terrosos, beges e marrons como, também, as densas nuvens de pó branco, nos induz a pensar que o autor teve a intenção de denunciar o risco de vida para quem lida com esse material. A cal e o gesso reduzem bastante a vida de quem os manuseia, pois seu composto é tóxico. Até hoje as empresas não fornecem máscaras adequadas para os trabalhadores que lidam com esse material por desconhecimento ou negligência.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Adevaldo

      Trata, sim, de uma obra singela, mas de grande força. Essa fábrica pertenceu ao próprio artista. Interessante a sua informação sobre a cal. Você diz que “Até hoje as empresas não fornecem máscaras adequadas para os trabalhadores que lidam com esse material, por desconhecimento ou negligência”. O que significa que também os responsáveis pela fiscalização não cumprem o seu dever.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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