ÍNDIA – CASAMENTOS REFORÇAM CASTAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho cas

A esperança é a palavra-chave que impulsiona o ser humano. É a mola mestra de sua vida. O muro de arrimo que o sustenta diante das tragédias do cotidiano. Quem vive sem esperança já está morto para o mundo e para si, aguardando apenas o exalar do último suspiro.

A falta de esperança, ou melhor, a privação dessa, remete-me ao sistema de castas indiano, em que a vida da pessoa é predeterminada pelo seu nascimento. Na Índia, as pessoas não levam a sério as leis, exceto as que regem o casteísmo (ainda que proibido pela constituição do país), que são cumpridas ao pé da letra da tradição. Enquanto a religião cristã apregoa que todos os homens são iguais, o hinduísmo proclama que eles são desiguais, ou seja, uns são melhores do que outros, sendo os de castas inferiores obrigados a servir aqueles de castas superiores.

Relembrando o passado de nosso país, deparamo-nos com os coronéis sem divisa, senhores de tudo e de todos. Mas com o avançar dos tempos, e à medida que o nosso povo foi se tornando mais ciente de seus direitos, tal aberração caiu por terra, embora ainda se encontre tais anomalias nos lugares mais pobres do país, onde a população é mais dependente e tem menos estudo. E, por incrível que possa parecer, os coronéis ali são, na sua grande maioria, políticos, aqueles mesmos que deveriam zelar por manter a justiça e a igualdade entre os brasileiros.

Voltando à pirâmide casteísta indiana, parece coisa extraterrena que parte de um mesmo povo possa ser “invisível”, ainda que multidões espalhem-se pelas vias públicas, abarrotando calçadas, estações de trem e portas de templos, muitas vezes fazendo ali mesmo suas próprias necessidades fisiológicas. Já que os olhos estão cegos, não daria para sentir, pelo menos, o fedor advindo da cegueira e da indiferença? Refiro-me, principalmente, à situação dos dalits (intocáveis).

Considero um milagre o fato de a Índia estar despertando como uma potência econômica. Onde o país está jogando a “poeira” levantada pelos pés de Brahma, ou seja, os dalits, é uma indagação que faço? O simples ato de nascer naquele país pode representar o “Abre-te, Sésamo!” ou o “Fecha-te Sésamo!”, não importando o que aconteça ao longo da vida do indivíduo. Sua sorte está selada para sempre. Daí as excentricidades encontradas: podem ser vistos brâmanes (casta que fica no topo da pirâmide) pedreiros e faxineiros, assim como dalits que são advogados, professores, etc. Mas não se iluda o leitor, tais exemplos ainda fazem parte das exceções.

Apesar do tempo, as castas continuam firmes como a Muralha da China, portanto, senhorita donzela brasileira, não se apaixone antes de conhecer a casta do indivíduo de seus encantos, pois são exatamente os casamentos arranjados que perpetuam e fortalecem a pirâmide casteísta. Firanghi, pense mil vezes antes de entregar seu coração a um indiano, pois a “mami” e o “baldi” já escolheram a futura nora, levando em conta o sobrenome e a lugar de nascimento da moça. E, se ainda duvida, dê uma olhada nos classificados dos jornais do país, na parte de anúncios matrimoniais, que são divididos em castas e subcastas. Caso contrário, você é uma ulu.

Nota: imagem copiada de fotos.noticias.bol.uol.com.br

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4 comentaram em “ÍNDIA – CASAMENTOS REFORÇAM CASTAS

  1. Manoel

    Lu
    Essas brasileiras que aceitam namorar indianos, mesmo sabendo dos costumes daquele país, parecem não terem um pingo de racionalidade. Se a vida para as mulheres de lá é difícil, imagine para as estrangeiras. Vão comer o pão que o diabo amassou.

    Beijos

    Nel

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Nel

      Elas estão atirando no escuro.
      Nem fazem ideia do que as esperam por lá.
      Isso quando não dão dinheiro para os caras e eles desaparecem para sempre,.

      Abraços,

      Lu

      Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      Tanto o hinduísmo quanto o islamismo são radicais.
      O primeiro, com as castas tidas como inferiores, e o segundo, com as mulheres.
      Trocando em miúdos, nas duas religiões impera o desrespeito para com os seres humanos.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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