Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor Matthias Grünewald pintou a Natividade como parte do retábulo de Isenheim, cujas partes representam a história da vida de Jesus Cristo, desde a Anunciação até a sua Ascensão.
Na cena que representa a Natividade, Maria não se encontra em um estábulo, como comumente vemos, mas ao ar livre, e sem a companhia de São José, do boi e do jumento. Ao contrário, tem ao redor de si objetos comuns à vida diária de uma família, como a banheira de madeira com um pano sobre ela, o jarro e a cama. Alguns estudiosos da obra do pintor veem na banheira de madeira e na vasilha um valor simbólico, ou seja, a limpeza com água alude ao batismo. Também podem representar o asseio para com o bebê.
A Virgem segura o filho ternamente nos braços e o olha com doçura, enquanto um anjo, de frente para ela, toca sua viola de gamba. À direita de Maria, está uma construção ricamente ornamentada. Nela se encontram a própria Virgem e vários anjos, com suas roupas coloridas, em tamanho reduzido, sendo que alguns tocam instrumentos musicais.
Às costas da Virgem, uma paisagem toma metade da composição. O jardim fechado, onde ela se encontra, simboliza a sua pureza. Maria é comparada a uma rosa sem espinhos. Bem ao fundo da paisagem é possível ver dois pastores, que recebem de um anjo a boa nova sobre o nascimento de Jesus, em Belém. Vários anjos esvoaçam pelo céu da paisagem.
A Virgem é apresentada em grande escala, com coroa e halo, desproporcionalmente aos outros elementos presentes na composição, sendo a intenção do artista mostrar a sua importância como mãe do Salvador.
Ficha técnica
Ano: c. 1514
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões do Painel central: 265 x 304 cm
Localização: Musée d’ Unterlindem, Colmar, França
Fonte de pesquisa:
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
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