Autoria de Lu Dias Carvalho
Cimabue liderou o movimento artístico na Toscana do final do século XII, que procurava renovar o vocabulário pictórico e romper com a rigidez da arte bizantina, demonstrando uma nova sensibilidade que se esforçava por aderir mais à realidade. (Site do Louvre)
O pintor florentino Cenni di Pepo (1240 -1302), conhecido por Cimabue, é considerado o pintor mais famoso de sua geração, tendo executado muitas encomendas não só para Florença, como para além de suas fronteiras. Foi responsável pela pintura de muitos afrescos (técnica de pintura aplicada em paredes e tetos, que consiste em pintar sobre camada de revestimento recente, fresco, de nata de cal, gesso ou outro material apropriado, ainda úmido, de modo que possibilite o embebimento da tinta) nas igrejas de Cima e de Baixo de São Francisco de Assis, vitrais para a Catedral de Siena, mosaicos para a Catedral de Pisa, tendo feito trabalhos para os patronos eclesiásticos em Roma. Tinha na sua casa uma grande e organizada oficina, onde se presume que Giotto praticou a sua arte.
As origens de Cimabue – apelido que significa “cabeça de touro – ainda não foram muito bem esclarecidas pelos pesquisadores. Sabe-se que ele iniciou a sua arte aprendendo a técnica do mosaico, usada pelos bizantinos, mas que veio a abandoná-la tempos depois, mas julgando por suas encomendas, o pintor parece ter sido um artista muito bem conceituado em seu tempo. Como as pinturas naquela época não eram assinadas, sendo concebidas em ateliês onde conviviam muitos artistas, há muita dificuldade em saber quais são efetivamente suas obras. Presume-se que tenha criado inúmeras pinturas religiosas no estilo bizantino.
Cimabue foi muito influenciado pela arte bizantina (o estilo bizantino provém de Bizâncio, capital do Império Romano no Oriente Médio e sustentáculo da civilização cristã). Com o tempo, porém, foi se afastando da técnica bizantina de distorcer as figuras. Criou pinturas monumentais e intensas, sem estilizá-las. O novo estilo adotado por Cimabue transformou-o no pioneiro da nova pintura italiana. Presume-se que tenha sido mestre de Giotto.
Suas pinturas em painel evidenciam generosidade e clareza na forma e delineação precisa nos seus contornos. Suas imagens sacras possuem um grande poder expressivo, em que as iluminações lembram o esplendor do mosaico (padrão de chão ou parede obtido pela reunião de pequenos pedaços de vidro, cerâmica, conchas ou pedra de diferentes cores).
O pintor Cimabue introduziu a ideia de tratar imagens e obras como indivíduos. Muitas de suas obras estão no interior da Basílica de São Francisco de Assis e na Galleria degli Uffizi, na Itália e no Louvre, em Paris.
Fontes de Pesquisa
1000 Obras-Primas…
Gótico/ Editora Taschen
História da Arte Ocidental/ Editora Rideel
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Lu
Muito bom saber mais sobre Cimabue. A pintura de São Francisco me passa algo de misterioso. Parece que ele está vivo. Você sabe alguma coisa sobre iconografia? Gostaria de fazer um curso. Obrigado!
Vicente
É um grande prazer recebê-lo neste espaço. Cimabue foi realmente um pintor genial. Quanto ao seu interesse por iconografia, poderá encontrar cursos pesquisando no Google, procure por “cursos de iconografia cristã”.
Volte mais vezes!
Abraços,
Lu