Mestre de Sta. Verônica – SANTA VERÔNICA E O SUDÁRIO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O Mestre de Santa Verônica (c. 1395-1415) recebeu este nome em razão de ter pintado o belíssimo retábulo de Santa Verônica. É tido como o mais importante artista de Colônia, embora se presuma que ali não tenha nascido. É admirado como sendo o principal pintor do estilo Gótico Internacional de décadas antes do surgimento do famoso Stefan Lochner. De acordo com as primorosas formas dadas às suas figuras, presume-se que tenha tido contato com as cortes da França e de Borgonha. Suas figuras são quase sempre envoltas por uma roupagem criativa com aparência oriental. O artista alemão usava formas suaves, com contornos brandos e gestual comedido, o que levava sua obra a repassar um toque de sutileza elegância e suavidade.

Sobre a composição denominada Santa Verônica e o Sudário, também conhecida por Santa Verônica com o Sagrado Véu, é possível que tenha vindo da Igreja de São Severino, em Colônia, onde se supõe que tenha sido a porta de um relicário. A temática usada na obra refere-se à lenda que reza que Cristo, ao receber de Verônica um pano para limpar o rosto, durante a sua caminhada com a cruz, acabou imprimindo no sudário a imagem de seu rosto sofrido. A pintura é tida como uma das antigas obras-primas da pintura alemã, responsável por atrair o interesse dos artistas do período romântico para os trabalhos dos artistas primitivos. Também é tida como uma das maravilhosas obras da pintura europeia do início do século XV.

O escritor e filósofo alemão, Johann Wolfgang von Goethe encantou-se com os dois grupos de anjos, arranjados na base do quadro, vendo aí “bastante habilidade artística para satisfazer os mais elevados padrões de composição”. Ele também se admirou com “a capacidade de abstração do pintor, que coloca suas figuras de acordo com a representação tridimensional sem, contudo, deixar de imbuir a obra toda de pensamento simbólico”.

Santa Verônica, com seu olhar tristonho e concentrado no que apresenta, traz os braços abertos, segurando nas pontas dos dedos o sudário (pano com que antigamente,limpava-se o suor, sendo também costume na Antiguidade ocultar a cabeça dos mortos com o mesmo). O manto vermelho que cobre sua cabeça, descendo-lhe pelo corpo, destaca ainda mais a figura escurecida da cabeça de Cristo, circundada pela coroa de espinhos, impressa na parte central do tecido de linho. No chão de ladrilhos brilhantes estão dois grupos de anjos, três de cada lado, com suas longas asas coloridas e cabelos cacheados. O grupo da direita possui um grosso livro de capa avermelhada e o da esquerda segura um pergaminho. A atenção de quatro dos anjos está voltada para a estampa do Mestre.

Ficha técnica
Ano: c. 1400
Técnica: painel de pinho
Dimensões: 96 x 48,3 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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