MULHER À PROCURA DE MARAJÁ

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Autoria de Lu Dias Carvalho mara

O mundo virtual é mesmo uma caixinha de surpresas. Pense você, meu caro leitor, numa coisa qualquer e lá estará ela, vivinha na web. Dias atrás, uma minha amiga, mestra em encontrar coisas bizarras na rede, repassou-me o endereço de um vídeo no youtub, ensinando fazer um xampu excepcional para queda, fortalecimento e crescimento dos cabelos. No prazo de uma semana, a “vítima” estaria com os cabelos do tamanho dos de Sansão, mais fortes do que os músculos de Hércules e mais belos do que aqueles das modelos de xampu, vistos na televisão, mas que a gente jamais verá na vida real. E mais, acabaria com a sina dos carecas. Imagine qual era o ingrediente mágico dessa criação extraordinária, que revolucionaria o mundo das madeixas humanas? Pó de crina de cavalo. Enquanto isso, os coitadinhos dos equinos ficariam “descrinados”.

O leitor mais apressado deverá estar se perguntando o que xampu de crina de cavalo tem a ver com o título do texto. Nada, é verdade, mas quero apenas mostrar o quão estranhos são algumas informações que recebemos por e-mail, e como o planeta virou realmente uma aldeia global. Um amigo meu, sem jamais ter ido ao país do Tio Sam, ou ter lido o Financial Times, um dos grandes jornais sobre economia daquele país, tomou conhecimento de um e-mail, enviado ao jornal por uma mulher que queria encontrar um “marido rico”, e a resposta sem precedentes do editor do Financial Times. Se tudo isso é verdade ou não, não vem ao caso, pois isso é tarefa de detetive ou de fofoqueiro de plantão. Resta-nos, meu caro leitor, rir da burrice humana, incluindo aí a nossa, por acreditar em coisas como essas. Vamos aos fatos:

1-      Email da dita cuja, desesperada por encontrar quem lhe pague as contas e lhe dê uma vida de rainha:

 Sou uma garota linda (maravilhosamente linda) de 25 anos. Sou bem articulada e tenho classe. Estou querendo me casar com alguém que ganhe, no mínimo, meio milhão de dólares por ano. Tem algum homem que ganhe 500 mil ou mais neste jornal? Ou alguma mulher casada com alguém que ganhe isso, e que possa me dar algumas dicas? Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso. E 250 mil por ano não vão me fazer morar em Central Park West.

Conheço uma mulher (da minha aula de ioga) que se casou com um banqueiro e vive em Tribeca. E ela não é tão bonita quanto eu, nem tão inteligente. Então, o que ela fez que eu não fiz? Qual a estratégia correta? Como eu chego ao nível dela?

2-      Resposta do editor do jornal, por não ter nada para fazer naquele dia, ou para “zoar” a dita cuja:

Li sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e fiz uma análise da situação. Primeiramente, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não estou tomando o seu tempo à toa.

Isto posto, considero os fatos da seguinte forma: visto da perspectiva de um homem como eu (que tenho os requisitos que você procura), o que você oferece é simplesmente um negócio. Eis o porquê: deixando as firulas de lado, o que você sugere é uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: você entra com sua beleza física e eu entro com o dinheiro.

Mas há um problema. Com toda certeza, com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia quem sabe acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará aumentando. Assim, em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação e eu sou um ativo rendendo dividendos. E você não somente sofre depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva e acelerada. Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano. E no futuro, quando você se comparar com uma foto de hoje, verá que não é mais a mesma.

Isto é, hoje você está em ‘alta’, na época ideal de ser vendida, mas não de ser comprada. Usando o linguajar de Wall Street, quem a tiver hoje deve mantê-la como ‘trading position‘ (posição para comercializar) e não como ‘buy and hold‘ (compre e retenha), que é para o que você se oferece.

Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um ‘buy and hold‘) com você não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim! Assim, em termos sociais, um negócio razoável a se cogitar é namorar. Cogitar… Mas, já cogitando, e para certificar-me do quão ’articulada, com classe e maravilhosamente linda’ seja você, eu, na condição de provável futuro locatário dessa ‘máquina’, quero tão somente o que é de praxe: fazer um ‘test drive’ antes de fechar o negócio… Podemos marcar?

Supondo que o meu leitor fosse ele, o editor do jornal, marcaria mesmo um “test drive” com a dama à cata de luxo e riqueza? E, supondo que você, minha amada leitora, fosse a criatura esperançosa em arranjar um multimilionário, toparia marcar o encontro? A propósito, caso você encontre o marajá da foto, não se esqueça de lhe repassar meu endereço, incluindo o da conta bancária.

Nota: imagem do texto copiada de http://gabineted.blogspot.com.br

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