Jan Steen – MULHER APAIXONADA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Jan Steen (c.1625-1679) estudou com Nicolaes Knüpfer, Adriaen van Ostade e Jan van Goyen, tendo se casado com Margaretha van Goyen, filha do último mestre. Fez parte da Guilda de São Luca de Leiden. É tido como um dos importantes pintores holandeses do século XVII. Sua obra é vasta e diversa. Nela se incluem trabalhos narrativos e alegóricos, paisagens, apesar de poucas, e retratos, mas seu gênero predileto era as pinturas de gênero. É visto como um grande observador e o mais vivaz dentre os grandes pintores holandeses de interiores.

A composição Mulher Apaixonada, também conhecida como A Doente de Amor, faz parte de mais de 20 variações de cenas de gênero, versando sobre a visita de um médico — representado pelo artista como uma figura meio grotesca — usando roupas ultrapassadas e postura cômica, bem parecida com os médicos das comédias de Leyden, sua cidade natal. E no quadro, ao que parece, observando as roupas do sujeito, presume-se que se trata de um charlatão.

Dentro do ambiente encontram-se três pessoas: o médico charlatão, a doente e outro personagem (autorretrato do artista) atrás dela, além de um cãozinho que se mostra curioso com o que acontece lá fora. Duas pessoas encontram-se à porta conversando – a criada com seu pretendente.

A jovem mulher, elegantemente vestida, mas com o rosto melancólico, encontra-se sentada. Sua cabeça está ligeiramente tombada em direção ao ombro direito. Ela traz o braço esquerdo em cima de um travesseiro branco, colocado sobre uma mesa forrada com um tapete com desenhos escuros sobre um fundo vermelho. Acima da cama há uma pintura de dois amantes, enquanto no anteparo de madeira da porta está uma estátua de Cupido, o que já é suficiente para descobrir qual é a doença da mulher.

Ao lado do travesseiro da doente encontra-se uma bandeja de metal com uma laranja semi descascada. Debaixo da mesa está um cesto de vime, destampado. No piso de madeira, à esquerda, um aquecedor com brasas acesas esquenta o ambiente. Tudo leva a crer que se trata de um dia frio. Mas o que tem essa mulher tão desmilinguida?

Ela sofre do mal de amor. O observador chega a tal conclusão ao notar que a desesperançada traz na mão esquerda um papel branco, ou seja, uma carta, onde se encontra escrito um verso em holandês, que diz: “Daar baat geen medesyn want het is minepyn” (Não há remédio para o mal de amor).

O médico charlatão segura o pulso direito da mulher, a fim de contar seus batimentos cardíacos, e na mão esquerda traz suas luvas. O Cupido de pé, empunhando sua seta, postado sobre a porta que leva ao exterior e a cama com seu dossel aberto, ao fundo, também reforça o diagnóstico do observador.

Ficha técnica
Ano: 1662
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 61 x 52 c
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Obras-primas da pintura ocidental/ Taschen

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