Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor italiano Guercino (1591 -1666) foi batizado com o nome de Giovanni Francesco Barbieri. Tornou-se conhecido como um importante mestre da arte bolonheza seiscentista, tendo exercido grande influência sobre a pintura italiana. Sua vocação mostrou-se quando ele era ainda muito jovem. Aos 16 anos de idade já era aprendiz de do pintor Benedetto Genari e, aos 17, foi estudar em Veneza e Florença. Aos 24 anos de idade já se encontrava na direção da Academia de Bolonha, como sucessor de Guido Reni. Recebeu muitas influências, dentre elas as de Ludovico Carraci e Bartolomeo Schedoni. Foi um pintor barroco, tendo legado à posteridade um grande número de obras.
A pintura conhecida como Abraão Expulsando Agar e Ismael é construída num ritmo circular. Trata-se de um dos belos trabalhos do artista e um dos pontos altos de seu estilo maduro. Nela estão presentes quatro personagens bíblicos: Abraão, Agar, Ismael e Sara, que se apresentam com gestos meio teatrais. Ismael, a única criança presente, chora com o rosto encostado no corpo da mãe. Agar mostra-se surpresa e preocupada, conforme a tensão vista em sua testa.
Agar, a escrava egípcia, que dera um filho ao patriarca, está sendo expulsa de casa, com seu filho, por ordem de Sara, esposa de Abraão, que se dizia desprezada. Ela abraça seu menino com a mão direita e levanta um lenço branco com a esquerda, enquanto fita o idoso Abraão, figura central da obra, que se mostra impassível em sua decisão de repúdio aos dois.
Sara encontra-se de costas para a cena, atrás de Abraão, pai do pequeno Ismael. Seu rosto perfilado está voltado para a direita, como se prestasse atenção no que está acontecendo. Sua postura dá a entender que ela está se retirando do local. Ao cotrário da esposa de Abraão, elegantemente vestida, a serva e seu filho estão malvestidos.
Quem quiser entender melhor a passagem bíblica em que se baseou o artista para criar esta obra, veja o link: https://www.bibliaonline.com.br/vc/gn/21.
Ficha técnica
Ano: 1657
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 115 x 154 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália
Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
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Não achei Ismael e Agar malvestidos.
J Elias
José Elias
Em comparação com Sara e Abraão, estão, sim. Mas é preciso lembrar que trata-se de uma escrava e o filho dela. Naquela época, o preconceito social ainda era mais forte. Humanamente falando, achei reprovável o comportamento do patriarca Abraão. Se Deus não tivesse olhado para mãe e filha, ambos teriam perecido no deserto.
Abraços,
Lu